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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Colete Histórico


1º maio  1974

O Dia do Trabalhador foi celebrado com muita efusão no Funchal.

Na mesma data  celebra-se o Dia de São Tiago Menor, padroeiro da cidade do Funchal. A homenagem a esse Santo remonta a 1521 e invoca a proteção contra a peste, que matou então centenas de madeirenses. As celebrações contam, habitualmente, com uma procissão e missa presidida pelo Bispo do Funchal, na Igreja do Socorro. Contudo, no 1º de maio de 1974, a grande manifestação no Funchal, não teve caráter religioso, pois, pela primeira vez, celebrava-se o sucesso do 25 de abril. O Liceu Jaime Moniz foi o local de encontro de estudantes, que depois se uniram a milhares de manifestantes pelas ruas do Funchal e eu participei.

Recordo que, dias antes, a minha mãe recebeu um telefonema a meio da noite (devido à diferença horária), que nos deixou sobressaltadas. Tratava-se da sua melhor amiga que vivia no Canadá, há muitos anos e que não sabendo bem o que se estava a passar em Portugal pedia-lhe que mandasse a minha irmã e eu para Toronto, onde vivia. Lembro-me de ouvir a minha mãe dizer-lhe que os acontecimentos eram de grande regozijo e que se o meu pai fosse vivo teria uma enorme alegria com o que se estava a passar, pelo que não queria que fossemos para o Canadá. Ao ouvir estas palavras sabia que a minha presença nas celebrações do 1º de maio estaria garantida...


Encontei este ano na garagem o colete que usei na manifestação. Veio da Madeira em 1976 e não me recordo de o ter vestido em Lisboa. 

Foi feito  e oferecido pela minha vizinha e amiga  Gabriela Oliveira.




Infelizmente, alguns colegas da fotografia já não podem celebrar os 50 anos do primeiro 1º de maio, porque já não se encontram entre nós.



Tanto entusiasmo e ingenuidade...



Saudades dos meus lírios do vale que se compram a 1 de maio (jardim em Bratislava 2023)


Colar de maios enviado hoje por uma amiga na Madeira. Uma tradição que se mantém.

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