Busan, a segunda maior cidade da Coreia do Sul, foi o nosso próximo destino depois de Fukuoka. Apesar de termos de passar pelo serviço de Estrangeiros e Alfândega, tudo foi bem organizado e sereno, atendendo à quantidade de pessoas, que tinham excursões marcadas ou simplesmente queriam ir ver a cidade por sua conta.
Os portos raramente dão boas vistas das cidades, sobretudo no Japão onde são enormes e este, na Coreia, também não foi exceção.
Aliás, em todos os portos onde desembarcamos podíamos ver logo à chegada, pela manhã, as camionetas à espera dos passageiros, que partiam em excursão.
A primeira paragem foi no Oryukdo Skywalk, uma ponte de vidro de 15 metros de comprimento sobre uma armação de ferro, num penhasco 35 metros acima do mar. É aqui que se juntam os mares do leste e sul. Abriu há 6 anos.
As pessoas faziam fila para lá andar e, logo que comecei a olhar para baixo, não fui até ao fim...
De seguida partimos para o Templo Tongdosa, que faz parte de um conjunto de três entitulados de "Três Jóias do Budismo". Tongdosa tem uma reliquia do próprio Buda (um fato cerimonial- Kasaya, uma taça e um osso do crânio), representando-o assim. Por esta razão não há no exterior estátuas do Buda. O Templo Haeinsa tem o Canon Budista, (os ensinamentos, Dharma) gravado em madeira e o Templo Songgwangsa representa a comunidade Budista (Sangha), porque produziu 16 grandes Mestres do Budismo. Ficam todos na Coreia.
O Templo Tongdosa perto de Busan, Coreia do Sul, foi fundado no ano 646 BC pelo monge Jajang, quando regressou da China, onde esteve a estudar o Budismo com os grandes Mestres. É composto por um complexo de diversos santuários com diferentes funções e inclui um centro de formação de monges.
Os templos estão em harmonia com a natureza, junto a florestas e riachos, onde o sossego é dominante e promotor da meditação.
Normalmente encontramos uma ponte. Não é uma ponte comum. Simboliza a travessia do oceano do sofrimento para a felicidade da iluminação.
Hamabi é um sinal cravado na pedra, indicando que os cavaleiros devem desmontar, porque perante Buda são todos iguais.
Também encontramos mastros, onde eram colocadas bandeiras a informar acerca das principais atividades do templo.
Na porta dos Quatro Reis Celestiais encontramos duas figuras musculadas e ameaçadoras de cada um dos lados do portão, que protejem o templo do mal. Na mão têm um dragão, uma espada, uma jóia, um ceptro, uma estupa (monumento construído sobre os restos mortais, geralmente cremados, de uma pessoa importante na religião budista) e um alaúde.
O Pavilhão do Sino, tocado para despertar os seres no céu e inferno.
São tocados 4 instrumentos: um tambor, para os seres na terra; um peixe em madeira, para os seres na água; um gongo em forma de nuvem, para os seres no ar; e um sino para aliviar os seres no inferno.
São tocados 4 instrumentos: um tambor, para os seres na terra; um peixe em madeira, para os seres na água; um gongo em forma de nuvem, para os seres no ar; e um sino para aliviar os seres no inferno.
A religião tradicional da Coreia é o Budismo. Há diferentes tipos de Budismo. Na Coreia não se encontram estátuas de Budas monumentais a dominar e a competirem com a natureza e as pessoas, como encontrei noutros países asiáticos.
Quem foi Buda?
O Buda foi Sidarta Gautama, nascido na região dos Himalaias, há cerca de 2.500 anos. Fazia parte de uma família rica da região. O pai era o rei Sudodana, de Kapilavastu e a mãe a bela rainha Maya. Teve uma vida repleta de luxo e segurança, até os 29 anos de idade. A família não permitia que ele entrasse em contato com a vida fora do palácio e, portanto, desconhecia a miséria.
Porém, quando entrou em contato com a pobreza de grande parte da população e com o sofrimento humano, resolveu mudar radicalmente de vida. Saiu do palácio, deixou a mulher e a restante família e começou a procurar explicações para o sofrimento humano.
Certo dia, depois de tomar banho nas águas do rio Nairanjana, sentou-se debaixo de uma figueira e meditou. Naquele lugar, após aqueles anos de observação e experiência, descobriu finalmente a verdade, alcançando a iluminação e passando a chamar-se a si próprio Buda (o iluminado). Tinha então 35 anos. Conforme a tradição, até aquele momento, o príncipe Sidarta não era o Buda.
Assim e conforme os budistas, Buda não foi uma divindade, nem qualquer espécie de deus, nem um profeta, como há em muitas religiões. Foi um homem que encontrou a verdade e procurou, a partir desse momento, viver segundo os princípios da sua revelação. E passou então a divulgar o resultado da sua iluminação, depois daquele seu percurso. O princípio básico do budismo é a busca pela anulação dos desejos materiais como meio de terminar com o sofrimento. Para tanto, será necessário o desenvolvimento de ações e pensamentos corretos (positivos). Sidarta Gautama é considerado também um dos principais filósofos da tradição conhecida como Filosofia Oriental. Diz-se que viveu até aos 80 anos, pelo que, durante quarenta e cinco, ensinou o caminho, que ele próprio encontrara através da meditação, depois de primeiro ter rejeitado a sua vida protegida e confortável.
Após uma pequena lição sobre Budismo, que a nossa guia confessou ser a sua religião, perguntou em que é que nos podia ajudar. Disse-lhe que gostava de ver a célebre porcelana jade Coreana. Não podia ter sido mais simpática. Aconselhou uma loja de duty free, que podiamos visitar se apanhássemos um táxi no porto. Como os taxistas não falam inglês, como a maioria no Japão, escreveu a morada para ir e regressar ao porto de um lado de um papel e do outro o seu telefone, se tivessemos qualquer dúvida. Até telefonou para a dita loja e disse que estariam à nossa espera (pediu o nosso nome). Assim fizemos...
Logo que chegámos a uma loja toda finória com a maior parte de marcas europeias vimos duas jovens sorridentes e simpáticas, que presumi seriam as tais à nossa espera.
Perguntei: Green jade porcelain?
Resposta: Porcelain ih ih ih.
Apontou para o segundo andar. Fomos lá e NADA...
Desconsolados, regressámos ao porto...E assim acabou a nossa muito breve estadia na Coreia...
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