Tudo começou com este livro, que fez com que Ravena fosse incluída no roteiro da nossa viagem. Foi publicado pela Allen Lane-Penguin Books em 2020 e comprado durante a pandemia .
Curioso o facto da sua autora recordar o fascínio que lhe causou a visita a alguns monumentos, quando era adolescente. A mãe impulsinou-a ao recordar-se de uma exposição em Londres, nos anos 50 do século passado, sobre os mosaicos de Ravena com a finalidade de angariar fundos para o restauro de monumentos bombardeados, durante a II Guerra Mundial. E assim se fez história, quando a autora cresceu e voltou a Ravena..
No final do século IV acentuou-se a divisão do Império Romano em duas partes: oriente com a capital em Constantinopla e ocidente com o representante imperial em Milão, pois formalmente o Imperador da antiga Bizâncio era ainda o principal monarca, na tradição de Constantino. No início do século V, a corte imperial ocidental mudou-se para Ravena, por razões de defesa e porque ficava perto do porto de mar Classe, o que facilitava as comunicações com Constantinopla.
Partimos de Bolonha e chegámos a Ravena de comboio. Depois fizemos todo o percurso pela cidade a pé, assim como o regresso à estação.
Comprámos logo um bilhete que dava acesso às principais atrações:
A Basílica de São Vital
A Basílica de S. Vital, com 1476 anos, começou a ser construida por ordem do bispo Eclésio, ainda no reinado do Teodorico, mas demorou 21 anos até estar terminada com o bispo Maximiliano (Hagia Sophia, sua contemporânea foi construída em 5 anos). É sem dúvida o monumento mais famoso de Ravena e um dos mais importantes exemplares da arte bizantina na Europa ocidental.
A figura de Cristo rodeado por dois arcanjos e sentado num globo azul. Com a mão direita oferece a coroa do martírio a S. Vital e com a esquerda um rolo ao bispo Eclésio, o qual lhe apresenta um modelo da Igreja.
Ao centro, o Imperador Justiniano acompanhado por nobres. Ao seu lado o bispo Maximiliano, segurando a cruz dourada.
O acolhimento de Abraão
Basílica de Santo Apolinário Novo
O Baptistério Neoniano é o mais antigo monumento de Ravena
A Capela do Arcebispo
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida
Gostámos muito de ver os magníficos mosaicos cristãos do século V tão característicos da arte bizantina. São exemplares de rara beleza e estão bem conservados. Apesar de encontrarmos alguns palácios, são construções mais modestas comparados com os das outras cidades, que visitámos. Evidentemente, a memória de Dante Alighieri (o grande poeta italiano autor da Divina Comédia), que viveu e morreu exilado em Ravena, revelou-se uma presença constante. No entanto, os sinais a indicar as direcções para os principais pontos de interesse são poucos e nada apelativos, perdendo-se tempo e paciência à sua procura, pois as ruas não são todas retilíneas.
No regresso à estação parámos na Piazza Del Poppolo para provar as tão mencionadas piadinas, que são umas excelentes e retemperadoras sandes, como se vê na fotografia.
Uma recordação de Ravena.
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