No terraço da Sé de Évora
Página do Foral de Évora de 1501 concedido por D. Manuel I com uma vista Panorâmica da cidade cercada de muralhas e com a inscrição Ebura, colonia romana
Em 1986, a UNESCO inscreveu o Centro Histórico de Évora, na sua Lista do Património Mundial pelo sua herança cultural, artística e arquitetónica, devido à notável presença romana, medieval, renascentista e de períodos posteriores. No século XVI a cidade adquiriu um prestígio ainda maior. A corte passou a permanecer longas temporadas em Évora a partir do reinado de D. Manuel I, tendo como consequência a construção do Paço Real, de inúmeros palácios, casas de nobres, conventos e igrejas, que refletem a sua rica história. É também daquele século a fundação da Universidade de Évora.
Universidade de Évora
O edifício mais importante da Universidade de Évora é o Colégio do Espírito Santo, a partir do qual foi fundada a Universidade de Évora, em 1559, pelo Cardeal D. Henrique, Foi autorizada a funcionar como Universidade do Espírito Santo por bula do Papa Paulo IV, tendo sido depois entregue à Companhia de Jesus, que a dirigiu ao longo de dois séculos. Em 1759 foi encerrada por ordem do Marquês de Pombal, aquando da expulsão dos Jesuítas.
O edifício mais importante da Universidade de Évora é o Colégio do Espírito Santo, a partir do qual foi fundada a Universidade de Évora, em 1559, pelo Cardeal D. Henrique, Foi autorizada a funcionar como Universidade do Espírito Santo por bula do Papa Paulo IV, tendo sido depois entregue à Companhia de Jesus, que a dirigiu ao longo de dois séculos. Em 1759 foi encerrada por ordem do Marquês de Pombal, aquando da expulsão dos Jesuítas.
O Paço Real de Évora, Palácio de Dom Manuel I, outrora conhecido por Paço Real de S. Francisco foi mandado construir por D. Afonso V (1432-1481), que desejava ter em Évora um palácio para ficar instalado, fora do castelo. Foi depois ampliado pelos monarcas que lhe sucederam. Hoje em dia é o Centro Interpretativo da cidade de Évora.
As Muralhas de Évora são um dos deleites da cidade, as quais têm o poder de nos transportar a tempos remotos. Estão classificadas como monumento nacional desde 1922 e são parte integrante do conjunto do Centro Histórico.
A construção do Aqueduto da Água de Prata foi iniciada em 1532, por ordem de D. João III, sob direção do arquiteto régio Francisco de Arruda. Foram feitos 18 km de aqueduto desde a Herdade do Divor, onde se abastecia de água, até ao centro de Évora.
Durante o importante domínio romano, Ebora correspondia à atual cidade portuguesa de Évora. Recebeu mais tarde o título honorífico de Liberalitas Julia, por se ter mantido fiel a Júlio César nas guerras civis. É desse período o monumento mais conhecido da cidade, o Templo de Diana, edificado num dos seus pontos mais altos.
O Templo Romano e o Palácio de Cadaval ao fundo.
Estivemos, há anos, na Pousada de Lóios,
quando foi renovada e agora visitámos os jardins
A igreja do Palácio Cadaval remonta a 1485, tendo sido restaurada em 1957. Também é conhecida por igreja dos Lóios, por deturpação, uma vez que pertenceu à ordem de Santo Elói.
A Igreja de São Francisco de arquitetura gótico-manuelina foi construída entre os anos de 1480 e 1510 e está profundamente ligada à História de Portugal, mais precisamente ao período da expansão marítima, como podemos verificar nos símbolos da nave de abóbada ogival: a cruz da Ordem de Cristo e os brasões dos reis fundadores, D. João II (pelicano) e D. Manuel I (esfera armilar).
É aqui que se encontra sepultado Gil Vicente (c.1465-c.1536)
Gostei muito deste pelicano na Universidade. De facto, remonta à Antiguidade a utilização daquela ave como símbolo heráldico, tendo sido adoptada pelos cristãos e bastante utilizado como emblema nobiliárquico na época do Renascimento. Representava o esforço e dedicação dos soberanos pelos seus povos, pois atribuía-se ao pelicano a capacidade de auto-sacrifício, caso faltasse alimento às suas crias. D. João II adotou então o pelicano para sublinhar o seu total empenho no bem-estar do povo.
A marca da fachada principal da Sé é a sobriedade. As duas torres evidenciam claras dissemelhanças e seguem o modelo tradicional das catedrais românicas. A torre norte é a mais antiga e é encimada por um coruchéu octogonal manuelino, construído antes de 1501, pois já é visível no desenho do foral de Évora.
Aspecto exterior do zimbório e do terraço superior rodeado de ameias.
Vista dos claustros
A capela mor foi construída no século XVIII, com o apoio de D. João V. Substituiu uma românica, considerada demasiado pobre. É da autoria de João Frederico Ludovice, arquiteto do Convento de Mafra.
Nossa Senhora do Ó e Arcanjo S. Gabriel (século XV)
Orgão ibérico, único em Portugal (século XVI)
Uma curiosidade: este busto no trifório de um homem acompanhado das letras C.E., que se pode interpretar como constructor edis, representa um dos três arquitetos da catedral, Martim Domingues.
É um prazer andar pelas ruas de Évora. Há sempre algo novo a descobrir...
A Casa Cordovil é uma casa com vestígios de arquitetura gótica, nomeadamente abóbadas e portais e residência dos Morgados de Brito no século XVI. Destaca-se o mirante mudéjar. Em frente o chafariz das Portas de Moura da mesma época, composto de dois tanques retangulares, estando no principal em plano mais elevado, uma fonte em esfera de mármore com quatro carrancas.
O Palacete Barahona deve-se ao projeto imaginado, na segunda metade do século XIX, pelo arquiteto-cenógrafo italiano Giuseppe Luigi Cinatti. Situa-se próximo do jardim também por si idealizado, que servia de lazer à elite da sociedade eborense no século XIX. Foram as residências nobres e citadinas do abastado lavrador José Maria Ramalho Dinis Perdigão (1830-1884) e do advogado Francisco Barahona (1843-1905), o qual, formado em direito, dedicou-se principalmente à lavoura, tendo sido um abastado proprietário agrícola, que casou com a viúva do primeiro proprietário. Atualmente é o Tribunal da Relação de Évora.
Fachada do Museu do Artesanato que estava fechado, quando passámos perto.
Do que tínhamos planeado visitar, vimos quase tudo, à exceção do Museu de Évora. Quando estávamos perto, fechou para almoço. Depois fomos visitar outra zona mais afastada e almoçar umas ricas migas com carne de porco e as pernas já não aguentavam mais. Ficou a promessa de regressarmos no outono e ficarmos uma noite.
Espero então ver um dos mais importantes conjuntos de pintura flamenga existentes em Portugal...
Évora, 30-8-2025

