O 41º volume de Astérix foi publicado este mês e, em apenas quatro dias, bateu todos os recordes de vendas de uma primeira edição em Portugal. As primeiras tiragens de obras publicadas por editoras portuguesas raramente ultrapassam cinco mil cópias. O grupo editorial Asa-Leya publicou oitenta mil exemplares de Astérix na Lusitânia... enquanto estava na livraria só entrava gente a pedir esse último álbum do lendário herói gaulês...
De certeza que o título da obra não é alheio ao sucesso. Os portugueses gostam de saber como são retratados. Somos os primeiros a dizer mal de nós próprios, mas não gostamos que outras pessoas o façam. Aliás, ninguém gosta. Pelo que entendi, é uma homenagem bem humorada aos portugueses e não faltam exemplos engraçados a retratar um "bom lusitano"...atual.
Não sou uma fã de banda desenhada, mas encontrei no meu marido um grande entusiasta. Quando o conheci comprava todas as semanas a revista Tintin, desde o início do seu lançamento, em junho de 1968.
Convenci-o a mandar encadernar todos aqueles exemplares, cuja quantidade dificultava a arrumação e, portanto, fazia-me confusão...
Reparei agora, porque fui à garagem/arrecadação ver as encadernações, que mesmo a publicação em 20 março de 1982 não falta, nem a da semana seguinte, que correspondem ao nosso casamento...há 43 anos.
O preço passou de 5 escudos, em 1968, para 45 escudos em 1982...
Infelizmente, em outubro desse ano deu-se o encerramento da revista devido a problemas financeiros da editora que a publicava nessa época...
Astérix e Cleópatra foi a primeira aventura do Astérix publicada no número 1 da revista portuguesa Tintin. Em Portugal, a revista publicava histórias da homóloga belga e da rival francesa Pilote, o que a tornava especialmente atrativa, pois reunia os melhores de autores de Banda Desenhada franco-belga.
Se não gostava muito de banda desenhada, ler as histórias incompletas ainda me entusiasmava menos ter de esperar uma semana para continuar. Foi então que o meu marido sugeriu começar por álbuns do índio Oumpá-Pá..., mas o resultado não foi muito diferente...
Porém, o meu marido continua a não resistir às novas edições do Ásterix ou do Blake and Mortimer, séries cuja publicação se mantém todos os anos perto do Natal e que, segundo ele, constituem ícones das histórias em quadrinhos ou como a nossa geração denominava Banda Desenhada franco-belga. E destaca a escrita e o sentido de humor de René Goscinny entre todos os artistas excecionais, que criaram as histórias que tanto o divertiam e ainda gosta de rever.
Depois da morte de Goscinny e Uderzo, as histórias de Astérix continuaram por Jean-Yves Ferri e Didier Conrad. Asterix na Lusitània é o segundo livro da dupla Fabcaro e Didier Conrad. O primeiro foi O Lírio Branco (2023). Não tenho dúvidas que o meu marido mantém o lema da "revista dos jovens dos 7 aos 77", impresso em todas as capas.

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