quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

O Elefante Hanno

 

Rafael. Hanno, o elefante do Papa Leão X, 1514

No século XVI o Rei de Portugal D. Manuel I decidiu enviar a Roma uma Embaixada  após a eleição de Giovanni de Medici como Papa, com o nome de Leão X. Chefiada por Tristão da Cunha incluía muitos tesouros e animais exóticos e até um elefante branco indiano chamado Hanno.

O Rei de Portugal procurava assim obter o apoio do Papa na expansão do império português e cimentar o seu prestígio junto da Santa Sé e na Europa.

Quando o elefante chegou a Roma em 1514 revelou-se um sucesso. As pessoas juntavam-se para o ver passar, pois nunca tinham visto um animal daquela forma e o Papa ficou completamente rendido. Foi recebido pelo Papa no Castelo de São Ângelo. O animal treinado ajoelhou-se três vezes perante o pontífice e aspergiu água sobre os cardeais e a multidão. Hanno tornou-se a mascote do Papa.

Muitos artistas não perderam a oportunidade de desenhar este exótico animal e Rafael pintou um fresco no edifício construído de propósito para o elefante Hanno. No entanto, este foi destruído um século depois, quando Bernini construiu a colunata, que decora a praça. 

Passados dois anos, Hanno adoeceu e deram-lhe um purgante à base de ouro, que fez piorar a sua saúde. Consta que morreu com o Papa ao seu lado. 

Durante muito tempo pensei que a expressão fare il portoghese fosse desta altura, mas numa viagem a Itália percebi ser posterior.



Uma amiga informou-me que o marido publicou recentemente um livro sobre a  importância histórica de 50 presentes diplomáticos. Estou curiosa por saber se o elefante Hanno é mencionado.

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