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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Viagem à China

 



O território da China é muito diverso: estende-se das montanhas dos Himalaias (com o ponto mais alto da China na metade oriental do monte Everest) às costas do Pacifico; das pradarias e dos desertos do Norte às férteis planícies no vale do Rio Amarelo (cruciais para a agricultura como a região do Rio Azul, onde se cultiva arroz); e, o sul, dominado por colinas e cordilheiras baixas.
Apesar da sua vasta extensão geográfica, a China utiliza um único fuso horário para todo o seu território.

É o terceiro país do mundo em superfície, a seguir à Rússia e ao Canadá e o segundo mais populoso de todos, superado apenas pela Índia (cerca de um quinto da população mundial é chinesa). A China tem fronteiras com catorze estados, mais do que qualquer outro país do mundo. A fronteira terrestre de 22 457 km, é a maior do mundo.

Para os chineses, o seu país foi sempre o “Reino do Meio”, o centro do mundo e a pátria da civilização. Para os ocidentais, até não há muito tempo, a China era considerada terra de mistério, longínqua, mal conhecida e compreendida. Atualmente parte dessa áurea ainda se mantém, apesar da sua presença constante em notícias em todo o mundo e do seu grande poder económico.





A palavra "China" é derivada do persa, que por sua vez tem a sua origem no sânscrito. Mas foi usada pela primeira vez por exploradores portugueses do século XVI e aparece escrita no Livro de Duarte Barbosa (c.1516), que se tornou num dos primeiros exemplos de literatura de viagens. Portanto, só depois do século XVI, após os primeiros contatos de Portugal com o império chinês, que o nome China se começa a popularizar no ocidente e, hoje em dia, essa denominação é internacional.


Nas próximas duas semanas (de hoje, 3 novembro, a 16 ) viajarei mais de 35 horas de avião; de comboio de Beijing a Xian e de Guilin a Hong Kong com paragem em Guangzhou (Cantão). Cruzeiro em Guilin e ferry de Hong Kong - Macau-Hong Kong. Resto do percurso em autocarro de turismo e a pé...

Ida:

 Tempos de voo (duração estimada): 

 Lisboa / Istambul – 04h50 

 Istambul / Beijing – 09h10 

 Xian / Shanghai – 02h30 

 Shanghai / Guilin – 02h50

Regresso:

Hong Kong / Istambul – 11h50 

Istambul / Lisboa – 05h05


 RAZÕES PARA FAZER ESTA VIAGEM:

A China está na moda, há algum tempo. Todos os dias nos chegam notícias deste país, que é a segunda potência mundial. Importa assim tomar consciência que o mundo está a mudar, porém aquele país continua a representar para nós algo de muito longínquo e o desconhecido. Do ponto de vista de uma ocidental como eu acarreta naturalmente ideias preconcebidas. Não vou à procura de terras raras, minerais que por lá abundam, nem imitações baratas de produtos (Shanzhai). Irei com espirito aberto para ficar a conhecer e compreender um pouco da imensa China de civilização milenária.

À China se devem quatro invenções, que modificaram a história do mundo: o papel, a tipografia, a pólvora e a bússola magnética (que desempenhou um papel fundamental na navegação e tornou possível os Descobrimentos).

A China tem uma longa história, composta por períodos distintos. A civilização chinesa clássica — uma das mais antigas do mundo — floresceu na bacia fértil do rio Amarelo. O sistema político chinês era baseado em monarquias hereditárias, conhecidas como dinastias, cujo início remonta, aproximadamente, ao ano 2 000 a.c. e terminaram com a República da China, fundada em 1911, após a queda da dinastia Qing, Em 1949, Mao Tsé-Tung estabeleceu a República Popular da China.

