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domingo, 31 de março de 2019

Arte em Munique

O bairro dos museus é  composto por três museus: o Alte Pinakothek, o Neue Pinakothek e o Pinakothek der Moderne. Perto encontra-se ainda o Museu Brandhorst.

P. der Moderne
Alte P



O Museu Neue Pinakpthek está encerrado para obras e só reabrirá daqui a 6 anos.

Achei muito estranho não haver no museu qualquer informação e foi só nos outros que nos deram a notícia. Com uma das maiores coleções de arte do século XIX, esse museu tinha reaberto em 1981, após a destruição de 1944.


A coleção do Alte Pinakothek constitui um percurso pela Arte Europeia dos finais da Idade Média ao século XVIII, incluindo antigos mestres neerlandeses, quadros de pintores renascentistas italianos, franceses, flamengos e espanhóis. Fiquei surpreendida por haver tão poucos livros em língua inglesa acerca dos artistas e obras expostas e mesmo em alemão não eram muitos.

Ticiano. O Imperador Carlos V

Rafael. Madona

Leonardo da Vinci

Admirei a  espetacular coleção de Rubens de grandes dimensões, a maior que alguma vez vi.





Rubens raramente pintou retratos e este da condessa de Arundel, casada com um influente diplomata britânico, foi uma exceção.













Achei também muito interessantes dois retratos do pintor da corte espanhola, Juan Pantoja de La Cruz  de Isabella, filha de Filipe II de Espanha e do seu marido, o arquiduque Alberto, governadores dos Países Baixos espanhóis e grandes patronos de Rubens.

Madame Pompadour por François Boucher



Na Pinakothek der Moderne creio haver "artistas" com bons amigos no lugar certo para exporem alguns dos seus trabalhos...






No entanto vi obras muito interessantes de Braque, Matisse, Paul Klee, Kandinsky, Gris, Magritte e outros.


No Museu Brandhorst gostei muito da exposiçao de Alex Katz e até comprámos o catálogo








Aos domingos a entrada nestes museus custa apenas 1 Euro. 

Uma tragédia em 3 atos



Sim. Ontem fui à ópera, à estreia da Tosca na Ópera de Bucareste. Confesso que não sou uma grande fã de ópera, mas encanta-me ver o entusiasmo do meu marido (excepto quando decide ouvir ópera ao pequeno-almoço). 


Ontem, vestiu-se a rigor (não de smoking ou casaca como ainda se veem algumas, muito poucas, pessoas, mas com os acessórios adequados). Eu nem fui ao cabeleireiro...mas não parecia a bruxa do Il Trovatore.


Foram três horas de grande tragédia, até ouvir, no 3º ato, a parte mais conhecida, cantada no video pelo grande Luciano Pavarotti.
O espéctaculo de ópera a que assistimos ontem foi uma grande produção, com ricos cenários e bonito guarda-roupa.


Contudo, como não sou uma entendida, as óperas que mais gostei não estão no top da maioria das pessoas. São o Príncipe Igor de Borodin e O Morcego (Die Fledermaus) de Johann Strauss.

Porque há sempre este clichê das sopranos parecerem sempre a mãe do amante?  

sábado, 30 de março de 2019

Recordar o filme Música no Coração...em Salzburgo


Lembro-me perfeitamente da primeira vez que  vi o filme, no cinema, na Madeira. Era adolescente. Em 2012 escrevi  sobre este tema, quando se comemoraram 47 anos da estreia. A viver nos EUA, tive oportunidade de visitar a casa dos Von Trapp em Stowe, Vermont.
Agora foi a vez de fazer a excursão da Música no Coração, durante a visita a Salzburgo



Sabemos que no cinema tudo é possível... nesta excursão ficámos a conhecer alguns dos locais das filmagens, como a casa da família Trapp, representada no filme através de três localizações diferentes.
Apesar de ainda existir, o realizador preferiu não utilizar a Villa Trapp original, em Aigen nos arredores de Salzburgo, onde vivia a verdadeira família Von Trapp, cuja história serviu de base ao argumento do filme.


