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domingo, 30 de novembro de 2025

Aquecedor de mãos

 


Recentemente no Museu de Arte de Hong Kong vi esta peça, que me pareceu muito bonita. Explicava-se que podiamos colocar carvão para aquecer as mãos dos "literatos", escritores ou pintores e que foram introduzidos na Corte Imperial da dinastia Qing, tendo a sua produção ganho notoriedade e sofisticação.

Fez-me recordar esta peça, também bonita, que o meu marido me ofereceu em Bucareste, onde a comprou num antiquário.

Almoço de família

 


Domingo passado tivemos um almoço de família com todos os netos. 

A minha neta Beatriz oferece-se sempre para escrever a ementa. 

Resolvi fazer Amèijoas à Bulhão Pato, que são sempre do agrado dos mais novos. A receita deu-me uma senhora velhinha e muito simpática, que encontrei no supermercado e estava a comprar "uma tonelada" de amêijoas congeladas, para toda a família. Vi o seu entusiasmo em dar-me a receita, que acertava sempre, experimentei e resultou. Já repeti algumas vezes. Como tenho sempre de procurar o papel que escrevi à pressa, embora tenha muitos livros com a receita muito semelhante decidi passá-la para o blogue...


Põe-se de molho durante pelo menos 1 hora as amêijoas congeladas. Depois tiram-se com cuidado com uma colher para não levantar a areia que ficou no fundo e lava-se bem no escorredor.
Numa panela junta-se uma boa porção de azeite e muito alho esmagado. Quando o alho alourar um pouco juntam-se as amêijoas. Mexe-se. É rápido (quando abrirem estão prontas). Junta-se sal, um pouco de piripiri (que nunca deitei porque são para crianças. Em vez disso deito um pouco de mostarda para engrossar o molho e vinho branco). Quando estão prontas, antes de servir, deita-se sumo de 1 limão e muitos coentros cortados miúdo.

As vieiras gratinadas são deliciosas. Fiquei uma apreciadora de Scallops quando vivia em Massachusetts. As que servi comprei congeladas no Supercor.

Os Bifes com queijo Roquefort são uma receita do chef grego, com quem tive algumas aulas com a minha filha. Gosto muito, porque aprecio queijo roquefort, mas não é para todos... As crianças comeram bife grelhado feito pelo meu genro, com arroz de cenoura, ervilhas tortas e couves de Bruxelas.

A sobremesa foi especial: Charlotte Russe..

Charlotte Russe

Diz Fortunato da Cãmara em "Os Mistérios do Abade de Priscos" que as Charlotte são uma homenagem à princesa alemã Charlotte Sophie de Mecklenburg-Strelitz, que se tornou rainha de Inglaterra ao casar-se com Jorge III. Apesar da receita original ser feita com maçãs, dá-se uma grande transformação da autoria de Antonin Carême, que trocou o pão da receita inglesa por palitos La Reine, na altura que foi cozinheiro de Talleyrand, figura histórica com percurso extraordinário, pois foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Napoleão e de Luís XVIII.



Charlotte Russe da minha Mãe

Mousse de Chocolate (feito com 200g chocolate Pantagruel, 6 ovos, 1 c sopa manteiga, 5 c sopa açúcar), palitos La Reine embebidos em vinho Madeira Malvasia, natas batidas para decorar, raspa de chocolate de leite Cadbury, pistácios, amêndoas.

Forra-se uma forma de fundo solto no fundo e à volta com palitos cortados à medida e com a parte achatada virada para dentro. Depois deita-se uma parte da mousse, lascas de chocolate, amêndoas, pistácios, palitos esfarelados, outra camada de mousse e assim sucessivamente até acabar. Faz-se de véspera e mete-se no frigorifico No dia seguinte guarnece-se com natas batidas, raspa de chocolate, amèndoas e pistácios. (a receita da minha mãe leva passas, mas eu não deito, porque o meu filho não gosta). Na hora de servir retira-se o aro da forma e coloca-se uma fita com um laço.

Nota: fiz duas receitas de mousse de chocolate, porque a minha forma é grande. Aproveitei para fazer quatro pequenas taças com os palitos embebidos em leite em vez de Vinho Madeira para as crianças.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

O Chafariz d’ El Rei


Chafariz d’el Rey, c. 1570-80

Anónimo, pintura flamenga
Óleo sobre madeira. Coleção Berardo Lisboa, Portugal



O chafariz, construído no século XIII, nos reinados de D. Afonso II e de D. Dinis, era a principal fonte de água potável da capital, aproveitando a excelente qualidade das águas da encosta de Alfama. Estava encostado à muralha da cidade e tinha seis bicas em forma de cabeças de animais, cada uma exclusiva de um grupo social.

O traçado do chafariz foi-se alterando em função da sua natural degradação e dos sérios danos causados pelo terramoto de 1755, pelo que a imagem do chafariz atual ficou definida após obras efetuadas no século XIX. Atualmente possui apenas três bicas metálicas.

O Palacete Chafariz d’ El Rei, nome da fonte sobre a qual se ergue, foi mandado edificar por João Antonio Santos em 1909, quando regressou do Brasil com fortuna e queria ostentar a sua riqueza. Problemas familiares relacionados com a herança provocaram a degradação do prédio, porém, em 2009, impressionou um espanhol que o conseguiu comprar e restaurar com a ajuda da Fundação Espírito Santo.

