José Régio (1901-1969), escritor, poeta e professor do liceu de Portalegre foi, ao longo da sua vida, um grande colecionador de obras de arte, sobretudo de cariz popular e, na sua grande maioria, de Arte Sacra. Reuniu nas suas Casas de Vila do Conde e naquela capital do Alto Alentejo importantes coleções, merecendo particular destaque os Cristos nas mais diversas representações.
Muitos faziam parte do enxoval das noivas, em tempos idos no Alentejo.
Conseguiu salvar muitas obras, algumas prontas para irem para a fogueira, como este Cristo na Cruz do século XV.
Quando José Régio foi colocado no Liceu Mouzinho da Silveira, em Portalegre, como professor de português e francês, começou por residir numa pensão.
A casa data dos finais do século XVII e terá sido um anexo do convento de S. Brás, do qual ainda existem alguns vestígios, nomeadamente da capela. Também serviu como quartel-general durante as guerras peninsulares.
José Régio alugou um quarto e à medida que a necessidade de espaço aumentava com a ampliação constante da sua coleção, ia alugando as outras dependências da casa, até que se transformou em hóspede único. Da varanda do quarto, os campos ao fundo faziam lembrar-lhe o mar da sua terra natal, Vila do Conde, que lhe fazia muito falta...
A Semana Santa recorda a Paixão, a Morte e a Ressureição de Cristo. Iniciou-se ontem com o Domingo de Ramos, celebrando a entrada de Jesus em Jerusalém e termina no Domingo de Páscoa, com a Ressurreição de Jesus. As raras coleções de José Régio são principalmente uma memória popular desse período do ano cristão.
Feliz Páscoa!
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