Às 2h em ponto de Portugal (21h em Filadélfia) entraram em palco os dois concorrentes às eleições presidenciais dos EUA, do próximo dia 5 de novembro. Kamala dirijiu-se a Trump, estendeu-lhe a mão e apresentou-se: "Kamala Harris". Gostei e não estava à espera. Aliás, comentadores americanos especulavam, que provavelmente não haveria aperto de mão, recordando o duelo Bush/Dukakis em 1988, quando o segundo apertou a mão do primeiro e os telespetadores repararam na grande diferença na estatura de ambos: Bush (pai) muito alto e Dukakis baixo, ficando a imagem de fragilidade do segundo. Esta madrugada estávamos novamente perante um Trump bastante alto e gordo e uma vice-presidente baixa, embora usando sapatos de salto alto. Contudo, isso não a fragilizou.
De início Kamala Harris tratou Trump por "o meu oponente", nunca se referindo a "Mr. President", titulo que Trump tem direito e foi utilizado pelos entrevistadores; porém, Trump, desde o começo, mostrou a sua fibra de má educação, referindo-se sempre a Harris como "she".
Quanto aos temas das perguntas, Kamala Harris venceu em todos e mostrou-se bem preparada, mantendo a serenidade face à série de mentiras e acusações falsas do seu adversário. Defendeu muito bem e emocionalmente o tema do aborto e nem respondeu, quando Trump afirmou que os democratas queriam o aborto até aos 9 meses ou mesmo depois, podendo matar o bebé depois do nascimento...
Quanto à assistência na saúde, Trump mostrou uma vez mais nada ter para apresentar. Disse esperar um plano a ser estudado pelos seus especialistas e que não ia revelá-lo antes de ser presidente.
Em relação à política internacional: Kamala Harris manteve as posições atuais da administração Biden, designadamente o apoio à Ucrânia; Donald Trump, confuso, afirmou que conhecia bem ambos os presidentes, ucraniano e russo, pelo que promoveria o diálogo entre eles e conseguiria num ápice acabar com a guerra. Além desta grosseira ingenuidade, Trump evocou o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán como exemplo de grande figura da política mundial, que lhe reconhecia (a ele Trump) grandes qualidades de negociação e liderança. Tratou-se de afirmação patética. É evidente que a maioria do eleitorado norte-americano não sabe quem é aquele governante da Hungria e, internacionalmente, Orbán goza de má fama e nenhum prestígio, sobretudo na Europa pela maneira arrogante como exibe o seu relacionamento com o Putin e ainda pelo seu nepotismo e corrução internos.
No final do debate, Trump continuava a afirmar que ganhara as eleições de 2020...ridiculo.
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