terça-feira, 22 de outubro de 2019

Os transportes públicos no Japão

Achava que já tinha  abordado todos os temas relacionados com a nossa viagem ao Japão. No entanto, tinha aquela sensação de me faltar qualquer coisa, como quando acabamos de ler um livro, que nos agradou muito.... Lembrei-me então que  não tinha ainda mencionado os transportes públicos em geral.

Já li uma citação algures que diz que "um país desenvolvido não é aquele que os pobres têm carros, mas sim aquele onde os ricos usam o transporte público". Concordo...


No Japão há três tipos de matriculas de carros: 

Com o fundo amarelo são os carros com pouca cilindrada, que pagam menos impostos, com fundo branco os outros mais potentes e privados e, com fundo verde, os públicos.





Quem tem acompanhado as minhas recentes memórias do Japão, pode notar como fiquei como que fascinada... não só com os transportes...com todos os serviços.

No hotel, no dia do tufão, ficámos a maior parte do tempo no quarto, já que não devíamos sair. Quando fomos almoçar, reparámos num papel na porta a dizer que tinham ido duas vezes limpar o quarto, mas como estava com o aviso de "não incomodar" a governanta tinha deixado aquela nota a lembrar, quando desejássemos até às 16h, podíamos ligar para uma extensão para o virem arranjar...

Aliás, a limpeza das ruas chama logo à atenção. E o que é espantoso é que há poucos caixotes de lixo.  As pessoas andam com um saquinho na mala, onde quardam o lixo até terem oportunidade de deitá-lo fora... A primeira coisa que as guias fazem ao chegar aos autocarros da excursão é meter um grande saco para as pessoas deitarem o lixo...

No Japão encontrei muitas lojas ditas de souvenirs que estão cheias de bolachinhas. Eles adoram bolachinhas, as quais vêm embrulhadas individualmente e fazem lixo...As duas amigas que vieram ter comigo ao hotel também me trouxeram bolachinhas, pois é costume terem sempre qualquer coisa para comer. Outra coisa que me surpreendeu é não se ver quase nenhuns gordos nas ruas. Muito raramente se vê alguém com peso a mais, mas gordos, gordos só os lutadores de sumo...

Os transportes públicos funcionam muito bem e há sempre muitos. Contudo, só andei de metro em Tóquio e, no primeiro dia, para ir de Ginza ao museu em Ueno e regressar ao hotel, mas sempre acompanhada pela minha amiga japonesa. São muitas linhas e é complicada a transferência de linha com tantos sinais, que não entendemos.



Perguntei-lhe se não havia um funcionário com luvas brancas a empurrar as pessoas para dentro das carruagens, como me tinha sido relatado por algumas pessoas. Ela disse-me que hoje em dia não e também não vi isso apesar de ter viajado numa linha principal em hora de ponta. Estão a construir umas barreiras em vidro que só abrem quando o comboio pára, para as pessoas não se aproximarem muito. O preço do bilhete é cerca de 1,50 Euro.











Já mencionei a quantidade de comboios bala que fazem a ligação Tóquio- Quioto, tornando-se desnecessário comprar os bilhetes com antecedência. Esses são caros. Um bilhete no Green Car, com lugar marcado, equivalente a uma 1ª classe custa cerca de 160 Euros numa viagem de ida  (cerca 2 horas).



Na viagem de Nagasaki para Tóquio, os bilhetes com lugares reservados estavam completamente esgotados, mesmo na 1ª classe. Como começámos a viagem no inicio da linha fomos sentados, mas muita gente fez um longo percurso de pé. Não se ouvia um ruído que fosse...  O civismo e a boa-educação no seu melhor...












Em Quioto fomos de autocarro ao Pavilhão Dourado, que fica distante do centro e, no regresso ao hotel, do castelo Nijo-jo. Aliás, o hotel ficava muito bem localizado pertíssimo da Estação de Quioto, com todos os transportes publicos a passar por lá. Entramos pelas traseiras do autocarro e saímos pela frente, altura em que pagamos o bilhete ao motorista. Uma viagem custa 2 Euros.



O preço da bandeirada do taxi é igual a 2 bilhetes de autocarro de adulto- 4 Euros. Para pequenas distâncias é suportável. O que o torna muito caro é para os aeroportos: o de Haneda - Tóquio cerca de 80 Euros e Tóquio- Narita 230 Euros. O taxista, que nos levou do hotel à estação de Tóquio para apanharmos o comboio para Quioto, era jovem e foi a única pessoa a falar bem inglês. De resto apanhámos pessoas sempre eficientes e atenciosas, mas as quais, pareciam já ter  ultrapassado a idade da reforma há muito tempo e comentávamos ser um taxista da  Era Edo


Há uma particularidade relativa aos táxis, que me surpreendeu. Os taxistas guiam de luvas brancas e nós não devemos mexer na porta do carro, pois abre-se automaticamente, quando pára tanto para entrarmos como no final depois do pagamento. O Japão é um país completamente livre de gorjetas. Ninguém espera uma gorjeta nem no táxi, hotel ou restaurante. Isso agrada-me, porque dar uma gorjeta por vezes pode ser constrangedor. Em comparação, no cruzeiro, cuja companhia era americana (o meu telefone até me enviou uma mensagem a dizer "Bem Vinda aos EUA", era obrigatório o pagamento de 15 dólares por dia por pessoa de "gratuities", mesmo não usando os serviços extra. Houve um dia que o meu marido tomou um café expresso por 6 dólares e os dois pagámos 30 dólares de gorjeta... ridiculo, mas vem na conta final....




















Outro aspecto que achei interessante foi haver um trabalho para ajudar as pessoas a atravessar a rua ou chamar um taxi, à saída dos monuments principais. À noite têm um sinal luminoso na mão...


さようなら Sayōnara

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