Possibilidade de conhecer algumas cidades:

Beijing: Em 1368, a dinastia chinesa Ming destronou a mongol Yuan. O terceiro imperador Ming, Yongle, transferiu a capital de Nanquim para Pequim e mandou destruir os palácios mongóis, erigindo sobre as suas ruínas a nova capital.  Visita à capital da China, com destaque para a maior praça do mundo – Praça Tiananmen, a Cidade Proibida, o complexo do Palácio de Verão e o Templo do Céu.  Possibilidade de calcorrear a Grande Muralha, a construção chinesa mais famosa Património da Humanidade pela UNESCO. (Beijing é a palavra correta em mandarim, idioma oficial da China. Pequim vem de Pekin, usado no passado, quando essa região ainda usava o cantonês como idioma - atualmente só é usado em Hong Kong e, extra oficialmente, no sul da China).

Xian: Em 2017, quando visitei a exposição sobre os guerreiros de Xian em terracota, na Cordoaria Nacional não imaginava que menos de 10 anos depois iria ver os exemplares verdadeiros e não apenas reproduções. Xian foi capital da China por mais de mil anos. O primeiro estado unificado chinês foi estabelecido por Qin Shi Huang, que se proclamou o "Primeiro Imperador” (dinastia Qin, em 221 a.c.)  Aquele ameaçador exército tinha a função de guardar o seu mausoléu.

Shanghai: Considerada a capital económica da China, graças ao seu desenvolvimento nas últimas três décadas, tornou-se um dos portos e um dos centros financeiros, comerciais e industriais mais importantes do mundo. Situa-se junto do mar da china oriental, é ladeada pelo rio azul e atravessada pelo seu afluente, o Huangpu. Com cerca de 25 milhões de habitantes é a terceira maior cidade do mundo, depois de Tóquio e Deli.

Guilin: um cruzeiro pelo rio Li desfrutando do cenário, que melhor representa a ideia de paisagem típica chinesa e outro, noturno, nos Lagos de Guilin.

Macau: oportunidade de ver e como que sentir in loco os vestígios da presença portuguesa neste território

Hong Kong: panorâmica desta metrópole única, incluindo subida ao Pico da Vitória para apreciarmos uma das vistas mais icónicas de toda a Ásia.

Para esta viagem li ou reli alguns livros, pois gosto de preparar as viagens:

Livros Consultados:

Giancarlo Costadoni. Os grandes Impérios. Os Chineses. Círculo de Leitores, 1980

Giada Messetti. Entender a China. Editorial Presença, 2023

Lonely Planet, China, 2025

História do Homem nos Últimos Dois Milhões de Anos. Selecções do Reader´s Digest, 1975

John Man. The Great Wall. Bantam Books, 2008

John Man. The Mongol Empire. Genghis Khan, his Heirs and the Founding of Modern China. Corgi Books, 2014

Julia Lovell. The Opium War. Picador, 2011

Jung Chang. Wild Swans. Three Daughters of China. Flamingo, 1993


Nos últimos meses visitei em Lisboa algumas exposições que tinham o Oriente no seu espólio.


Estas criaturas lendárias com cabeça de leão e patas de urso e os seus chifres aparecem ao lado dos sábios e virtuosos. São conhecidas na China como luduan Fundação Renato Albuquerque


Porcelana branca decorada com esmaltes da família rosa e ouro. Dinastia Qing (serviço de jantar incompleto. Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves


Leque Mandarim. Madeira de sândalo, papel, marfim e seda. Museu do Oriente


Garrafa de ópio. Dinastia Ming. Museu do Caramulo




Mercador e camelo da Ásia Central. Dinastia Tang. Séc VII


Percurso da Rota da Seda. Uzbequistão, onde iniciei esta aventura em 2024

Vamos viajar em grupo com a agência Pinto Lopes. Uma viagem desta dimensão requer apoio logístico como a que fizemos ao Brasil com a mesma agência. Ter quem nos trate dos check ins, nos aeroportos e hotéis facilita muito. Além disso, poder contar com guias locais também é enriquecedor. Tudo "sem mexer uma palha". Só precisamos de fazer as malas e deixá-las na receção, pois tratam de tudo.

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