terça-feira, 25 de janeiro de 2022

O meu reencontro com Bernini

Auto-retrato de Bernini na Galeria Borghese


Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) conhecido simplesmente por Bernini distinguiu-se essencialmente como escultor e arquiteto, embora tivesse sido também pintor, gravador e cenógrafo. Este génio multifacetado monopolizou muitos projetos artísticos em Roma, durante a sua longa e intensa carreira. 





Interior da Basílica Santa Maria Maior







Nascido em Nápoles, veio para Roma em 1606, pois o seu pai, um reconhecido escultor- Pietro Bernini- foi contratado para trabalhar nos grandes projetos papais (decoração da Basílica Santa Maria Maior). Foi assim, num meio artístico, rodeado de escultores prestigiados, que cresceu Bernini, o qual mostrou génio precoce, encorajado pelo pai.

A Galeria Borghese em Roma é talvez o museu que concentra a maior coleção das suas obras.





Busto do Cardeal Borghese esculpido por Bernini

Galeria Borghese










Em 1618, Bernini recebeu uma grande encomenda do Cardeal Borghese, sobrinho do Papa Paulo V, que qualquer jovem artista ambiciona: esculturas para decorar a sumptuosa villa daquele clérigo e rapidamente alcançou  grande fama.












Eneias, Anquises e Ascânio a fugir de Tróia

Galeria Borghese

O Rapto de Proserpina por Plutão
Galeria Borghese


David
Galeria Borghese


A Verdade descoberta pelo tempo
Galeria Borghese

 
Apolo e Dafne
Galeria Borghese

Depois de ter sido eleito Papa Urbano VIII, em 1623 (homem culto e brilhante da família Barberini), tornou-se patrono das artes e  mecenas de Bernini, que considerava um génio e o novo Miguel Àngelo. Urbano VIII empenhou-se na organização urbanistica de Roma, deixando uma acentuada marca barroca, a qual ainda prevalece claramente na capital italiana, continuando a dar-lhe, nos dias de hoje, elegância e grandiosidade. 








David com a cabeça de Golias
de Bernini está no Palácio Barberini.











Bernini criou muitas fontes para embelezar Roma:


 Fonte da Barcaça na Praça de Espanha



Fonte do Tritão na Praça Barberini



 Fonte Dos Quatro Rios (Danúbio, rio de La Plata, Nilo e Ganges) representando a Europa, América, África e Ásia. Praça Navona



Elefantino, obelisco Minerva


A decoração da ponte de S. Angelo foi inteiramente confiada a Bernini, o qual executou dois dos 10 anjos. Quando o Papa Clemente IX os viu não quis que ficassem expostos aos elementos, tão belos os achou. Foram guardados e hoje estão expostos na Basílica de Santo André dos Frades. 



O próprio parapeito da ponte foi desenhado por Bernini, permitindo que melhor se visse a água a correr do rio Tibre. O escultor descrevia-se como um amigo da água.


A atual Praça de S. Pedro, no Vaticano resultou de um projeto de Bernini (colunata).

Na Basílica de S. Pedro também encontramos obras do mesmo escultor genial. 


O baldaquino da Basílica de S. Pedro


Cátedra de S. Pedro


Monumento a Alexandre VII (Fabio Chigi), Basílica de S. Pedro


Na Capela Chigi, da Basílica de Santa Maria del Popolo até o pormenor da lamparina foi executado por  Bernini. A capela foi desenhada por Rafael quase 150 anos  antes, mas estava inacabada 

As esculturas de Habakkuk e o Anjo para a Capela Chigi são de Bernini



A porta del Popolo com uma inscrição em latim dá as boas vindas à Rainha Cristina da Suécia convertida ao catolicismo. Foi redesenhada por Bernini, uma encomenda do Papa Alexandre VII


Aquela que é considerada uma das suas obras primas encontra-se na pequena e bonita Igreja de Santa Maria da Vitória, capela Cornaro: Santa Teresa de Ávila.

Todavia, não era apenas o dinheiro que movia Gian Lorenzo Bernini. O prestígio e a amizade motivavam também esse génio do barroco. O plano e as obras da completa renovação da Igreja de Santo André na zona do Quirinal em Roma (onde se situa o atual palácio presidencial) foi por ele concebido e acompanhado sem usufruir de quaisquer honorários.


Em Portugal, há no Palácio de Queluz uma obra concebida por Bernini e executada pelo seu discípulo Ercole Ferrata: A Fonte de Neptuno.  

Leia este artigo sobre Bernini





Estou agora a ler a biografia de Bernini escrita pelo seu filho, Domenico Bernini, a primeira tradução e edição critica com comentários de Franco Mormando. Uma publicação da universidade da Pennsylvania de 2011.


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