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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Afinal o que é um Snob?


 A primeira edição da revista The New Yorker com a imagem que se tornou mascote da revista.

Acabei de ler "Os Ricos" de Maria Filomena Mónica (A Esfera dos Livros, 2018), um interessante retrato sociológico das famílias mais ricas de Portugal, nos últimos dois séculos. Aí a autora explica a origem do termo snob:
" O termo snob provém do costume de os colégios de Oxford e Cambridge escreverem a expressão sine nobilitate, ou a sua abreviatura s.nob, por baixo dos nomes dos estudantes que, ao  apresentar-se a exame, não usufruíam do estatuto de nobre. No principio de Oitocentos um snob era alguém que não tinha antepassados de sangue azul. Com o tempo, o termo adquiriu um sentido alargado, incluindo não só quem gostaria de ser nobre mas, até certo ponto, os próprios nobres" (pag. 288).

A primeira vez que me vi inserida num ambiente que considerei muito hostil e snob, foi precisamente em Oxford, em 1976, quando passei um fim de semana com uma família inglesa, conhecida da mãe da  amiga (também ela inglesa), que me acompanhou numa viagem de interrail pela Grã Bretanha. A Revolução de Abril ainda era assunto quente de conversa na Europa e não sei quem resolveu dizer a esta família que eu era socialista. Fui um motivo de chacota e não consegui fazer passar a minha mensagem ingénua. Prefiro recordar a sobremesa: comi pela primeira vez framboesas com gelado de baunilha e estava mesmo bom... No fundo o que eu queria era não haver pobreza. A propósito de recordações dessa época, lembrei-me agora de um momento, que se dizia ter envolvido Otelo Saraiva de Carvalho e um membro do governo sueco, quando perguntaram aquele militar português, qual a sua ambição politica e ele respondeu "Quero acabar com os ricos" ao que a parte sueca teria respondido: " Nós, aqui, queremos é acabar com os pobres".

Na Madeira fui a uma festa de um colega meu, quando ainda andava no liceu. Lembro-me dos criados fardados e o ambiente de ostentação. Quando me perguntaram qual o chá que queria numa lista enorme, onde não aparecia o mais corriqueiro usado lá em casa, fixei um e respondi da mesma maneira. Aqui eu estava no gozo, o que não aconteceu em Inglaterra. Aquele ambiente pouco natural  tem a sua explicação: o meu colega além de muito feio, não tinha graça e as suas conversas eram insuportáveis. Talvez assim, exibindo a sua riqueza... pensasse agradar a alguém...

Hoje em dia, encontramos outro tipo de snobeira: a intelectual, sobretudo se houve na educação uma passagem por universidades britânicas elitistas. Não é que há pouco tempo, na minha casa tiveram o desplante de dizer, olhando para as mesas de cabeceira do meu quarto. " Não me digam que andam a ler o Lee Child. Por favor, escondam isso". Só que a idade e o meu estatuto já me ensinaram muita coisa e respondi: " Olha, vai ver se está a chover"...

3 comentários:

  1. Sempre gostei do Jack Reacher.....e então no cinema, nem se fala!
    É o meu eterno crush com o Tom Cruise ��

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    1. Também gosto muito de Tom Cruise. Gostei de saber pormenores de filmagem para não parecer tão baixo, quando visitei Hollywood. interessante interpretar Jack Reacher, tão alto...

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  2. Estes snobs de influência britânica são péssimos ;)

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