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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Praga


Aguarela de Praga, de 1997, comprada num antiquário em Iași



Se há aeroporto bem intitulado, é certamente o de Praga: Václav Havel, (1936-2011), o escritor checo, defensor da liberdade, ícone da Revolução de Veludo, de 1989, tendo sido o último Presidente da Checoslováquia e o primeiro da República Checa.






Visitei o Café Slavia, um local histórico, aberto em 1884 e mais tarde decorado em estilo Arte Nova. Era  frequentado por muitos contestatários do regime comunista, nos quais se incluía Václav Havel.














O meu hotel ficava perto da biblioteca com o seu nome.

Castelo de Praga (foto da net)











Quando visitei o Castelo de Praga, recordei o coração de néon numa das torres. Simbolizava o coração que Václav Havel colocava por baixo da sua assinatura e, um ano após a sua morte, foi exposto em Bruxelas no Parlamento Europeu.

Numa tinha visitado Praga. Representava um espaço em branco, que faltava preencher. Foi com muito prazer que o meu marido me guiou pela cidade, mostrando-me onde tinha ido a concertos, comprado a minha bruxinha, o anel de amber, de granate, a biografia de Václav Havel, os CDs de música clássica, a jarra da Boémia...só com isso percorri, pelo menos, metade do centro histórico.

Gostei muito de conhecer Praga. É uma cidade muito simpática para se andar a pé, junto ao rio, ladeado de belos edifícios. Creio que nunca tinha visitado um local, no estrangeiro, onde tivesse visto e ouvido número tão grande de turistas a falar português. 

O tempo estava muito bom. Só à chegada é que fazia 8ºC. Depois aqueceu e havia sempre uma multidão em todos os pontos de referência turísticos e restaurantes.
(Ponte Carlos )














Para se apreciar a Ponte Carlos, a melhor vista foi a de barco.



Estátua de Carlos IV




















Aquela ponte, a mais conhecida de Praga,  começou a ser construída no reinado de Carlos IV (final do século XIV) e ficou pronta no reinado de Wenceslas IV (início do século XV): pedonal com 516 m de comprimento e 10 m de largura, apoiada em 16 pilares, é ladeada nos seus parapeitos por 30 esculturas religiosas. Pode ser observada de 3 torres nas extremidades, que pertenciam, outrora, à defesa da cidade.

A ponte sofreu com muitas inundações. Quando a água chegava à escultura da cabeça de homem, a cidade tinha de ser evacuada.











As últimas grandes cheias foram em 2002.


Tive pena que o famoso relógio astronómico estivesse a ser restaurado. Os trabalhos já duram há oito meses.













A Torre da Pólvora foi construída na segunda metade do século XV e fazia parte do sistema de defesa da cidade. O seu nome deriva de uma loja de materiais explosivos, que se localizava ali, no século XVIII.











Ao seu lado fica o Teatro Municipal, um edifício construído, entre 1905 e 1911, o mais importante em estilo Arte Nova de Praga, onde se organizam concertos e outros espetáculos.














Foi junto à Torre da Pólvora, enquanto me entusiasmava a tirar fotos, que o meu marido me surpreendeu ao alugar, por uma hora, este carro antigo para darmos um passeio pela cidade. Em todos os locais encontramos carros como este, mais interessantes que os novos tuc-tuc de Lisboa, que não acho graça nenhuma.


Subi, a pé, por duas vezes  ao castelo de Praga, na colina Hradcany, local onde foi fundada a cidade. 


Não era tarefa fácil encontrar um táxi e muitos motoristas só falam  checo e algum russo.
O castelo de Praga é na verdade como que uma pequena cidade. Visita-se a Catedral de S. Vito, cujas torres dominam a paisagem da margem esquerda do rio Vltava, a Basílica de S. Jorge, a Ruela Dourada, o Palácio Rosenberg e o antigo Palácio Real com uma entrada tipo A, das mais abrangentes. Podemos ainda visitar outros palácios, com exposições de arte, mediante o pagamento extra. As explicações sobre os vários tipos de acesso e respectivos bilhetes estão afixados numa pequena vitrina, em que precisei de usar óculos; e as funcionárias nos guichets são muito antipáticas, nada ajudando e renitentes em prestar esclarecimentos. 


A Catedral de S. Vito só foi terminada no século XX.


  


A fachada da Basílica de S. Jorge é do século XVII.






A ruela Dourada tem casas pequenas do século XVI, que serviram de alojamento aos guardas do castelo. Hoje em dia são sobretudo lojas de recordações.







O enorme Salão Vladislav (século XVI) no Palácio Real era considerado o maior da Europa naquela época. Praga chegou a ser o centro do poder dos monarcas do Império Sacro Romano-Germânico, nos finais da Idade Média.












Loreto. Fachada do século XVIII

Visitei a coleção de esculturas e pinturas barrocas, propriedade da Galeria Nacional disponível, desde 2008, no bonito Palácio Schwarzenberg.



Totalmente reconstruído, esse palácio renascentista, situado na Praça do Castelo, diferencia-se dos outros edifícios pelo seu grafite pontas de diamante, que decora a fachada.









Não queria acreditar que a magnífica escultura deste cavalo é de 1610.






Fui ainda ao Palácio de Lobkowicz, contendo a única coleção privada de todo o complexo do Castelo de Praga na colina Hradcany. Nota-se diferença, francamente para melhor, no atendimento e organização. Aquela casa/museu contém umas das maiores coleções de arte do país, propriedade dos Príncipes Lobkowicz, uma das mais antigas famílias da aristocracia checa. A não perder se regressar a Praga. Depois de pintura, mobiliário, porcelanas, a exposição acaba com dois enormes Canalettos, mostrando Londres do início do século XVIII...Antes, pode-se admirar partituras originais de Mozart e Beethoven... aliás, o 7º Príncipe Lobkowicz foi um dos principais patronos do autor da mais famosa 9ª Sinfonia... 


Praga vale também muito pela sua bela arquitetura, que pode ser admirada passeando pelas ruas...



















































 






Impossível resistir a tanto encanto...








Praga de 26 a 29 de setembro de 2018