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sábado, 20 de janeiro de 2024

O Palácio de Belém


O Palácio de Belém  é desde a implantação do regime republicano em Portugal, em 1910, a residência oficial do Presidente da República.  Apesar dessa sua relação com a república, a história deste palácio tem quase 500 anos.



O Palácio foi construído pelo fidalgo, poeta e diplomata Manuel de Portugal, em 1559. 

Passou para os Condes de Aveiras, os quais empreenderam muitas transformações na propriedade, acrescentando duas alas laterais às três originais, transformando a casa num palácio, no princípio do século XVIII.

D. Catarina de Bragança chegou a Portugal em 1693, depois de ter ficado viúva de Carlos II de Inglaterra e os Condes de Aveiras emprestaram-lhe o palácio, onde viveu enquanto esperava a conclusão do seu palácio no Campo Santana, o Palácio da Bemposta (foi a primeira rainha a habitar o palácio).

Em 1726, D. João V comprou toda a propriedade ao 3.º conde de Aveiras, descendente do primeiro proprietário, assim como várias quintas próximas.

A entrada no palácio faz-se pela rampa do Pátio dos Bichos. Por aqui entram os convidados do Presidente da República e visitas oficiais. Na escada de acesso à Sala das Bicas podemos ver o pórtico de pedra (anteriormente exterior) e os vitrais das janelas posteriormente introduzidas.


A Sala das Bicas aparece frequentemente na televisão, sempre que os convidados do Presidente da República prestam declarações aos jornalistas. Tem chão de mármore preto e branco, reposteiros em cor escura com o escudo de D. João V (sem coroa). Tem duas bicas, do tempo do conde de Aveiras, que dão o nome à sala. Nas paredes azulejos do século XVIII e bustos de jaspe representando imperadores romanos.


O teto de madeira pintado é do século XVIII




A casa de jantar fica à direita da Sala das Bicas. É utilizada para refeições até 24 pessoas. Tem uma bela vista para o jardim e o rio.








Na parede quadros representando os cinco sentidos.









Porcelana de Sèvres oferecida a D. Maria II pelo seu casamento
Porcelana da Vista Alegre oferta a D. Pedro V 


Sala Dourada.

Por trás da Sala Dourada existe uma pequena capela ou oratório, onde foram batizados o Rei D. Manuel II e o seu irmão, o príncipe Luís Filipe, e, ainda,  o segundo filho do Presidente Ramalho Eanes.




Nesta capela, do tempo de D. João V estão expostas quadros de Paula Rego encomendados por Jorge Sampaio, as quais partilham o pequeno espaço com duas esculturas do século XV.





Sala Império, assim conhecida por estar decorada com móveis desse estilo. No teto D. João VI


Sala dos Embaixadores, onde os Embaixadores estrangeiros apresentam credenciais.. É dominada por um bonito tapete Beiriz e dois valiosos potes de porcelana chinesa. O candeeiro é de Murano, comprado por D. Fernando II. No teto os brasões de Bragança e Orleães. Comunicando com esta sala fica o Gabinete de Trabalho do Presidente, cuja decoração tem mudado conforme os gostos dos presidentes (chegou a ser o quarto de dormir de D. Amélia).





E lá estava a cadeira dos leões...


A cadeira dos leões da autoria de Pierre Dejante, reconhecido artista do mobiliário, estabelecido em Lisboa desde os anos 20 do século XIX. Terá sido executada para o rei D. Pedro V, em 1858.






A mesa das reuniões semanais entre o Presidente e o Primeiro Ministro.










Não gostei da cor nem do material do sofá (nem dos cortinados). O bonito tapete persa merecia melhor...





Dos quadros só gostei do retrato de Pedro Alexandrino, pintor famoso do século XVIII.








Em relação à primeira  fotografia no Gabinete do Presidente Cavaco Silva, em 2014, o candeeiro arte nova e a bonita mesa de apoio não estão presentes e já eram do tempo de Jorge Sampaio. Só o Grandfather clock permanece.

Esta foi a última sala visitada. Regressámos à sala anterior onde saímos para o terraço, que foi acrescentado para aumentar o espaço deste pequeno palácio. Não existia originalmente.


Os azulejos do século XVIII foram trazidos de outro local, mas não se sabe qual.








No edificio Arrábida, D. Carlos mandou erguer um andar superior, com  grandes janelões. Esse piso foi transformado em dois ateliers de pintura: um para D. Carlos e outro para D. Amélia.





Além da visita aos salões protocolares há frequentemente exposições no palácio Recordo-me especialmente da dos carros dos Presidentes, das caricaturas de Mário Soares (1995), dos Presépios e, mais recentemente, outras mais pequenas como a de Maria de Lurdes Pintassilgo e a feira do livro.


No final comprei a terceira caixa de comprimidos do Museu da Presidência, com desenho exclusivo, a da bandeira. A rosácea e o cavalo são cópias de presentes de estado, compradas em visitas anteriores...


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