domingo, 2 de julho de 2017

O Futebol e a superstição do arroz doce



Antes de mais devo dizer que apesar de gostar muito de arroz doce, não tenho o "dom" para que acerte.
Os melhores arrozes que comi são os da D. Veva, uma ex-vizinha. Atualmente com mais de 90 anos, é perita em receitas tradicionais (como a sua receita de rissóis) e o arroz doce feito pela mãe do meu genro.

Bem, e  o futebol, o que tem a ver com isto?


No campeonato europeu de 2004, que decorreu em Portugal, eu estava com a minha  filha nos EUA, onde aliás vivíamos nessa altura. O meu marido tinha ido de visita a Portugal para fazer companhia ao meu filho, que estudava em Lisboa e eu fiquei a com a minha filha.




Ela pertencia à selecção de soccer da escola e o pai avisava que a melhor maneira de aprender futebol era vendo os jogos na televisão. E assim fazíamos... Acontece que nessa altura comprei um livro de cozinha com receitas, que os jogadores gostavam e decidimos começar com o arroz doce. Vimos os primeiros jogos que Portugal ganhou a comer arroz doce. Ainda me lembro do jogo, que ganhámos a Inglaterra e a cara do Beckam depois da derrota ou então aquela defesa do Ricardo, que até tirou as luvas. Daí o termos associado as vitórias de Portugal com o arroz doce...

Não sou uma pessoa supersticiosa (por exemplo nunca abro o chapéu de chuva 3 vezes de seguida para afastar o azar se por acaso se abre dentro de casa) e, no último jogo, contra a Grécia resolvemos não fazer arroz doce (também já estávamos um pouco fartas). No entanto, como ao intervalo estávamos a perder, fomos à pressa à cozinha fazer um arroz doce que ficou meio cru, mas não fomos a tempo e o resultado foi o que se sabe.

Neste campeonato na Rússia, quando perdemos contra o Chile ainda pensei "e se tivéssemos comido arroz doce? "

Achei incrível falhar 3 penaltis. Não se admite naquele nível de futebol. Para mim é como ver uma composição de inglês no ensino secundário e encontrar erros tontos como "I have 15 years old" ...imperdoável.

Contudo, não convém falar muito disso, porque no meu país somos um pouco bipolares ou somos os melhores do mundo, como se verificou recentemente com a vitória num festival de música ( que afinal terminou num "pum") ou então nunca fazemos nada certo...

Ultimamente tenho assistido na TV a muitos jogos de futebol. É divertido e já percebo um pouco mais. No passado só gostava de ver os golos do Fernando Couto, sobretudo pelo salto mortal que dava de seguida.

Depois passei por uma fase que detestava futebol (nesta época em que vivia nos EUA, o Mourinho era o treinador do Porto e os telejornais da RTPI começavam sempre com declarações suas muito arrogantes).

Agora sou uma fã incondicional do Real Madrid, onde joga o Ronaldo, como já fui do Manchester United. Mas hoje, que ele não jogou e ganhámos ao Mexico por 2-1 tenho de felicitar o homem do jogo, Rui Patricio.

Creio que este gosto veio depois de termos ganho à França no europeu de 2016, tinha eu acabado de chegar a Amsterdão, onde assisti à segunda parte do jogo pela TV... e não houve arroz doce..


Aqui vai a receita do livro...












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