A minha Lista de blogues

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Home Work








Acabei de ler a autobiografia de Julie Andrews, na qual a filha colaborou. Gostei muito. Aborda mais de vinte anos da sua carreira em Hollywood, desde o primeiro filme Mary Poppins a That´s Life, que foi o último filme do marido, Blake Edwards, com ela.









Estou a ver, na internet, alguns dos seus filmes, que não conhecia... e alguns tesouros escondidos... como a cantar aos 13 anos o hino nacional e outros...



Em março de 1996, antes de ter vivido nos EUA tive o privilégio de assistir ao musical Victor Victoria na Broadway com a própria Julie Andrews. Foi espetacular! O livro Home Work acaba precisamente, quando estão a começar os preparativos para a sua apresentação na Broadway.

No livro, a autora fala de moda, devido aos diferentes papeis que desempenhou e espetáculos em que participou. Isso trouxe-me à memória 1992, quando vivia em Ancara e tive de escolher três vestidos compridos por ocasião da visita do Presidente Mário Soares. A minha mãe encontrou o modelo de um muito simples usado pela Julie Andrews e achou que me ficaria bem.

O veludo de seda foi encomendado de Hong Kong e lá tive a minha versão, que gostei muito.

Contudo o meu segundo vestido, feito do mesmo material na parte de cima e brocado francês, na saia, totalmente concebido pela minha mãe, foi o vestido mais bonito que alguma vez tive. Nunca mais o vesti. Fica à espera das netas...

Um terceiro, de crepe marrocain azul, também está à espera de outro destino...


Deixando a moda, há dois locais mencionados no livro que gostaria de visitar: Carton House, na Irlanda e Gstaad, na Suiça, onde a autora e a família tinham casa.

Agora gostaria de ler alguns dos livros de Julie Andrews para crianças.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Baby Shower II



Hoje, as amigas da minha filha organizaram-lhe uma festa surpresa, mas eu não sabia pormenores. Só me pediram para utilizar a minha casa. Chegaram mais cedo para tratar de tudo: decorações, comida, jogos e quando a minha filha chegou, à hora combinada com o marido, foi uma grande emoção ver tantas amigas juntas.

 O tema...







Houve jogos, muita conversa e um bolo especial. As amigas que têm os filhos ainda muito pequenos também os trouxeram...












No final da festa a minha filha ainda recebeu uma prenda para a bebé: uma cadeirinha para poder ir passear com as duas filhas. Foi o segundo shower cá em casa. O primeiro há dois anos também foi muito engraçado.



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Dia de Brâncuși / Ziua Brâncuși



Nasceu neste dia, na Roménia, há 144 anos, Constantin Brâncuși. Portanto, o seu dia celebra-se hoje.

Fiz um post dedicado a este grande escultor e com esse objetivo visitei o Museu Nacional de Arte de Bucareste, o Museu de Arte de Craiova, e os jardins de Targu Jiu, onde se encontram as suas obras na Roménia. Fiz uma viagem à Oltenia, onde nasceu e  mais tarde fui a Bruxelas à exposição da Europalia, a ele dedicada.
Mais recentemente visitei o seu atelier em Paris, junto ao Centro Pompidou.

Da sua coleção, espalhada por diversos museus fora da Roménia, só conheço as duas peças no museu Peggy Guggenheim em Veneza, além das apresentadas o ano passado, em Bruxelas.






segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Dois aniversários num fim de semana

Este fim de semana foi só festa ...

Estive no Jardim Botânico com a minha neta, que fez 2 anos, depois de a ver abrir as prendas em casa. Gosta muito de bonecas e ficou muito contente com as prendas dos avós...



Depois segui para Penela, para festejar os 3 anos do meu neto.



Ele gostou muito do presente da avó: uma caixa de areia em forma de tartaruga







e da  camioneta com carrinhos, que o avô enviou


Mas o que lhe causou maior fascínio foi um capacete e uma serra que pedira aos pais depois de ver uns homens cortarem uma árvore, que estava sem vida, e podarem uns cedros. 




