Piero della Francesca nasceu e morreu (1492) em Sansepolcro, uma pequena cidade da Toscania. O primeiro registo conhecido deste pintor renascentista é de 1439, quando era discípulo de Domenico Veneziano em Florença.
A encomenda do retábulo dos Eremitas de Santo Agostinho feita pelo mercador Angelo di Giovanni di Simone a Piero della Francesca não constituía tarefa fácil. A 4 de novembro de 1454 deram-lhe um prazo de oito anos para a sua execução, mas Piero só o terminou em 1469. Tinha entre mãos algumas das suas obras maiores como os frescos de Santa Cruz na Igreja de São Francisco de Arezzo (1452-57), o altar da Misericórdia de Sansepolcro (1460-62), o Retábulo de Santo António de Perugia (1467-69), além de trabalhos para o duque de Urbino e o Papa Pio II.
O futuro do retábulo, entretanto remontado numa igreja paroquial, revelou-se atribulado. A tábua central dedicada a Nossa Senhora desapareceu, mas felizmente as tábuas maiores: Santo Agostinho, o Arcanjo São Miguel, São João Evangelista e São Nicolau Tolentino ainda se conservam embora dispersas.
Na exposição agora patente no Museu Nacional de Arte Antiga estão em exibição os dois Santos que iniciavam e fechavam o retábulo: Santo Agostinho, que pertence ao espólio do Museu em Lisboa e a obra convidada: São Nicolau de Tolentino do Museu Poldi Pezzoli, em Milão.
São Nicolau Tolentino
Uma pesquisa rápida aos meus catálogos de museus e na net mostraram que o Arcanjo São Miguel está na National Gallery em Londres e São João Evangelista, assim como três painéis da predela estão no museu Frick Collection em Nova Iorque, todas elas obras fantásticas.
Em 2014 tive o prazer de conhecer os frescos de Piero della Francesca na Basílica de S. Francisco em Arezzo.
Em seguida dei uma volta pelo museu. Fui ao terceiro andar ver o restauro dos painéis de S. Vicente, que sofreu um atraso com a pandemia.
Vi a exposição temporária de desenhos de crianças de Domingos Sequeira. Neste caso a mulher e a filha e no terceiro andar obras daquele artista, algumas adquiridas recentemente.
Nunca vi a baixela Wellington, que está em Londres (
Apsley House) e foi desenhada por Domingos Sequeira. Está nos planos futuros...
O que não gostei de ver no museu:
1- Poucos visitantes, num dia que a entrada até é grátis.
2- Ter de deixar a minha mala num cacifo. Estava praticamente vazia (telemóvel, carteira, lenços de papel). A senhora nem quis que mostrasse. Por motivos de segurança tinha de ir para o cacifo. A mesma funcionária nem sabia onde era o elevador....
3-
Ver que a publicidade da exposição temporária, que visitei no principio do ano e terminou em março ainda estava à vista....
4-
As janelas que dão para a rua sujíssimas e com vidros partidos. Inadmíssivel num museu nacional.