terça-feira, 14 de março de 2023

Em Ravena


Tudo começou com este livro, que fez com que Ravena fosse incluída no roteiro da nossa viagem. Foi publicado pela Allen Lane-Penguin Books em 2020 e comprado durante a pandemia .
Curioso o facto da sua autora recordar o fascínio que lhe causou a visita a alguns monumentos, quando era adolescente. A mãe impulsinou-a ao  recordar-se de uma exposição em Londres, nos anos 50 do século passado, sobre os mosaicos de Ravena com a finalidade de angariar fundos para o restauro de monumentos bombardeados, durante a II Guerra Mundial. E assim se fez história, quando a autora cresceu e voltou a Ravena..




No final do século IV acentuou-se a divisão do Império Romano em duas partes: oriente com a capital em Constantinopla e ocidente com o representante imperial em Milão, pois formalmente o Imperador da antiga Bizâncio era ainda o principal monarca, na tradição de Constantino. No início do século V, a corte imperial ocidental mudou-se para Ravena, por razões de defesa e porque ficava perto do porto de mar Classe, o que facilitava as comunicações com Constantinopla.




Partimos de Bolonha e chegámos a Ravena de comboio. Depois fizemos todo o percurso pela cidade a pé, assim como o regresso à estação. 
Comprámos logo um bilhete que dava acesso às principais atrações:


 
A Basílica de São Vital

A Basílica de S. Vital, com 1476 anos, começou a ser construida por ordem do bispo Eclésio, ainda no reinado do Teodorico, mas demorou 21 anos até estar terminada com o bispo Maximiliano (Hagia Sophia, sua contemporânea foi construída em 5 anos). É sem dúvida o monumento mais famoso de Ravena e um dos mais importantes exemplares da arte bizantina na Europa ocidental.







A figura de Cristo rodeado por dois arcanjos e sentado num globo azul. Com a mão direita oferece a coroa do martírio a S. Vital e com a esquerda um rolo ao bispo Eclésio, o qual lhe apresenta um modelo da Igreja.


Ao centro, o Imperador Justiniano acompanhado por nobres. Ao seu lado o bispo Maximiliano, segurando a cruz dourada.



A corte de Teodora


O acolhimento de Abraão



O Mausoléu de Gala Placídia








Basílica de Santo Apolinário Novo
Foi construída por Teodorico, para ser a capela do seu palácio, durante o primeiro quartel do século VI.





O Baptistério Neoniano é o mais antigo monumento de Ravena

 




A Capela do Arcebispo










 
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida



Gostámos muito de ver os magníficos mosaicos cristãos do século V tão característicos  da arte bizantina. São exemplares de rara beleza  e estão bem conservados. Apesar de encontrarmos alguns palácios, são construções mais modestas comparados com os das outras cidades, que visitámos. Evidentemente, a memória de Dante Alighieri (o grande poeta italiano autor da Divina Comédia), que viveu e morreu exilado em Ravena, revelou-se uma presença constante. No entanto, os sinais a indicar as direcções para os principais pontos de interesse são poucos e nada apelativos, perdendo-se tempo e paciência à sua procura, pois as ruas não são todas retilíneas.





No regresso à estação parámos na Piazza Del Poppolo para provar as tão mencionadas piadinas, que são umas excelentes e retemperadoras sandes, como se vê na fotografia.





 



   Uma recordação de Ravena.




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