O Palácio Frohnburg, cuja fachada, pátio e portão são usados em três cenas: a Maria (Julie Andrews)  chega a casa para conhecer a família; no momento em que o capitão indignado rasga a bandeira nazi após a lua de mel; e ainda a empurrar o carro na primeira tentativa de fuga, quando apanhados pelos nazis o capitão decide então disfarçar o verdadeiro intento, dizendo que vai participar no festival de música de Salzburgo.



Para a filmagem do rasgar da bandeira foram feitas diversas tentativas, mas sem sucesso. Só quando fizeram um pequeno corte, a partir do qual devia ser rasgada, o actor Christopher Plummer conseguiu finalmente terminar a cena.


Palácio Leopoldo revelou-se um dos lugares mais importantes no filme: representou a parte traseira da casa da família, cenário da dança de Maria com o Capitão, no terraço; e o lago, sítio onde  se virou o barco e ficaram todos molhados.




A pequena Gretl de 5 anos ( Kym Karath) não sabia nadar, bebeu "metade da água do lago" e teve de ser resgatada do fundo. Até hoje em dia tem medo de água.

No Palácio Hellbrunn encontra-se, atualmente, o pavilhão de vidro da dança de Liesl (Charmian Carr"Sixteen going on Seventeen". Na altura das filmagens estava no Palácio Leopoldo, mas depois de restaurado colocaram-no neste último palácio, de mais fácil acesso.













Perdi a conta das vezes que imitei esta cena no meu jardim...







Perto, na alameda de Hellbrunn estão as ãrvores da cena da Maria a cantar "I have Confidence" e muito afastado, em Mondsee, as árvores da cena das crianças penduradas...na altura em que o capitão Von Trapp regressa de Viena acompanhado pela Condessa, a actriz Eleanor Parker














Foi na Basilica de São Miguel, em Mondsee, que se realizou o casamento no filme, pois só foram  autorizadas filmagens no exterior da Abadia em Salzburgo. No entanto, na verdadeira história Maria e o Capitão Von Trapp casaram mesmo naquele Mosteiro, onde a Maria foi noviça.



O cemitério da Abadia foi reconstruído em Hollywood, constituindo o cenário do esconderijo, durante a fuga do casal Von Trapp e dos sete filhos dos perseguidores nazis. Aliás, muitos foram os locais só utilizados no exterior e depois filmados em estúdio, como a célebre dança e cantiga do pavilhão de vidro.







Abadia de Nonnberg







Em Salzburgo há muitos outros sítios, onde se realizaram pequenas cenas do filme. Uma delas é o palácio da residência dos Arcebispos, em restauração, hoje em dia... até a fonte está tapada...


 As pontes sobre o rio Salzach

Talvez as cenas mais icónicas do filme sejam no Palácio Mirabell, onde termina a alegre canção Dó Re Mi...

 
 

Quanto às bonitas montanhas que rodeiam Salzburg, as Untersberg, podem ser vistas de múltiplos pontos da cidade. São mostradas nas imagens de abertura e no final do filme, quando a família foge da ocupação nazi. Aqui reside a maior ilusão do filme. De facto, Salzburgo não tem fronteira próxima com a Suiça e ao fugir pelas montanhas iriam em direção à toca do lobo: a vila de Berchtesgaden na Alemanha, onde se localizava o  refúgio de montanha de Hitler, Berghof (demolido, em 1952).


Foi muito agradável ver que "The hills are alive"...com dias de céu azul e sol, pouco frequentes naquela bela região alpina.



As minhas meias com Edelweiss, uma flor branca, popular na Áustria, que se encontra nas partes altas dos Alpes. Antigamente, os rapazes subiam as montanhas para apanhá-la e oferecê-la à amada, como prova de amor. Hoje em dia é uma espécie protegida. O seu nome deu origem à canção de Rogers e Hammerstein para  Música no Coração. " Edelweiss, Edelweiss, every morning you greet me. Small and white, clean and bright, you look happy to me".
Edelweiss não é uma canção austríaca.