Hoje em dia é um hotel de 5 estrelas e um sítio muito agradável, onde podemos ir tomar chá. Só não convém tentar levar o carro, porque não se pode estacionar perto. Deixámos o carro junto do Centro de Estudos Judiciários e apanhámos um táxi...



Quando cheguei a casa lembrei-me que tinha o livro que esteve na base da exposição no MNAA em 2017: A Cidade GlobalApresentava 2 pinturas com vista da Rua Nova dos Mercadores (capa do livro e folheto da exposição), a qual foi totalmente destruída pelo terramoto de 1755 e ainda, da mesma época, a pintura da coleção Berardo sobre o Chafariz Real. Habitualmente não se pode tirar fotografias nestas exposições temporárias  e só me recordo do que vejo agora no folheto...

 Ontem, fui com a minha amiga Margarida tomar chá ao Palacete. Gostámos muito de ver a recuperação do edificio. O senhor que nos atendeu foi muito prestável e simpático, mostrando-nos algumas das belas salas, que mostram o magnífico trabalho de restauro e, no final, simpaticamente, até nos acompanhou ao táxi, porque acontece o engano com os dois locais, onde os táxis podem parar.
Foi uma tarde muito bem passada, com algumas peripécias para mais tarde recordarmos...










terça-feira, 25 de novembro de 2025

Em Hong Kong

 

Youquoa. A Ilha de Hong Kong e o porto em 1850.
Museu de Arte de Hong Kong

Hong Kong significa porto perfumado, talvez da queima de incenso nos diversos templos

Do cimo do Pico Vitória

Logo no primeiro dia que chegámos a Hong Kong o guia avisou-nos que podíamos utilizar as redes sociais, que não eram bloqueadas. Foi uma alegria. Recebemos fotografias, vimos mensagens e lemos notícias.

Ficámos no hotel Nina, uma magnata de Hong Kong, que chegou a ser considerada como a mulher mais rica da Ásia. Na primeira noite, antes de irmos a Macau, ficámos no andar 43 e julgava que nunca tinha ficado tão alto, mas quando regressámos ao mesmo hotel depois de Macau, atribuíram-nos um quarto ainda mais acima no 66. E para chegarmos a ambos era necessário tomar dois elevadores; já a sair do primeiro no andar 41 até os ouvidos se ressentiram. Achei espantoso a água do duche, que saía logo quente e em abundância.

Reparei, especialmente aqui, que o guia gostava muito de falar de dinheiro, indicando apartamentos com 130 metros quadrados alugados mensalmente por 20 mil dólares americanos. Como o espaço é pequeno e a procura é muita, os andares atingem valores exorbitantes e a maioria da classe média vive nuns de 35 metros quadrados...


Durante a Guerra do Ópio (1839–1842), Hong Kong foi ocupado pelo Reino Unido e, em 1898, a China cedeu o território por um prazo de 99 anos. A nova colónia britânica passou a ser um importante centro de comércio. Hong Kong é uma cidade conhecida pelo seu porto natural e um horizonte de múltiplos arranha-céus, que, à distância, parecem sobrepostos uns nos outros. É um dos principais centros financeiros internacionais, caracterizado pelo baixo nível de impostos e a sua moeda é a oitava mais negociada no mundo. O dólar de Hong Kong não é emitido por um banco central, mas por dois bancos comerciais autorizados e pelo banco central chinês, ao contrário da maioria das economias, pelo que as notas do mesmo valor podem ter diferentes imagens.
Margaret Thatcher tentou renegociar o prazo, mas a China não aceitou; e, em 1997, o território de Hong Kong foi reintegrado na China com um sistema autónomo especial, algo semelhante ao que seria, mais tarde, acordado para Macau.




Devido aos anos de domínio britânico vêm-se muitos autocarros de dois andares e a condução é feita pela esquerda.


Reparámos, que apesar da autonomia, a bandeira de Hong Kong é sempre colocada abaixo da bandeira da China. Exatamente como em Macau.

A bauhinia é a flor da bandeira de Hong Kong, apresentada na cor branca e estilizada com 5 pétalas


O território de Hong Kong é composto por um conjunto de mais de 200 ilhas (a ilha de Lantau, onde se encontra o aeroporto é a maior), a Ilha de Hong Kong, a mais populosa, a Península de Kowloon, (contígua à China continental, é uma área densamente construída com arranha-céus e edifícios mais antigos).

 Kowloon signifca 9 dragões, que vivem nas montanhas (nos arredores da cidade). O dragão é o protetor da cidade e muitos prédios na península de kowloon têm um buraco ao meio para o dragão poder passar. Curiosa esta tradição numa cidade tão desenvolvida e permanentemente buliçosa.



Os buracos nos edificios







Passeio de barco no porto de pesca














Passeio na praia ao anoitecer











Mercado de rua


Museu de Arte

Prato com bouquet de flores de lótus. Dinastia Ming (séc XV)
No simbolismo budista, o significado mais importante da flor de lótus é a
 pureza do corpo e da mente

Caixa coberta em cerâmica celadon séc X-XI com motivo de peónias, 
que representam amor, riqueza, honra e boa sorte.


Cantão era um centro de comércio entre o Oriente e o Ocidente e muitos produtos eram feitos em Hong Kong. Este serviço de prata com motivo de folhas de bambu é do século XIX.





Signo do Galo 





Gostei de Hong Kong, uma metrópole que combina a influência colonial inglesa com a tradição chinesa.



Entrega de souvenirs em casa