Quadro no altar da capela de Nossa Senhora do Cabo em Linda-a -Velha, inaugurada em 1780
Na mesma capela, do lado esquerdo do altar, existe esta pintura assinada Silvério Martins, 1781.
Perto da cidade de Lisboa existe uma pequena povoação chamada Linda-a-Velha, uma designação invulgar, que tende a suscitar a curiosidade daqueles que por lá passam ou vivem.
Linda-a-Velha só começa a ser chamada como tal em pleno seculo XIX. Antes chamava-se Ninha a Velha. "Ninha" em português antigo significava menina. No seculo XIX houve corrupção do nome e passou a chamar-se Linda.
A primeira referência que se conhece do local, onde é atualmente Linda-a-Velha é sobre a “Herdade da Ninha de Ribamar” e é referida numa carta de concessão emitida no século XIII, no reinado de D. Afonso III . Em 1750 essa herdade foi doada a Alexandre de Gusmão (1695-1753), advogado, diplomata e Secretário Particular do Rei D. João V. É o atual Palácio dos Aciprestes, ex-libris de Linda a Velha, ou de Ninha de Ribamar...
Conta-nos uma lenda que nessa povoação, entretanto ainda sem nome, vivia uma menina lindíssima. Apesar de ser cobiçada por muitos homens, ela rejeitava-os. Um dia, conheceu um formosíssimo cavaleiro e apaixonou-se por ele. Viveram alguns tempos de intenso amor, até que um dia ele teve de voltar para a guerra. Aguardando sempre pelo retorno do seu amado, a jovem colocava-se-se à janela e fitava o Tejo.
E a jovem tornou-se mulher, continuando a aguardar que o seu amado voltasse.
O tempo foi passando... A mulher tornou-se velha, mas continuou sempre a vigiar o Tejo, com uma infinita esperança de que aquele homem que amava um dia voltasse para os seus braços. Enquanto isso, abaixo da sua janela passavam jovens todos os dias, que, vendo o seu rosto sempre miraculosamente belo, jamais se cansavam de dizer " Que linda a velha!" - e assim foi sendo dado o nome ao local, onde a formosa e famosa amante um dia viveu, a terra de Linda-a-Velha...
O novo miradouro de Linda-a-Velha, no Alto de Santa Catarina
Linda-a-Velha possui uma ampla rede de serviços, cada vez mais empresas, porém continua a ser, principalmente, uma localidade de habitação. Perto do centro de Lisboa, mas afastada do reboliço da cidade, junto à Mata do Estádio Nacional, com a sua proximidade às praias da linha do Estoril tornam-na em sítio agradável para se viver, apesar das zonas feias, criadas nos anos sessenta. Todavia, onde em Portugal, estamos livres desta praga que se chama falta de planeamento? Reconheça-se ainda que a Câmara Municipal de Oeiras e a Junta de Freguesia têm procurado, de forma constante, melhorar acessos e ruas.
Assim, Linda-a-Velha é densamente povoada, sempre com muito movimento, cuja paisagem já em nada se assemelha aquele quadro de horizonte amplo sobre o Tejo ao fundo e com apenas dois edifícios, que se julga representarem um convento de freiras e outro de monges e não casas senhoriais, como pensei.
Referência:
https://www.mitologia.pt/a-lenda-de-linda-a-velha-247327 consultado em 12 dezembro 2023
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