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quarta-feira, 30 de julho de 2025

Na Praia do Meco

A praia, as ondas do mar e o sol funcionam como um calmante. 

Não é que eu tenha uma vida muito agitada, mas sempre há aqueles problemas diários que nos enervam: a semana passada vieram cá a casa arranjar a parede que sustenta os cortinados, porque o varão estava a cair - problema que se resolveu rapidamente metendo buchas e parafusos maiores. Antes, o mesmo técnico, espécie de "arranja tudo", já tinha vindo pôr silicone nas casas de banho, pois havia uma falha e podia provocar humidade por trás das torneiras.  Isto porque o meu marido e eu não sabemos fazer nada (só mudar lâmpadas e das convencionais). Agora, foi a torneira da cozinha que começou a abanar e acabou por tombar (vem hoje arranjar).

E depois há as notícias repetidas até à exaustão nos diferentes canais de televisão. Além dos graves incêndios, das guerras sem fim à vista, que nos entristecem profundamente, em Portugal arranjam-se problemas que não existem, como nos debates atuais sobre sexualidade e a disciplina de cidadania, cuja discussão, mais politica que prática, me parece completamente desfazada da realidade.

Por tudo isso, quando o meu marido me perguntou se não queria ir à praia ao Meco, respondi logo siiimmm sem hesitação.

Apanhámos a A5 em direção à ponte e a falta de civismo é chocante. Logo que os condutores "chicos espertos" vêem um espaço entre carros, pressionam a sua entrada na fila, causando mais demora para quem se posicionou corretamente para ir para sul. É francamente desagradável. Passado esse contratempo, saímos para Sesimbra e numa rotunda encontra-se a indicação para a Aldeia do Meco. Seguimos pelo meio de bonitos pinheiros mansos numa estrada estreita aos solavancos e com muitas curvas. Foi agradável verificar que a praia do Meco, conhecida pelas suas dunas e ambiente natural, mesmo "selvagem", continua igual. Deixámos o carro no estacionamento bem ordenado com toldos, para o qual pagamos a quantia simbólica de 1€; e, extraordinário, os dois restaurante são os mesmos, de há muitos anos:
" Para descansar e deixar que os nossos olhos se lancem na vastidão das águas à nossa frente, podemos sempre abancar nas mesas de madeira escura da esplanada do Onda Azul, provar qualquer peixe fresco grelhado ou arroz de marisco, e rematar tudo com um café bebido no Bar do Peixe" (Vieira, 216)

 Segue-se por uma passadeira de madeira até a praia... 



"São as dunas uma das grandes riquezas desta praia-e aquilo que lhe deu mais fama. Em finais dos anos setenta era a Praia do Meco uma referência obrigatória para os partidários do regresso à natureza, a única praia de nudistas conhecida no país. Era o tempo em que ainda se podia acreditar nas virtudes dos raios de Sol caindo directamente sobre a pele. Mas hoje o sol já não é o que era, e o Meco perdeu muito da sua freguesia específica. Hoje as pessoas conhecem todos os malefícios provocados pelo aumento do aquecimento da Terra e o buraco do ozone não se compadece com antigas crenças" (Vieira, 216)



Praia do Meco, 29 julho 2025

Referència:

Vieira, Alice. Praias de Portugal. Caminho,1997

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