Há uns anos (2005) estivemos quase a comprar um terreno para construir uma casa de férias nos arredores de Estremoz.
Estava cética quanto a esta decisão. No entanto, já tinha uma ideia de projeto como queria a casa (só me recordo da sala com uma mezanine, onde ficaria a "biblioteca" e uma garagem com acesso direto à cozinha, para facilitar a arrumação das compras).
Não me lembro de muito mais. Estive num gabinete de arquitetura em Estremoz a quem deixei o meu livro com plantas de casas comprado nos EUA e tenho a vaga ideia do dono do terreno, com pouco tacto, dar a entender que eu não percebia nada da vida do campo (o que é verdade) pelas perguntas que fiz sobre os dois furos que o terreno possuía...
Ainda hoje em dia julgo que foi a decisão correta termos desistido...
Em Estremoz, junto à pousada em 2005.
No domingo passado, ao almoço, achei interessante os meus filhos lembrarem-se disso, quando falávamos da nossa nova visita a Estremoz.
A cidade de Estremoz é famosa pela sua produção de mármore branco. Esta pedra é tão comum, que é presença assídua nas fachadas dos edifícios, sendo a Torre de Menagem provavelmente o mais surpreendente de todos.
Nesta Galeria de Desenho vimos trabalhos de Maria Keil, Avelino Cunhal, Dórdio Gomes, Lagoa Henriques e outros artistas portugueses. Muito interessante.
Ainda na zona do castelo entrámos num antiquário. O senhor revelou-se um simpático conversador e conhecedor de antiguidades e mostrou-nos várias peças lindissimas. Perguntei-lhe sobre os Pratos Ratinhos e tinha alguns exemplares. Mostrou-me orgulhoso um catálogo da Fundação Cargaleiro com um prato igual ao que tinha na loja.
Gostámos muito de diversas coisas, mas temos um problema que é falta de espaço e por isso acabei por trazer apenas duas pequenas peças arte nova em prata: uma caixinha para a coleção e uma roca. O meu marido lá resistiu a comprar mais uns livros, em especial a colecão ilustrada completa e encadernada em dois volumes sobre a caça em Portugal e nas antigas colónias portuguesas em África, publicada, nos anos quarenta do século passado, em suplementos do jornal Primeiro de Janeiro do Porto.
Na cidade começámos a visita a provar uma sobremesa típica alentejana da doçaria conventual: pão de rala. Trouxemos um bolo maior para o almoço de Domingo de Ramos e, curiosamente, descobri já depois do nosso regresso a Lisboa que na nossa última ida a Estremoz, em 2011, tinha já uma fotografia dessa delícia, que julgava nunca ter provado...até fiquei com a impressão tratar-se da mesma pastelaria Formosa, na grande praça daquela cidade.
Linda casa...
O nosso passeio até Estremoz terminou da melhor maneira possível: visita ao Museu Berardo Estremoz, com uma belíssima exposição 800 Anos de História do Azulejo. Instalado no histórico Palácio Tocha, completamente restaurado e ele próprio enriquecido por magníficos azulejos, esta é uma visita a não perder e vale bem a deslocação de qualquer local de Portugal só para a ver. Não é só a riqueza histórica dos azulejos, mas também a recuperação do edifício.
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