Os posts do meu blog são muitas vezes influenciados por
leituras, que me levam a pesquisar um pouco para depois escrever. O de hoje teve
a sua origem na imagem de um azevinho na página oficial de uma câmara municipal portuguesa e convidava as pessoas a ir lá dar o "tradicional beijo
debaixo do azevinho". Ora nem esta é uma tradição portuguesa nem a inglesa
"a kiss under the mistletoe" se refere ao azevinho (holly, em
inglês). Como sabemos este é um arbusto que pode crescer até formar uma
autêntica árvore, mas as suas folhas são espinhosas e não dava jeito nenhum se
meter debaixo do azevinho para receber um beijo e ficar toda arranhada...
O mistletoe (visco em português) corresponde a uma planta parasita, que cresce em ramos de diferentes árvores e tem bagas brancas com aspeto viscoso.
No inverno, quando as árvores já estão despidas das suas folhas, nota-se o visco que se mantém verde.
A origem da importância do visco remonta à mitologia nórdica:
Balder, o mais belo e favorito dos deuses nórdicos, teve um sonho a anunciar a sua morte. A sua mãe, Frigg, conseguiu que todas as criaturas vivas jurassem que não lhe faziam mal Os deuses atiraram-lhe então todo o tipo de objetos afiados e confirmaram alegremente a sua imunidade No entanto, esqueceram-se de falar com uma planta insignificante, o visco. Foi desse modo que o deus Loki fez uma seta afiada de visco e matou Balder.
O visco tem propriedades medicinais e desde há muito que está associado à vida e fertilidade, assim como ao amor e amizade.
Todavia, não se sabe de facto qual a relação daquela lenda mitológica com o costume de dar um beijo debaixo do mistletoe, tradição que só apareceu em Inglaterra no século XVIII.
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