sábado, 6 de maio de 2023

A Coroação do Rei Carlos III e da Rainha Camilla



Já tinha escrito na minha agenda a data da coroação há muito tempo, para ter a certeza que não marcavámos um fim de semana prolongado fora, porque aqui, na Eslováquia, segunda-feira é feriado. Não queria perder este momento histórico por nada. Sentei-me a ver a BBC logo de manhã e até almoçámos, no sofá, uma quiche da coroação, que fiz ontem.

Tudo correu a 100% e, naturalmente, a chuva deu ao dia e à própria cerimónia um toque britânico. E até as túlipas junto ao monumento da Rainha Victoria colaboraram, pois atingiram o seu apogeu, precisamente hoje, para a coroação. Apesar de ter visto alguns cavalos algo teimosos, talvez menos confortáveis com a multidão e a música, o cortejo foi fantástico e decorreu, pareceu-me, com extraordinária precisão, como os comentadores britânicos realçavam, pontualmente.  Assisti à chegada de muitos convidados. Mas achei a Maggie Smith muito velhinha. 




Das estrangeiras gostei muito da Ursula von der Leyen e da Brigitte Macron, das mais elegantes. Dos homens o PM canadiano, Justin Trudeau e o Rei de Espanha.







A música foi magnífica, de rara beleza, variada e com peças pequenas. Gostei muito da solista sul africana  Pretty Yende, com um vestido espetacular para a ocasião, que muito intrigou o meu neto mais novo. A inspiração não faltou aos compositores contemporâneos, como por exemplo a Debbie Wiseman e a Lloyd Webber, para criar músicas propositadamente para a coroação. Todavia, os clássicos também brilharam...evidente, como já tinha sido, humildemente, reconhecido pelo compositor inglês do século XVIII William Boyce, nenhuma excede em beleza, grandeza e solenidade a obra Zadok the Priest de Handel, hoje interpretada de forma magnífica pelo Coro, que cantou na Abadia de Westminster.
O Rei selecionou o programa musical da coroação e convidou o prestigiado maestro John Eliot Gardiner para dirigir o Coro Montverdi. 



Terão as carpetes em azul e amarelo, as cores da bandeira da Ucrânia tido um significado especial, ou uma «feliz coincidência»?




A coroação de Carlos III com a coroa de Eduardo, o Confessor. Foi feita para a coroação de Carlos II, em 1661 e tem sido usada em todas as coroações desde então, embora só seja usada uma vez no reinado. Substituiu a coroa medieval do século XI, derretida após a execução de Carlos I. Feita em ouro e decorada com rubis, ametistas e safiras pesa mais de 2 kg. No momento em que é colocada na cabeça do rei a Congregação grita: GOD SAVE THE KING.
No ceptro (direita) podemos admirar o famoso diamante Culliman I das Jóias da Coroa.Na mão esquerda a espada da coroação.




A coroação de Carlos II em 1661




Belo momento do Príncipe de Gales com o Pai, o Rei.



O pequeno Louis encanta-me...


Gostei muito de ver a Princesa Ana a cavalo a acompanhar o cortejo


O Rei Carlos III com a Coroa Imperial de Estado, refeita para a coroação de Jorge VI, em 1937. Contém o famoso diamante Culliman II. A Rainha Camilla com a coroa da Rainha Mary.

As fotos oficiais da autoria do fotógrafo Hugo Burnand


Espero que os meus netos, filhos de mãe inglesa, valorizem também tradições britânicas. Aliás, a Coroação teve várias marcas medievais; porém, tentou sobretudo acentuar a sociedade multiétnica  atual. Carlos III é o monarca mais velho a ser coroado na Abadia de Westminstar, onde o rei Guilherme I foi coroado em 1066. A própria cadeira da coroação foi uma encomenda de Eduardo, o Confessor, em 1296. Achei ainda interessante que um dos comentadores da TV realçasse esta tradição milenar, afirmando o seu orgulho, comparou a cerimónia a decorrer com as dos países nórdicos, sublinhando que nestas últimas as coroações pareciam ser atos notarias sem pompa e circunstância.
Em 6 de maio de 1908, D. Manuel II foi aclamado rei. Seria o último de Portugal, pois dois anos depois em consequência da proclamaação da república foi viver exilado para Inglaterra . A cerimónia, de mau augúrio, decorreu no hemiciclo de São Bento...

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