Pormenor do presépio de Machado Castro
Joaquim Machado de Castro (1731-1822) é o mais famoso e reprresentativo escultor português do século XVIII. E o seu génio transparece de forma extraordinária nos magníficos Presépios que criou, trabalhos em barro que conquistaram grande notabilidade.
O Presépio da Sé, exposto na capela do Santo Ildefonso, sem qualquer informação ou chamada de atenção (também não há qualquer livro ou postal à venda sobre esta obra prima do barroco português) está assinado e datado (1766). Foi executado para ser instalado na Basílica Patriarcal, destruída pelo terramoto de 1755, tendo sido transferido para a Sé no século XIX.
Neste presépio, a Sagrada Família está abrigada nas ruínas de um magnifico edifício e não numa gruta. Está rodeada de anjos e querubins em evidência num plano superior. Os Reis Magos descem a encosta e ainda estão longe. Há muitos aldeões, que retratam as mais diversas profissões... Uma beleza extrordinária.
"Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nsscemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é: 'Também tu podes nascer',
pois nós nascemos, nascemos, nascemos. "
José Tolentino Mendonça, vencedor do Prémio Pessoa 2023
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nsscemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é: 'Também tu podes nascer',
pois nós nascemos, nascemos, nascemos. "
José Tolentino Mendonça, vencedor do Prémio Pessoa 2023
Figuras atribuidas a Machado de Castro no Museu da Sé de Lisboa
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