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sábado, 21 de dezembro de 2024

Jogo de Cartas Besique

 Gustave Caillebotte. Jogo de bezigue (ou bezique)

Quando vi este quadro na Exposição sobre Caillebotte no Museu de Orsay fiquei intrigada e deu-me vontade de aprender a jogar. Este jogo de cartas francês era muito popular no século XIX. Foi importado pela Grã-Bretanha e ainda lá se joga.

Perguntei ao meu filho se conhecia e ontem, quando chegou a minha casa para passarmos o Natal, fez-me a surpresa de trazer as regras e um contador de pontos antigo em ótimo estado, como se jogava no século XIX, que tinha  encomendado. Jogámos várias vezes. Eu ainda com as regras e a pontuação ao lado. Também trouxe as regras do Casino, que jogávamos muito quando  ele era adolescente. Deste último ainda me lembrava bem da maneira de jogar e das pontuações; mesmo assim perdi 31 a 32.




Com o telemóvel também se pode contar os pontos.


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

A Fuga para o Egito

 


Hoje recebi a bonita criação de bonecos de Estremoz a "Fuga para o Egito" de Inocência Lopes, encomendados quando visitámos Èvora Monte em março passado. As figuras chegaram bem embaladas e com o devido certificado. Trata-se de um belo exemplar, que reflete a qualidade e a ingenuidade dos "Bonecos de Estremoz", artesanato português declarado, em 2017, Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.


Juntei umas pirâmides que comprei em Gisé em 2017 e umas searinhas, cujo trigo trouxe da Madeira, dando-lhe uma envolvência pessoal.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

A aldeia de Natal com neve

 





A aldeia de Natal com neve foi comprada quando vivíamos nos EUA. Em Portugal só me recordo de a montar no escritório para os netos da minha prima, em 2010.

A menina desta fotografia nasceu quando viviamos nos EUA. Fez este mês 20 anos. Não a vejo há anos (só por fotografia). Quando se vive tempos longe da família existe a tendência para se perder a memória uns dos outros. E o tempo e a distância resultam, variadas vezes, em esquecimento. Assim, os laços esfumam-se na passagem das gerações se não há vontade para as pessoas se encontrarem. O período de Natal traz, porém, a nostalgia e a lembrança de familiares e amigos que o tempo afastou.    

Este ano, como o Natal é cá em casa, resolvemos montar a aldeia, mas dá trabalho e ocupa bastante espaço. Espero que os netos gostem, pois está no cantinho onde vêm TV.


No escritório,  há também uma árvore de neve...vai despertar ainda mais o entusiasmo para os netos irem passar uns dias na neve, que nunca viram de perto. Espero que tenham sorte no próximo ano...


Os meus filhos viveram em países com muita neve (foto1: Abant, Turquia e foto 2 no condomínio em Dartmouth) e estão desejando de levar os filhos a brincar na neve.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Chalet da Condessa de Edla







Hoje fui a Sintra e visitei o Chalet da Condessa e os jardins. Estava um dia lindo de céu azul, soalheiro e frio, a lembrar que o inverno está a chegar.

D. Fernando II (1816-1885), foi o príncipe consorte da Rainha D. Maria II (1819-1853), tendo-lhe sido atribuído o título de rei, após o nascimento do seu filho mais velho D. Pedro V. Do seu casamento com a Rainha de Portugal, D. Maria II, nasceram 11 filhos. A monarca morreu de parto aos 34 anos. 

D. Fernando conheceu e apaixonou-se por Elise Hensler (1836-1929) em 1860 no teatro São Carlos, após a ópera de Verdi Um Baile de Máscaras, na qual ela interpretava o papel do pajem Óscar. Elise nasceu na Suiça, mas aos 2 anos os pais emigraram para os EUA, onde teve uma educação cuidada orientada para o belcanto. Completou a sua formação em Paris e, em 1854, estreou-se no Scala de Milão. Em 1859 estreou-se em Portugal, no Porto, vindo mais tarde para Lisboa.

Em 1869 D. Fernando II e Elise casaram. Poucos dias antes fora-lhe concedido o título de Condessa de Edla. O casamento não foi bem recebido pelos filhos de D. Fernando nem pela generalidade da sociedade conservadora, talvez por ser mãe solteira e cantora de ópera.

Na segunda metade do século XIX, D. Fernando II, o criador do Parque e Palácio da Pena e a Condessa construíram o Chalet da Condessa, inspirados pelos palacetes alpinos, então em voga na Europa, com  interiores decorados de forma eclética e romântica.


No seu testamento D. Fernando II pede à Condessa que conserve a propriedade por eles criada e dos lugares preferidos do casal. Após a morte do monarca, a Condessa foi forçada a vender ao Estado o Palácio e o Parque da Pena, que o marido lhe deixara em testamento. Graças à rainha D. Amélia, continuará a habitar o chalet até 1910.


Em julho de 1999, em consequência do seu abandono, o chalet sofreu um incêndio, que destruiu grande parte do seu interior.





Em 2011, o chalet reabriu ao público depois de muitas obras de restauro. Visitei-o nessa altura e o seu interior estava vazio e mostrava ainda sinais de obras. Hoje, apesar de ter muito pouco mobiliário, constatei que a Parques Sintra têm adquirido, ao longo dos anos, algumas peças relacionadas com o chalet.

Silva Porto. O Palácio da Pena

Columbano Bordalo Pinheiro. A Condessa de Edla

Dois livros que pertenceram à Condessa


Terrina em porcelana da Manufatura de Viena do século XVIII


Cesto de piquenique e prato com monograma da Condessa


Parte de serviço de jantar com o monograma de D. Fernando


Alguns trabalhos de pintura de D. Fernando, cujo filho D. Luís e o neto, D. Carlos
 herdaram muito do seu talento


O interior está muito bonito e dá-nos a ideia de um ambiente romântico, que tirava partido das vistas magníficas para o Palácio da Pena e para o mar, que se avistava das varandas e, claro está, para elementos naturais como as Pedras do Chalet.









Este banco pertencia aos aposentos da Condessa no Palácio das Necessidades.












A visita ao chalet custa 9 euros por pessoa para reformados. Pode parecer um pouco puxado, mas o trabalho de manutenção da casa e do jardim deve ser avultado e depois fiquei a saber que têm comprado algumas peças em leilões para embelezar o espaço e recordar os seus criadores, por isso considero-o justo.


Em 1901, foi construída a Quinta da Condessa na Parede, que constava de um enorme terreno, uma mansão e casa do caseiro, onde a Condessa passava muito tempo depois de viúva para não se sentir tão isolada. Essa quinta deu lugar a um condomínio fechado, que mantém a casa, restaurada e foram construídos prédios de apartamentos.




Para sairmos do estacionamento perto do chalet, não podemos voltar pelo mesmo caminho. Tem que se dar  a volta à serra de Sintra e vamos ter a Colares, junto das praias e encaramos com o Palácio da Pena, de onde viemos (o chalet fica um pouco abaixo). Como não prescindo do meu pequeno almoço (hoje bem tardio) no centro histórico, subimos outra vez pelo lado de Nafarros...demorámos mais do que de Lisboa a Sintra... mas Sintra e a Pena valem sempre a pena.