quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Sobre Caligrafia... e algo mais







A minha caligrafia fica mehor em ponto cruz






O método do meu estudo do russo começou pelo alfabeto cirílico e a sua caligrafia. Parece-me que torna mais dificil a aprendizagem. Além da letra de imprensa, que tenho que aprender para ler, estudo também a cursiva, que é por vezes muito diferente (por exemplo um M escreve-se minúsculo com se fosse um u, um T minúsculo, como um m e outras singularidades, bastante diferentes do que estou habituada com os carateres latinos). Parece que o meu filho aprendeu esta língua lendo as letras de imprensa, pois era esse o seu objetivo: ser capaz de ler jornais ou documentos.
Aliás, fui eu que lhe ensinei a ler e escrever português aos cinco anos, com a Cartilha João de Deus, que a minha mãe me comprara, pois na Turquia, onde vivia, não havia escolas de português. Ele ia frequentar o ensino na escola americana, mas tinha de saber a sua língua (regressou a Portugal para frequentar a 4ª classe e saiu-se muito bem). Quando chegou à primeira classe da escola americana ( ainda frequentou uma pré-escola internacional) escrevia muito bem em cursivo e a professora admirou-se, pois era só ensinado a partir da 2ª classe. Então teve de desaprender e começar a escrever com as letras separadas como os seus colegas. Realmente no fim da 1ª classe já lia e escrevia pequenos textos e queria ser escritor. Foi quando comprámos o primeiro computador ... Quando começou a escrever cursivo na escola voltou a aprender a juntar as letras, mas ficou com uma caligrafia feia.

Quando viviamos nos EUA havia um funcionário no consulado que tinha aprendido a antiga e bonita caligrafia comercial. Escrevia com uma caneta de tinta permanente e era lindo ver um texto assim bem escrito. Pedia-lhe muitas vezes para escrever os convites para os nossos jantares e as ementas. Antes, não havia jantar que se prezasse com os marcadores de lugar, ementas ou convites escritos à máquina/computador, como hoje em dia. Era tudo à mão (nos EUA já tinham passado alguns anos e o computador já se generalizara, mas eu gostava de ver aquelas ementas bonitas na mesa).


A propósito passou-se "uma cena" algo hilariante. Tinhamos um jantar buffet em casa no dia 19 (não recordo o mês) e como eu não tinha empregada e fazia tudo em casa começava bem cedo com as tarefas. Lembro.me que tinha estado a dobrar os guardanapos, com os talheres no interior e esse trabalho fiz no dia 14, uma segunda-feira, depois de ter limpo o candelabro por cima da mesa, ter engomado a toalha, etc, etc, porque depois vinham as compras e os cozinhados. Não é que ouço a campainha da porta e vou abrir, descalça e de shorts. Não era nada mais nada menos do que uma das importantes convidadas da cidade com o marido, de garrafa na mão, a olharem para mim com um ar desconfiado (será que é assim que os portugueses recebem os convidados?). Confundiram o 9 (19) pelo 4 (14). Isso só soubemos depois... Tinha de ir chamar o meu marido, que nem ouvira a porta pois estava no escritório, no andar de baixo a ler um trabalho de História do meu filho. Ele também estava de calções  e não podia vir assim para cima. O nosso quarto dava para a sala e das escadas viam-se logo os "convidados" . Pensei então em levar-lhe umas calças...depois estivemos os quatro sentados a tomar umas bebidas e esclarecemos que o jantar era no sábado...e, claro está, aquele casal surpresa voltou no dia previsto.

O número quatro pode ser escrito aberto ou fechado. Neste último caso confunde-se com o nove.

Ainda a propósito do "4" levámos um carro americano para Portugal, que tinha esse algarismo na matricula. Não é que entre outras coisas tivemos de mandar fazer outra placa para a matricula com um 4 português para passar na inspeção? Ridículo. Parece que mais uma vez são normas da UE. E o cinto de segurança? Também teve de ser mudado...por essa e por outras não queremos levar mais carros para Portugal comprados no estrangeiro.



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