De Busan, na Coreia, até Aomori passámos um dia inteiro a navegar. Ao atravessar parte do Mar do Japão, pela primeira vez neste cruzeiro, o mar esteve muito revolto de noite e acordei com o balanço. Não gosto da sensação de estar pouco firme.
De dia continuou o vento e não pudemos ir à varanda.
Quando chegámos a Aomori, a mais pequena cidade que visitámos no cruzeiro, fomos avisados que tínhamos de passar por toda a burocracia de quem entra num país, pois de facto e pela primeira vez na viagem não vínhamos de um porto japonês, mas sim da Coreia do Sul.
O processo de saída do navio foi bastante lento. Normalmente, o local de encontro das pessoas que tinham excursões marcadas era no teatro e, conforme chegávamos, à hora marcada, davam-nos um sticker com o número da camioneta. Desta vez não havia maneira de anunciar o nosso grupo para seguir para o porto, pois as pessoas que tinham saído antes ainda estavam à espera. Quando chegou a nossa vez percebemos o que se passava: nas pequenas instalações portuárias tinham sido montadas 12 secretárias, cada uma com um número, um funcionário com um computador e uma máquina, que lia as nossas impressões digitais e tirava a fotografia, como no aeroporto, à chegada. À noite quando chegámos, a grande tenda estava vazia, já tinham retirado tudo. Não devem estar habituadas a receber tanta gente de uma vez. A excursão partiu com duas horas de atraso e a guia pediu várias vezes desculpa pela má impressão que o seu governo causara. Foi a última guia que tivemos e a que se exprimia melhor em inglês. Tinha sido professora de língua inglesa e agora dedicava-se a este novo trabalho. Morava em Tóquio e tinha chegado de véspera no comboio bala (cerca de 3 horas) para preparar a nossa visita. Realmente uma das coisas que me surpreendeu no Japão foi a falta de fluência em inglês da maioria das pessoas, mesmo muito jovens. Todas as guias tinham outra coisa em comum: eram todas muito baixas, fazendo-me sentir mais alta. Também não estava habituada, que as guias contassem pormenores da vida pessoal, mas no Japão falam com muita desenvoltura da família, o que fazem, os gostos, etc. Surpreendeu-me já que são tão discretos...Deve ser dificil a organização destas excursões com guias a virem de tão longe...
Informações, que gosto que contem, sobre a história do país e da cultura, deram sempre poucas informações. Todas referiram, até pelos locais que visitámos, foi o incontornável xógun Tokugawa, fundador do regime que governou o Japão durante 250 anos (e expulsou os portugueses, reprimindo igualmente o cristianismo, temas históricos nunca abordados).
Na cidade de Hirosaki, a nossa primeira paragem foi num centro de artesanato, onde vimos os artesãos a trabalhar ao vivo, desde bordados a laqueado. Achei muito interessantes e bonitos alguns trabalhos.
O tradicional laqueado japonês e a caixa que comprei para a minha coleção... o bordado tipico...
Foi aqui que comprei o comboio de madeira para o Theo...
Aomori produz muitas maçãs. Vimos macieiras pelo caminho carregadas de fruta e neste centro também havia uma...
2,50 Euros |
Já estava preparada para comprar a fruta à peça.... para os preços é que não....no entanto, como eram saborosas...
No dia 1 de outubro o IVA no Japão subiu de 8% para 10%. É pouco cómodo o imposto não estar incluído no preço marcado dos produtos, pois quando vamos pagar são mais 10%...
Depois fomos assistir a um espetáculo de música tradicional e a uma exposição de espetaculares lanternas, que saem à rua no festival Nebuta Matsuri, em agosto.
A visita a Aomori terminou com a visita ao castelo de Hirosaki e aos espetaculares jardins...
E foi pouco depois da partida do navio, que fomos informados estar a voltar para trás. Não íamos chegar ao nosso porto de destino -Yokohama- no dia 11, como previsto, mas sim dia 14, devido ao tufão. Dirigíamo-nos agora a Nagasaki... e o final, o fim-de-semana antes do nosso regresso marcado pela ventania ciclónica e um tremor de terra, já contei...
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