quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Tabaco Cubano


Chama-se habano a todos os tabacos puros, nos quais 100% do tabaco que os compõem é cultivado e manufacturado em Cuba.

As maiores industrias de Cuba eram as reservas de níquel, as plantações de cana de açúcar e o tabaco. A partir dos anos 50, a tecnologia associada às plantações de cana de açúcar tornaram-se obsoletas e a produção diminuiu. A partir dos anos 90, surgiu o turismo e a indústria hoteleira como a grande fonte de receita, mas o tabaco continua a ser o produto cubano mais emblemático no mercado internacional.







Lembro-me que, há uns anos, ofereceram ao meu marido uma caixa de Cohibas. Como ele já não fumava guardei a caixa na última prateleira da despensa, perto da luz. Quando soube, uns bons anos mais tarde, que um primo meu, na altura da oferta ainda criança, gostava de fumar charutos, resolvi oferecer-lhe a dita caixa, só que o tabaco estava todo estragado e seco e, claro, assim não o pôde fumar. Fiquei então a saber, que os charutos têm de ser guardados num humidificador. 











Em Cuba encontrei caixas muito bonitas, que indicam a humidade ideal em que deve ser guardado o tabaco (60 a 70). São os tais humidificadores, que eu não tinha.









Quando soube o preço de uma caixa de Cohibas fiquei horrorizada- cerca de 500 Euros, mesmo em Cuba. Apesar de nenhuma marca ser barata, há outras com um preço mais tolerável. A segunda marca mais conhecida e, julgo, mais antiga é a Montecristo e o preço desce consideravelmente.








No orificio que contém esponja deve deitar-se água semanalmente.






Recentemente fiquei a "conhecer" Jean Nicot, (1530-1604) um diplomata francês, o qual, em 1559, foi enviado a Portugal, como embaixador para negociar o casamento do Rei D. Sebastião com a princesa Marguerite de Valois. 







Nicot não viveu na capital portuguesa durante muito tempo. Devido a um ataque francês ao Rio de Janeiro abandonou o território português à pressa. Apesar dessa saída apressada, ainda teve tempo para enviar para o seu país grãos de tabaco, cuja planta semeara na sua Embaixada em Lisboa. Antes, já informara a Rainha viúva Catarina de Medicis, que o pó de tabaco poderia curar as fortes dores de cabeça de que sofria um seu filho e infante de França. Parece que o tratamento obteve algum êxito, pois foi recompensado e tornou-se Senhor de Villeman... Quase duzentos anos depois, na década de 1750, o grande naturalista sueco Carl Linnaeus apelidou de Nocotiana Tabacum a planta do tabaco... Assim, a palavra "nicotina" deve o seu nome ao apelido do embaixador francês na Corte Portuguesa, na segunda metade do século XVI, Jean Nicot.



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