Neste video a verdadeira Maria ensina a Julie Andrews como cantar Iodelei, uma forma de canto utilizando sílabas fonéticas, criando um som que muda rápida e repetidamente.

Ah...!  ao rever o filme tenho de estar atenta à verdadeira Maria Von Trapp, que aparece por segundos...


Aqui está... ao fundo do arco com duas filhas



Referências:


Panorama Tours com o simpático guia

Lawrence Maslon. The Sound of Music foreword by Julie Andrews. (Edição para o 50º aniversário do filme). Pavilion 2015

Stefan Herzl e Bernhard Helminger. Your Sound of Music Keepsake. Colorama.

Youtube

sexta-feira, 29 de março de 2019

Aguarela de Leon Einberger



Durante a nossa visita recente a Salzburgo comprámos esta aguarela. Tivemos também o prazer de conversar com o próprio artista e a mulher na sua galeria em Mozartplatz, brindando a aquisição com um agradável vinho tinto francês. Ficou combinado uma nova visita, quando regressarmos aquela cidade dos Alpes austríacos.

O quadro na sua desordem musical como que dança, quando o olhamos. Excelente recordação dos nossos 37 anos de casamento.

domingo, 24 de março de 2019

Em Munique...


Não ia a Munique há 42 anos. Nessa altura, fui visitar uma amiga do liceu a trabalhar nas férias, para praticar alemão, em Titisee, uma localidade muito bonita na Floresta Negra, perto de Freiburg. Depois fui até à capital bávara a convite de uma outra amiga alemã e fiquei na casa da sua avó, onde também vivia. Já não faço a mínima ideia onde era a casa, pois, após tantos anos, perdi o contacto. Lembro-me de um apartamento grande e antigo, sem elevador e de uma velhinha simpática, que recusei imaginar ter sido uma apoiante nazi. Digo isto, porque, naquela época, lembrava-me frequentemente desse assunto. Hoje em dia, já ganhei outra distanciação relativamente à história da Alemanha, à ascenção e domínio do nazismo e à II Guerra Mundial  

À exceção dos rececionistas do hotel, simpáticos e prestáveis, não contactei com ninguém que me tenha  inspirado a mesma sensação. Pareceu-me igualmente que as pessoas não queriam falar inglês. Aliás, em alguns museus há informações apenas em alemão. Em 2019, estranhei esse detalhe um pouco provinciano, na terceira cidade da Alemanha com mais de 1 milhão de habitantes, capital da Baviera, tão visitada e onde já decorreram tantos acontecimentos internacionais, como por exemplo jogos olímpicos. Todos sabemos que a língua alemã é a mais falada da Europa, devido aos mais de 80 milhões de alemães. Pensei então como será o futuro, quando o inglês for só uma língua franca, após a saída do Reino Unido da União Europeia. Não gostei dos meus pensamentos... 

Todavia, aproveitámos ao máximo a curta estadia. Além de visitar o bairro dos museus, passeámos muito a pé. Só me lembrava do relógio em Marienplatz (também os museus que  visitei agora não estavam abertos nessa altura, talvez com exceção da Alte Pinakothek).

Marienplatz

Maximilianeum

Igreja de São Lucas


Catedral (fachada em reconstrução): imagens do coro e túmulo de Luís IV

Igreja Theatiner

Residenz (continuam alguns trabalhos de recontrução). Gostei muito das porcelanas e tapeçarias, contudo muitas peças sem qualquer explicação.

A cerveja e o schnapps continuam muito bons...

O tempo esteve agradável e com sol. Só choveu um pouco horas antes da partida, mas mesmo assim compramos o "Regenschirm" ( já não me recordava do nome).

Ainda comprei e li, no hotel, o livro da famosa Sissi, nascida em Munique...


Adeus, Munique