Foram várias as propostas para terminar o Palácio da Ajuda, cuja primeira pedra foi lançada em 1795, no mesmo local onde tinha ardido a "Real Barraca", no ano anterior e que fora a solução rápida encontrada para alojar a família real em Lisboa, uma vez que o terramoto de 1755 destruiu o Paço da Ribeira.
Em 2014, é feito um anúncio público dando conta da intenção de expor permanentemente as jóias e pratas das antigas coleções reais, utilizando-se o valor do seguro de 4,4 milhões de euros resultantes da indeminização pelo roubo de seis jóias em 2002, numa exposição temporária em Haia.
Em 2016, um protocolo entre o Ministério da Cultura, a Direção Geral do Património Cultural, a Associação de Turismo de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa, permitiu finalmente o avanço da obra, que se iniciou em 2018. O Museu do Tesouro Real abriu as suas portas em 2022 para apresentar em exposição permanente as coleções de joalharia e ourivesaria do Tesouro Real.
Em 1991, o Palácio Nacional da Ajuda organizou a exposição "Tesouros Reais", onde foram mostradas algumas jóias da coroa.
Com um moderno sistema de segurança, o núcleo central da nova ala poente do Palácio Nacional da Ajuda tem uma caixa-forte com 40 metros de comprimento, dez de altura e dez de largura, três pisos e duas portas em aço, com cinco toneladas e 40 centímetros de espessura cada. Não surpreende depois das vicissitudes da História: o terramoto de 1755, que destruiu o Paço Real da Ribeira; o incêndio da Real Barraca em 1794; em 1912 foram leiloadas 400 jóias e pratas da rainha D. Maria Pia, depositadas no Banco de Portugal como garantia de empréstimos; em 1925, a viúva de D. Afonso, Nevada Hayes, herdou as jóias do seu marido e do Palácio da Ajuda seguiram para os EUA diversas peças que estão hoje dispersas em museus e coleções particulares.
Espero que não aconteça mais nenhuma desgraça com as jóias da coroa portuguesa e no futuro possamos adquirir peças dispersas que foram outrora propriedade do Tesouro Real.
A exposição é toda vista às escuras, tendo como iluminação focos sobre as próprias peças e no chão. Para quem não vê bem é um pouco dificil a adaptação à escuridão e ainda mais à luz intensa, quando chegamos ao fim.
As explicações iniciais lêem-se muito bem e ficam bem nas fotografias, sem reflexos.
Não gostei foi do tipo de expositores com umas ripinhas que não valorizam as peças. Teria preferido uns modelos simples em veludo escuro para as jóias sobressaírem.
A exposição tem diversos núcleos e acaba em grande com a apresentação da baixela Germain.
Pepita de ouro, que escapou às invasões napoleónicas
Manto Real usado na Aclamação de D. João VI
(seda, ouro, prata, vidro)
Pendente Cruz de Malta, que pertenceu a D. Maria Pia
Coleção privada de D. Fernando II
Ajuda, 25 agosto 2022
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