Quando vivia em Caracas convidaram-me para ir a uma festa de despedida de uma espanhola, que tinha casa em Portugal e passava cá muito tempo. Gostei de conhecê-la e tive pena de não a ter conhecido antes. Contou-me que veio um ano ao nosso país passar férias e encantaram-se com Sesimbra. Resolveram comprar casa lá e todos os anos ali vinham de férias e, várias vezes, com a família toda: filhos e netos. Na altura da despedida disse-me que o marido ia reformar-se e tencionava passar cá ainda mais tempo.
Na altura recordei umas férias de verão que lá passei em 1985, portanto, há 40 anos, quando o meu filho tinha 16 meses, quase a idade do meu neto mais pequeno.
Depois disso, já há algum tempo, tentei ir almoçar a Sesimbra, achei tudo muito diferente e como não consegui arranjar estacionamento fui-me embora almoçar noutro sitio.
Hoje regressei com o meu marido e neto mais novo.
Pelo caminho para Sesimbra recordámos a viagem há 40 anos, esperando que nada parecido se passasse, pois no trajeto a partir de Lisboa tivemos então dois furos nos pneus, algo que nunca nos acontecera e, felizmente, nunca mais aconteceu. O primeiro foi em Alcântara e o segundo, com o pneu suplente, antes da descida para Sesimbra. Como não havia telemóveis, fiquei no carro com o meu filho e o meu marido foi de boleia a Sesimbra, para virem de uma garagem solucionar o problema. Hoje em dia seria mais fácil. Ligava à ACP, que resolveria a avaria em menos de meia hora.
A praia tem uma certa inclinação e não é fácil brincar à bola, que vai sempre parar ao mar.
A casa alugada ficava perto da praia e podíamos ir à praia a pé. Era minúscula com uma pequena sala e cozinha em baixo e dois quartos de dormir em cima. Alugámos a uma amiga de uma prima, que nos demonstrou ser muito bom preço. Pagámos por um mês (agosto) 50 contos. Achei caríssimo. Era muito mais do que eu ganhava por mês. Em euros correspondem a 250, nem para um quarto chegava atualmente, mas sei que a "correspondência financeira" em quatro décadas não funcionaria dessa forma. Fica a curiosidade para recordar.
Hoje em dia, há muito mais construções por cima da praia, entre as falésias e o areal.
No ano anterior, quando o meu filho era muito bébé estivemos em Pedras D El Rei no Algarve, mas achámos muito longe (não havia as autoestradas de hoje em dia).Nas primeiras semanas o meu marido estava de férias, mas depois teve de regressar ao trabalho e só vinha ao fim da tarde, de boleia com um colega que tinha lá casa. Acho um mês de férias fora de casa demasiado tempo. Depois de umas férias em Montegordo, em casa alugada a uma escritora portuguesa, que tinha baratas e outra em Kusadasi, quando já vivíamos na Turquia e sofremos um calor horrível, nunca mais aluguei casas. Férias, férias verdadeiras são em hotel sem ter de fazer nada e duas semanas é o suficiente. Na Turquia tive a companhia da minha mãe - o meu marido só ia ao fim de semana, mas em Sesimbra a minha mãe tinha ido ao Canadá visitar uma amiga e eu passava imenso tempo sem ter um adulto para conversar.
Um dia comprei uma faneca para o almoço do meu filho. Tinha tantas espinhas, que ele, que adorava peixe, deixou de gostar. Hoje em dia, deixei de ver esse nome nas peixarias... mas também não compraria...
Vi o restaurante, onde fomos almoçar com a minha irmã e cunhado, quando ela fez 40 anos. Almoçámos marisco e peixe muito bom, sem espinhas.
Hoje em dia, já não é permitido, disse-me um guarda, porque é privado e nem aos peixes e às gaivotas se podem tirar fotografias...




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