As maiores felicidades para eles!!!

domingo, 16 de fevereiro de 2020

O Biombo "americano"





Quando vivia nos EUA morava numa casa muito simpática, que tinha a desvantagem de ter as duas entradas para a cozinha abertas. Como estava habituada à maneira portuguesa, com mais privacidade e na impossibilidade de colocar portas numa casa alugada, resolvi comprar um bonito cortinado, discreto, para a  entrada que dava para a sala de jantar; e para a outra junto à entrada, comprei um biombo e resolvi decorá-lo com um tema histórico da área onde vivia (a caça da baleia, retratada no romance Moby Dick). Comprei revistas de ponto de cruz com motivos náuticos e bordei os quatro panos do biombo. Quando deixei os EUA, guardei os bordados e os suportes de madeira até a semana passada. Já tinha prometido oferecê-lo ao meu filho e nora, mas nas férias de Natal não consegui encontrá-lo, pois não tive muito tempo.

Com a instalação dos painéis solares, eles ficaram com um problema por resolver, porque  a caldeira é muito grande e o tanque de reserva de água quente enorme e foram colocados num pequeno corredor, o qual ficou muito feio. Assim, o biombo, que me deu tanto trabalho a fazer, voltou a ter novamente uso e a parte inestética ficou resolvida. Fiquei contente por eles terem gostado e o meu filho dessa forma pode recordar o tempo que viveu nos EUA.


Já foi há 20 anos...









quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Fotografias "antigas"

Sempre que venho a Lisboa gosto de rever os álbuns antigos. Como os meus netos fazem anos esta semana: a minha neta 2 anos (amanhã) e o meu neto 3 anos (no sábado) estive a fazer o scan das fotos dos pais com a mesma idade...






Ancara, 6 abril 1989





Algés, 26 abril 1987

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Os Biombos Nanban do MNAA




Sempre que vou ao Museu das Janelas Verdes, para ver uma exposição temporária, gosto de ir ao primeiro andar rever os Biombos Nanban. Da última vez, tirei fotografias e pensei fazer um post para enviar às minhas amigas japonesas. O ano passado, quando estive no Japão e visitei o seu Museu Nacional, vi muitos biombos, mas nenhum representando a Arte Nanban. A minha amiga informou-se e disseram-lhe que não estavam em exposição naquela altura. Depois soube que a maior coleção encontra-se na cidade de Kobe, que não visitei.

A origem do nome Nanban vem de naban-jin, ou "bárbaros do sul", expressão com que os japoneses apelidaram os estrangeiros, que comerciavam com o Japão através da ilha de Kyushu e chegavam na Nau do Trato ou grande navio negro (Kurofune). Os portugueses receberam assim esse "rótulo". Associado ao mesmo termo surge a Arte Nanban, a arte europeia introduzida no Japão, coincidente com a chegada dos portugueses ao Japão, a partir de 1543. Os biombos (do japonês byobu)  eram geralmente executados aos pares para dividir os espaços.





















A Nau do Trato é a protagonista central destas pinturas. Os portugueses surgem caricaturizados,  representados com calças inchadas e com narizes compridos. Identificam-se também os animais exóticos e os produtos comercializados pelos portugueses em diversos portos do Oriente. 


 Caixa de alimentos


Os japoneses mostram a história dos portugueses, utilizando o seu ponto de vista e vêm-nos com um olhar muito crítico, de um outro mundo. 




A descrição mais notável, que conheço, dos biombos é o seguinte poema de Sophia de Mello Breyner:

OS BIOMBOS NAMBAM

Os biombos Nambam contam
A história alegre das navegações
Pasmo de povos de repente
Frente a frente

Alvoroço de quem vê
O tão longe tão ao pé

Laca e leque
Kimono camélia
Perfeição esmero
E o sabor do tempero

Cerimónias mesuras
Nipónicas finuras
Malícia perante
Narigudas figuras
Inchados calções

Enquanto no alto
Das mastreações
Fazem pinos dão saltos
Os ágeis acrobatas
Das navegações

Dançam de alegria
Porque o mundo encontrado
É muito mais belo
Do que o imaginado.



Sophia de Mello Breyner Andresen | "Ilhas", págs. 54 e 55 | Texto Editora, 1989



Os biombos Nanban foram realizados no Japão, entre a segunda metade do século XVI e a primeira do século XVII. São testemunho de como fomos retratados pela sociedade japonesa, no momento da chegada dos navios, numa altura em que uma viagem de Portugal ao Japão demorava cerca de dois anos e meio e relatam o exotismo e a alegria da chegada ao novo porto. Os biombos Nanban são um documento histórico visual ímpar sobre as relações de Portugal e o Japão.



Referência:

Alexandra Curvelo. Obras-Primas dos Biombos Nanban. Chadeigne, 2015