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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Viscri, na Transilvânia


Para chegarmos a Viscri, a cerca de 100 km de Brasov, (na Transilvânia, Roménia) temos de andar 7 km numa estrada toda esburacada. Os trabalhos de melhoramento estão a ser realizados, mas, ao que parece, muito lentamente.



Contudo, quando chegamos à aldeia depressa esquecemos as obras, atraídos pelo ambiente rural, a sua beleza natural e testemunhos do passado, que se pretende conservar até pela forma como vimos  trabalhos de recuperação de algumas casas.






O anúncio a explicar como deve ser feita a reabilitação das casas, mantendo a fachada original e os mesmos materiais da região, devia ser exemplo para outros países.

Aqui, apesar da Roménia ter muitos emigrantes, não encontramos cópias de casas de onde vivem no estrangeiro, aquilo a que chamamos em Portugal, muitas vezes em tom pejorativo, "maisões".



                                            



































A Igreja fortificada de Viscri fica num monte acima da vila. Foi construída antes da chegada dos saxões, no século XII e depois aumentada por esses mesmos colonos, no século XIII. As muralhas são já do século XV. Aí está um pequeno mas interessante museu sobre as tradições da comunidade saxónica naquela aldeia, instalações semelhantes existem no mesmo tipo de espaços de outras igrejas fortificadas. Também há uma torre, chamada a "torre do presunto", onde as famílias guardavam alimentos, claro está em épocas que não existiam  frigorificos.








A igreja abre às 10 horas, mas a essa hora continuava fechada. Abriu talvez 10 minutos depois. Achei engraçado o motorista ter desculpado o atraso, pois, segundo ele, era uma velhota, que vinha com a chave e a pontualidade era para os ministérios, não para ali (normalmente os romenos até são muito pontuais). Quando a vi, reparei que a velhota parecia ser uns anos mais nova que eu e até falava muito bem inglês...











A razão pela qual Viscri tem despertado tanto a atenção das pessoas, deve-se ao facto de estar inscrita na lista do Património da Humanidade da Unesco desde 1999 e também por ter recebido o apoio de organizações e pessoas, que se têm dedicado à preservação da arquitetura tradicional, como a Fundação Mihai Eminescu e a Fundação do Príncipe de Gales para a Roménia.

O próprio Príncipe Carlos, em 1998, comprou uma pequena propriedade,  de 1758, em Viscri e recuperou-a com o objetivo de incentivar a preservação do património arquitetónico único daquela região. Em 2005, a casa tornou-se a sede da sua fundação e pode ser alugada.

Foi nessa residência que fiquei uma noite. É um espaço rural, cujos quartos vão dar diretamente a um grande pátio relvado. O celeiro, de 1805, o único local da casa com acesso à internet foi também restaurado recentemente. Nos quartos não há televisores. 
O Príncipe Carlos visita Viscri duas vezes por ano e, este ano, por ocasião da Festa Nacional do Reino Unido, o Presidente da Roménia agradeceu o trabalho extraordinário de S. A. R., o Príncipe de Gales.


 

 

 














Quando chegámos já estava a anoitecer. Fomos a pé até o restaurante Viscri 32, onde comemos uma sopa tipica com feijão e uma variedade de queijos locais com um pão excelente e manteiga caseira.












Foi um excelente passeio.





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