As imagens de Cristiano Ronaldo, na TV, a usar máscara no museu de cera Madame Tussaud de Istambul (embora no sítio do museu, como amostra, esteja o Messi) com o objetivo de alertar a população para a necessidade de usar máscara contra a disseminação do coronavírus podem querer passar a mensagem de um país preocupado com regras de civismo. Todavia, não me fazem esquecer o recente decreto do presidente turco Erdogan em transformar o Museu de Santa Sofia em mesquita. Essa alteração provocou protestos mundiais, aos quais até o Papa Francisco se juntou. Originalmente, o vasto e imponente edifício de Santa Sofia foi construído como Basílica Cristâ Ortodoxa no século VI e convertido em mesquita, no século XV após a conquista de Constantinopla pelos otomanos. Em 1934, passou a ser um Museu, onde, após obras de restauro, ficaram a descoberto alguns mosaicos e frescos, obras primas de arte bizantina. Essa decisão de Kemal Ataturk constituía, até à semana passada, um dos símbolos da Turquia secular e moderna.
Constate-se que a cidade de Istanbul não tem falta de mesquitas. E apesar do atual presidente turco afirmar que a Santa Sofia poderá continuar a ser visitada, esta decisão não deixa de ser mais uma machadada na Turquia secular fundada e protogonizada por Ataturk. Deixou-me triste e quando soube da noticia estive a ler sobre a história daquele museu e a rever os mosaicos no youtube. Tenho um tríptico muito bonito, em Lisboa, com Cristo e Maria com o Menino ali comprado.
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