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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

O Tesouro dos Reis

 

A Exposição O Tesouro dos Reis. Obras Primas do Terra Sancta Museum está na Gulbenkian só até o dia 26 de fevereiro.

Mostra as doações realizadas por monarcas católicos europeus a várias igrejas da Terra Santa, ao longo de 500 anos.

A exposição esteve em França, no Palácio de Versailles, há dez anos e viajou pela primeira vez de Jerusalém para Portugal o ano passado.




Modelo da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém

Jerusalém como local da morte, sepultamento e ressureição de Cristo tem um valor fundamental para as três religiões monoteístas: Judaísno, Cristianismo e Islamismo.

Com o Édito de Milão em 313, o Imperador Constantino concedeu aos cristãos a liberdade de culto no Império Romano. A sua mãe, Helena de Constantinopla, visitou a Terra Santa em 326 e mandou construir a Basílica do Santo Sepulcro e outros templos, que passaram a ser visitados por peregrinos.  


Muito mais tarde, no século XIV, os frades da Ordem de São Francisco receberam a missão de preservar os lugares santos na Terra Santa, acolher os peregrinos, celebrar a liturgia católica e desenvolver atividades para o sustento das comunidades cristãs locais. Atualmente esse compromisso ainda se mantém e é exercido pela Custódia da Terra Santa, a instituição franciscana criada para esse efeito.


Considerando a espiritualidade da Terra Santa, os monarcas europeus católicos enviaram ofertas valiosas, que representavam a projeção da sua devoção e poder. Assim,  Filipe II de Espanha, Luís XIV de França, João V de Portugal, Carlos VII de Nápoles ou Maria Teresa de Áustria, efetuaram grandes doações e encaminharam recursos materiais e financeiros destinados ao sustento das igrejas e comunidades cristãs locais. 

A exposição está dividida em diversos núcleos representando os diversos países e tem uma contextualização com recurso a algumas obras de arte de museus em Portugal.


Este tríptico da Apresentação do Menino no Templo do MNAA em Lisboa apresenta nos painéis laterias São Francisco de Assis e Santo António de Lisboa (ou de Pádua) figuras muito veneradas e importantes para a Custódia da Terra Santa.




Cristóvão de Figueiredo. Imperador Heráclio com a Cruz (1521-1530). Museu Nacional de Machado Castro, Coimbra










Esta pintura do Convento da Madre de Deus em Lisboa foi uma oferta do Imperador Maximiliano à Rainha D. Leonor (representada no canto inferior esquerdo). Representa Jerusalém idealizada com o Templo de Salomão ao centro e vários episódios da Paixão de Cristo.



Nesta cena do Calvário (século XVI), da paróquia de Nossa Senhora dos Remédios (Santarém) apresenta-se também a cidade de Jerusalém idealizada.








Reino de Espanha

 
Sacro-Império Romano-Germãnico


Esta lâmpada em ouro doada por Carlos VI, foi destruída por ortodoxos gregos e mandada restaurar pela Imperatriz Maria Teresa.

Reino de Portugal


As doações mais significativas são do reinado de D. João V



D. João V. MNAA









Altar portátil. Oferta de D. João VI


Lãmpada de igreja em prata com esfera armilar, século XVII


Missal em prata e veludo oferecida por D. Duarte Nuno de Bragança em 1934

Reino de França

A flor-de -lis, simbolo heráldico francês decora a maior parte dos objetos


Reinos de Nápoles e das Duas Sicílias



Retrato do Rei Carlos III de Espanha (MNAA)

Nápoles tornou-se o centro do Iluminismo europeu. Após ascender ao trono de Espanha o monarca entregou a coroa napolitana e siciliana ao seu filho Fernando.

As doações feitas à Terra Santa são riquíssimas







No final da exposição comprámos o catálogo, que está muito bem organizado.
Estão de parabéns Guilherme de Oliveira Martins, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, António Filipe Pimentel, diretor do Museu, André Afonso, conservador do Museu e todas as pessoas que em Jerusalém e em Lisboa tornaram esta magnifica exposição possível.

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