sábado, 6 de janeiro de 2024

Os Presépios do MNAA

Hoje, dia 6 de janeiro, celebra-se o Dia de Reis, a visita dos três Reis Magos (Baltazar, Belchior e Gaspar) ao Menino Jesus, em Belém.

Fui ao Museu Nacional de Arte Antiga ver os presépios e tive sorte, porque a ala onde se encontram estava aberta, o que nem sempre acontece; aliás, um dos vigilantes explicou-me que isso deve-se ao facto de não haver sempre pessoal suficiente.


Presépio de S. Vicente de Fora c. 1795


Joaquim José de Barros (1762-1820), conhecido por Barros Laborão foi muito influenciado por Machado de Castro. 




 Presépio Kamenesky c.1783

Este presépio tem o nome do seu dono: o ator, poeta e antiquário russo a viver em Portugal, que o doou ao museu em 1957. Seria originário do Palácio da Ajuda.

Escultor: Faustino José Rodrigues (1760-1829)



Presépio do Convento das Salésias ( anterior a 1756). Oficina de Lisboa.

O Convento das Salésias foi criado por D. Maria I. No edifício encontra-se instalado atualmente o Colégio Nun'Álvares da Casa Pia de Lisboa.
 



Parece uma caixinha de surpresas. Mostra diversas cenas como 
a Natividade, a Anunciação e o primeiro sonho de Jacob.


Presépio do Convento de Nossa Senhora das Necessidades. Anterior a 1756

Autor: Clérigo de Setúbal, desconhecido






Presépio dos Marqueses de Belas c. 1796-1807

Barros Laborão (1762-1820). Há semelhanças entre este presépio e o de São Vicente, de que é também o autor. Em comum têm um grande número de figuras para o espaço, onde estão dispostas. Este é o maior presépio do MNAA. Teve a colaboração de outros artistas, resultado da interferência do encomendante, José Joaquim de Castro. O presépio nunca pertenceu aos Marqueses de Belas, mas quem o via dizia que um grupo de pessoas bem vestidas se assemelhavam aos marqueses...




Com este presépio encerrou-se a história dos presépios barrocos portugueses, os quais, além do barro, empregaram a cortiça sobretudo na construção dos relevos.  As invasões francesas (1807-1811), a transferência da corte para o Brasil, a extinção das ordens Religiosas em 1834 e os custos da sua montagem, levaram ao desinteresse pela criação de presépios...
Em meados do século XIX vamos assistir à atenção que a árvore de Natal teve em Portugal, hábito importado da Alemanha por D. Fernando II...

Uma visita ao Presépio da Estrela e ao Presépio da Sé de Machado de Castro são também "paragens obrigatórias"...

Referência:
Conceição Alvim Ferraz, Nós nos Presépios. Edições Afrontamento. 2012

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