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domingo, 26 de outubro de 2025

Início do Comércio com a China

 


Foram vários os missionários e comerciantes, que se aventuraram pela famosa rota da seda, que ligava o Ocidente ao Extremo Oriente, no século XIII, mas Marco Polo (1254-1324) foi o que deixou o mais famoso relato dessa longa viagem.






Com apenas 17 anos, Marco Polo partiu com o pai e o tio em direção à corte do imperador mongol Kublai Khan, neto de Genghis Khan, fundador da dinastia Yuan e unificador da China. Conseguiu mesmo expandir o império chinês.


Estátua de Marco Polo em Hangzhou, China, local que o viajante considerou o mais belo do mundo.

Kublai Khan

Mais tarde a Europa começou a manter contactos mais frequentes com o Império Chinês devido à audácia dos missionários cristãos, especialmente os jesuítas, que foram os primeiros a difundir no continente europeu as conquistas do “Império do Meio”.


Mapa-mundi em língua chinesa elaborado por Matteo Ricci (1602)



Matteo Ricci (1552-1610) padre jesuíta, missionário, cientista, geógrafo e cartógrafo renascentista italiano ficou conhecido pela sua atividade missionária na China da dinastia Ming.

A estátua de Matteo Ricci em Macau, perto das ruinas da Igreja de S. Paulo, construída em 1565 em anexo ao Colégio Jesuíta de São Paulo, a primeira instituição universitária de tipo ocidental no Oriente.




O porto de Cantão em meados do Século XIX

Terrina Mottahedeh Blue Canton

No final do século XVIII os europeus só tinham autorização para negociar em Cantão- exceto os portugueses, que se tinham instalado em Macau, no século XVI. Os chineses, que se consideravam auto-suficientes, mostravam pouco interesse na importação de mercadorias estrangeiras, na troca com as suas principais exportações: porcelana, seda e chá.


Jorge III e o Embaixador Macartney

Até princípios do século XIX, a Inglaterra, a grande potência industrial ainda não tinha conseguido acordos de comércio com a China para escoar os seus produtos. Estava relegada a fazer comércio apenas em Cantão. Jorge III enviou uma embaixada à corte do imperador Qianlong em 1793, chefiada por Lord Macartney, com o objetivo de estabelecer uma embaixada na capital e convencer o imperador a abrir mais portos ao comércio no norte da China, mas o enviado britânico recusou submeter-se às cerimónias protocolares, que incluíam o cumprimento ao imperador, no qual  devia ajoelhar-se e tocar com a testa no chão. O encontro terminou rapidamente com a retirada de ambas as partes.


O porto de Hong Kong na segunda metade do século XIX

Algumas décadas mais tarde, os ingleses encontraram maneira de entrar na China, através do contrabando do ópio. O Império chinês tentou proibir o uso da droga, promulgando leis, tendo tomado a decisão mais efetiva de incinerar cerca de vinte mil caixas contendo aquela droga. Acabou por ser a causa do primeiro conflito entre a China e a Grã-Bretanha (I Guerra do Ópio 1839–1842) A China foi derrotada em 1842 e teve de assinar o primeiro dos contratos desiguais, assim chamados devido à desproporção das obrigações. O governo imperial chinês foi obrigado a abrir os portos e a ceder Hong Kong aos britânicos (até 1997). Na segunda guerra do ópio (1856–1860) a França aliou-se à Inglaterra, tendo a China saído derrotada novamente. O palácio de Verão foi ocupado e saqueado.

Tratou-se de uma grande humilhação, nunca esquecida.


Em novembro de 2010, o PM David Cameron e a sua delegação de visita à China usavam papoilas nas lapelas, o que provocou um desentendimento diplomático. Os chineses pediram que  as papoilas fossem retiradas, porque representavam um símbolo da vitória britânica nas guerras do ópio, consideradas como um período de grande humilhação na história chinesa. No entanto, a delegação britânica recusou, afirmando que para o Reino Unido simbolizava o respeito pelos soldados mortos na Grande Guerra. 


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