domingo, 18 de setembro de 2022

The Gilded Age


The Gilded Age (A Era Dourada) foi um período da História dos Estados Unidos, entre a década de 1870 e os inícios do século XX, que caracterizou a vida social e económica de grandes cidades, sobretudo em Nova Iorque (o sul continuava devastado em consequência da Guerra Civil de 1861-1865). Correspondeu, portanto, a um rápido crescimento económico. Os caminhos de ferro revelaram-se como os grandes catalisadores industriais e de desenvolvimento, assim como o sistema bancário, as fábricas, a exploração mineira. Coincidiu assim, na Europa, com a era Vitoriana na Grã -Bretanha e a Belle Époque no continente. 

Por outro lado, na costa leste dos Estados Unidos assistiu-se, socialmente, ao aparecimento de muitas famílias de novos ricos, com fortunas imensas, que procuravam prestígio e influência. Tentavam integrar a chamada alta sociedade tradicional, espécie de velha aristocracia urbana conservadora, fechada e arreigada a velhos hábitos. São desta época os milionários Rockefeller, Henry Clay Frick, Andrew Carnegie, JP Morgan, Cornelius Vanderbilt, entre outros que deixaram a sua marca na cidade.

A série de episódios da HBO, The Gilded Age, começa quando a jovem Marian Brook decide mudar-se para Nova Iorque, após a morte do pai, que a deixou sem um tostão e ir morar com umas tias, que fazem parte daquela sociedade conservadora. A atriz é Louisa Jacobson, filha de Meryl Streep e foi a primeira vez que a vi representar. 

A série foi criada e escrita por Julian Fellowes, autor de Downton Abbey e estreou este ano, em janeiro. A história não é muito profunda, mas a produção é riquissima e assistimos a um desfilar de casas faustosas, com detalhes e ambiente de grande esplendor, acompanhadas por decorações e guarda-roupas muito vistosos e variados.

Quando vivia nos Estado Unidos li biografias destas familias proeminentes e visitei as suas antigas casas em Newport, onde construíram mansões riquissimas, só para passar alguns meses no verão (American Palaces). Nessas biografias e na série, ser aceite pelos Astor, era motivo de sucesso social.

Lembro-me do caso da filha de uns Vanderbilt ter casado, contra a sua vontade, com o Duque de Marlborough, consagrando assim a união do dinheiro com uma velha aristocracia inglesa cheia de pergaminhos, mas desfalcada. Depois desse casamento introduziram-se muitas melhorias no Palácio Blenheim (perto de Oxford).

Desde que cheguei de Budapeste fiquei doente com uma amigdalite, que me deixou muito fraca. Felizmente, hoje acabei o tratamento e já me sinto «como nova». Algumas leituras e o visionamento da primeira temporada da série, constituiram um agradável entretenimento, quando já me sentia melhor.

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