Cheguei a Bratislava há cerca de quatro meses e o primeiro monumento que fui ver de perto foi o Castelo de Bratislava, mas por fora, pois devido à pandemia só reabriu para turistas a semana passada. Também já consegui comprar a aguarela em estilo naif, que esteve todo este tempo à minha espera na montra de uma galeria.
Para quem já visitou castelos riquíssimos na Eslováquia, este pode dececionar um pouco. Continuam os trabalhos de restauração, mas além da bonita escadaria barroca, a lembrar os seus tempos de glória, no reinado de Maria Teresa, o enorme espaço é preenchido pelo museu da História da Eslováquia, o museu do teatro, que me diz pouco, uma sala dedicada à restauração do castelo e outras duas ao pintor eslovaco Martin Benka. Ainda visitámos uma exposição sobre os Incas, sem ser da iniciativa do castelo. Como não encontrei nenhuma indicação sobre o Tesouro e uma vigilante deu-me a entender que estaria fechado (através de mímica), ia já a caminho dos jardins, quando na livraria nos indicaram onde ficava e voltámos para trás. Tem peças muito bonitas de prata, praticamente todas de uso da sala de jantar. Confesso que estava à espera de ver alguma coroa, mesmo réplica ou jóias e saí um pouco dececionada.
Achei um grande contraste entre as pessoas vigilantes neste castelo (a maioria reformadas), muito simpáticas e as do castelo em Praga, antipáticas, onde nunca fui tão mal recebida. Quando passámos numa sala, que tinha uma vista para o jardim, uma senhora chamou-nos e abriu as cortinas e vidraças para podermos tirar fotografias.
O jardim barroco é muito bonito sobretudo visto de cima.
O mais antigo forte eslovaco foi ocupado pelos húngaros, após a conquista do Império da Grande Morávia e incorporado no século XI no sistema de defesa do Reino da Hungria.
Junto à estátua de Svatopluk I, governante da Grande Morávia (reino eslavo que compreendia os atuais territórios da República Checa - Morávia, a Eslováquia e o noroeste da Hungria), durante o período em que esse império atingiu a sua maior expansão territorial (871–894).
Durante o século XIII realizaram-se grandes trabalhos no Castelo de Bratislava. No século XV, o rei Sigismundo escolheu-o para sua residência.
O Castelo no século XVI
O Castelo em meados do século XIX
O Castelo em 1914
Manifestação junto ao castelo em 1950
Depois do império Otomano ter dominado vastas áreas da Hungria, a realeza escapou da capital (Buda) para Pressburg (Bratislava) e esta cidade foi declarada capital da Hungria dos Habsburgos e tornou-se a cidade de coroação dos seus reis. A reconstrução do século XVII levou ao acréscimo do último andar. A remodelação final verificou-se no século XVIII tornando-o numa residência barroca, durante o reinado da Imperatriz Maria Teresa.
A reconstrução atual da escadaria e corredores
Esta época de ouro do castelo durou pouco tempo, pois o sucessor de Maria Teresa, o Imperador José II mandou transferir a corte novamente para Buda, em 1783. O estado do castelo foi-se degradando e após um grande incêndio em 1811, manteve-se o seu estado de quase ruína, por cerca de 150 anos. Finalmente, em 1953, iniciaram-se os trabalhos de reconstrução, que se mantêm até aos dias de hoje.
O castelo na atualidade em janeiro e maio de 2021. Vista do Danúbio para o castelo e deste para o rio.
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