Chafariz d’el Rey, c. 1570-80
Anónimo, pintura flamenga
Óleo sobre madeira. Coleção Berardo Lisboa, Portugal
O chafariz, construído no século XIII, nos reinados de D. Afonso II e de D. Dinis, era a principal fonte de água potável da capital, aproveitando a excelente qualidade das águas da encosta de Alfama. Estava encostado à muralha da cidade e tinha seis bicas em forma de cabeças de animais, cada uma exclusiva de um grupo social.
O traçado do chafariz foi-se alterando em função da sua natural degradação e dos sérios danos causados pelo terramoto de 1755, pelo que a imagem do chafariz atual ficou definida após obras efetuadas no século XIX. Atualmente possui apenas três bicas metálicas.
O Palacete Chafariz d’ El Rei, nome da fonte sobre a qual se ergue, foi mandado edificar por João Antonio Santos em 1909, quando regressou do Brasil com fortuna e queria ostentar a sua riqueza. Problemas familiares relacionados com a herança provocaram a degradação do prédio, porém, em 2009, impressionou um espanhol que o conseguiu comprar e restaurar com a ajuda da Fundação Espírito Santo.
Hoje em dia é um hotel de 5 estrelas e um sítio muito agradável, onde podemos ir tomar chá. Só não convém tentar levar o carro, porque não se pode estacionar perto. Deixámos o carro junto do Centro de Estudos Judiciários e apanhámos um táxi...
Quando cheguei a casa lembrei-me que tinha o livro que esteve na base da exposição no MNAA em 2017: A Cidade Global. Apresentava 2 pinturas com vista da Rua Nova dos Mercadores (capa do livro e folheto da exposição), a qual foi totalmente destruída pelo terramoto de 1755 e ainda, da mesma época, a pintura da coleção Berardo sobre o Chafariz Real. Habitualmente não se pode tirar fotografias nestas exposições temporárias e só me recordo do que vejo agora no folheto...
Ontem, fui com a minha amiga Margarida tomar chá ao Palacete. Gostámos muito de ver a recuperação do edificio. O senhor que nos atendeu foi muito prestável e simpático, mostrando-nos algumas das belas salas, que mostram o magnífico trabalho de restauro e, no final, simpaticamente, até nos acompanhou ao táxi, porque acontece o engano com os dois locais, onde os táxis podem parar.
Foi uma tarde muito bem passada, com algumas peripécias para mais tarde recordarmos...
Sem comentários:
Enviar um comentário