O Palácio de Belém é desde a implantação do regime republicano em Portugal, em 1910, a residência oficial do Presidente da República. Apesar dessa sua relação com a república, a história deste palácio tem quase 500 anos.
O Palácio foi construído pelo fidalgo, poeta e diplomata Manuel de Portugal, em 1559.
Passou para os Condes de Aveiras, os quais empreenderam muitas transformações na propriedade, acrescentando duas alas laterais às três originais, transformando a casa num palácio, no princípio do século XVIII.
D. Catarina de Bragança chegou a Portugal em 1693, depois de ter ficado viúva de Carlos II de Inglaterra e os Condes de Aveiras emprestaram-lhe o palácio, onde viveu enquanto esperava a conclusão do seu palácio no Campo Santana, o Palácio da Bemposta (foi a primeira rainha a habitar o palácio).
Em 1726, D. João V comprou toda a propriedade ao 3.º conde de Aveiras, descendente do primeiro proprietário, assim como várias quintas próximas.
A entrada no palácio faz-se pela rampa do Pátio dos Bichos. Por aqui entram os convidados do Presidente da República e visitas oficiais. Na escada de acesso à Sala das Bicas podemos ver o pórtico de pedra (anteriormente exterior) e os vitrais das janelas posteriormente introduzidas.
A Sala das Bicas aparece frequentemente na televisão, sempre que os convidados do Presidente da República prestam declarações aos jornalistas. Tem chão de mármore preto e branco, reposteiros em cor escura com o escudo de D. João V (sem coroa). Tem duas bicas, do tempo do conde de Aveiras, que dão o nome à sala. Nas paredes azulejos do século XVIII e bustos de jaspe representando imperadores romanos.
A casa de jantar fica à direita da Sala das Bicas. É utilizada para refeições até 24 pessoas. Tem uma bela vista para o jardim e o rio.
Porcelana de Sèvres oferecida a D. Maria II pelo seu casamento
Porcelana da Vista Alegre oferta a D. Pedro V
Sala Dourada.
Por trás da Sala Dourada existe uma pequena capela ou oratório, onde foram batizados o Rei D. Manuel II e o seu irmão, o príncipe Luís Filipe, e, ainda, o segundo filho do Presidente Ramalho Eanes.
Nesta capela, do tempo de D. João V estão expostas quadros de Paula Rego encomendados por Jorge Sampaio, as quais partilham o pequeno espaço com duas esculturas do século XV.
Sala dos Embaixadores, onde os Embaixadores estrangeiros apresentam credenciais.. É dominada por um bonito tapete Beiriz e dois valiosos potes de porcelana chinesa. O candeeiro é de Murano, comprado por D. Fernando II. No teto os brasões de Bragança e Orleães. Comunicando com esta sala fica o Gabinete de Trabalho do Presidente, cuja decoração tem mudado conforme os gostos dos presidentes (chegou a ser o quarto de dormir de D. Amélia).
E lá estava a cadeira dos leões...
A cadeira dos leões da autoria de Pierre Dejante, reconhecido artista do mobiliário, estabelecido em Lisboa desde os anos 20 do século XIX. Terá sido executada para o rei D. Pedro V, em 1858.
A mesa das reuniões semanais entre o Presidente e o Primeiro Ministro.
Não gostei da cor nem do material do sofá (nem dos cortinados). O bonito tapete persa merecia melhor...
Dos quadros só gostei do retrato de Pedro Alexandrino, pintor famoso do século XVIII.
Esta foi a última sala visitada. Regressámos à sala anterior onde saímos para o terraço, que foi acrescentado para aumentar o espaço deste pequeno palácio. Não existia originalmente.
No edificio Arrábida, D. Carlos mandou erguer um andar superior, com grandes janelões. Esse piso foi transformado em dois ateliers de pintura: um para D. Carlos e outro para D. Amélia.
Além da visita aos salões protocolares há frequentemente exposições no palácio Recordo-me especialmente da dos carros dos Presidentes, das caricaturas de Mário Soares (1995), dos Presépios e, mais recentemente, outras mais pequenas como a de Maria de Lurdes Pintassilgo e a feira do livro.
No final comprei a terceira caixa de comprimidos do Museu da Presidência, com desenho exclusivo, a da bandeira. A rosácea e o cavalo são cópias de presentes de estado, compradas em visitas anteriores...
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