sexta-feira, 22 de abril de 2016

Um jantar com algumas peripécias




Na quarta-feira passada tivemos em casa um jantar para 24 pessoas. Aqui tem de ser um processo que deve começar algum tempo antes para não faltar nada do que é necessário.


Os empregados estão habituados e dava gozo ver o brio que tiveram para tudo sair perfeito, começando com a limpeza do faqueiro… com uma escova de dentes.

Tive a ideia de convidar a Andrea Imaginario para atuar cá em casa juntamente com os seus músicos. A Andrea é professora universitária de História de Arte e também Canto. Ultimamente tem-se dedicado à poesia Portuguesa, em especial a Fernando Pessoa e ao Fado. A ideia era tocarem ao ar livre, porque os entardeceres são muito bonitos e teriam a piscina iluminada como fundo…



Acontece que este país sofreu desde domingo passado algumas chuvadas bem fortes e no dia do jantar o pátio descoberto amanheceu cheio de água, que teimava em não descer pelo cano.






O senhor Quevedo bem tentou desentupir o cano, mas não conseguiu...








Foi necessário chamar um “plomero”(canalizador) para resolver o assunto.

À tarde já não choveu. Então pusemos à consideração dos músicos onde atuar: dentro de casa ou no pátio, havendo para esta última opção o risco de ter de tirar as aparelhagens à pressa se começasse a chover. A Andrea preferiu atuar na sala, até porque tinha um ambiente mais íntimo para o fado e assim ficou apenas meio iluminado...



Fiquei satisfeita logo que vi os ensaios ...











Adivinhei que todos iam gostar... 







Sempre achei que nos momentos em que as pessoas estão mais deprimidas e se fala muito de problemas diários, há que dar uma volta e substituir a temática…



Numa terra onde as mulheres se enfeitam muito, resolvi também aparecer com um novo penteado e à semelhança do que a minha mãe usava, fiz um chignon



Apesar de me dar um ar um pouco mais pesado, ficou bonito e senti-me bem.





Encontrei pela primeira vez açucenas...




Como sempre, comprei flores bonitas para decorar a casa e um arranjo tipicamente Venezuelano foi enviado por um convidado, juntamente com um cartão a desculpar-se, por não poder vir ao jantar, pois estava com febre em casa. Felizmente ainda há gentlemen


Para manter o mesmo ambiente de descontracção, antes do jantar, todos os convidados escolheram à sorte a mesa onde se sentavam de acordo com o nome do escritor atribuído. Às senhoras coube-lhes em sorte escritoras e aos homens escritores, até para que nas mesas a distribuição fosse equitativa.






A ideia era dar um ar mais informal a um jantar buffet, que se realizou no pátio coberto da casa. Utilizei um plano semelhante no almoço com o Richard Zenith, mas dessa vez recorri a figuras artísticas da época de Fernando Pessoa.

Às mesas atribui nomes de cidades portuguesas como Funchal, a minha, Coimbra e Guimarães. 




A ementa levou uma foto de Lisboa antiga, tirada pela minha filha e da minha mesa ouvi o meu marido, orgulhoso, falar dos dotes da nossa filha… Vaidades…





O que não se adivinhou foi a dificuldade em encontrar pão fresco, horas antes do jantar devido à falta de farinha, pelo que se fizeram,  à última hora, pãozinhos caseiros de chouriço...ficaram muito bons…



A atuação musical deu um toque mágico ao jantar, pois não é habitual haver um mini concerto antes dos jantares. Deu-me muito gozo ver toda a gente fazer coro no final : Cheira bem, cheira a Lisboa. A comida estava boa e incluiu bacalhau trazido de Portugal, arroz da viagem à Guyana…entre outros petiscos com nomes bem portugueses…





A Andrea e eu.






Foi uma noite bem passada com convidados muito simpáticos e bem-dispostos dos quatro cantos do mundo...



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