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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Museu do Dinheiro















O Museu do Dinheiro fica situado na Baixa, na Antiga Igreja de S. Julião, no Largo de S. Julião.






















O edifício pertence ao Banco de Portugal. Logo à entrada vêm-se vestígios da antiga igreja.



filme no museu sobre Lisboa antes do terramoto

A primitiva Igreja de S. Julião não se encontrava no local que ocupa hoje. Com a destruição causada pelo terramoto de 1755 a igreja foi reconstruída no local onde outrora se erguera a Patriarcal de D. João V, igualmente arrasada pela catástrofe.






 A reconstrução foi concluída em 1810. Seis anos depois, um incêndio destruiu o recheio do templo, que teve de sujeitar-se a novas obras, as quais se prolongaram até 1854.

Em 1910, o Conselho Geral do Banco de Portugal decidiu comprar a antiga Igreja de São Julião e os seus anexos, devido ao crescimento do Banco.  Em 2007, foi tomada a decisão de restaurar o edifício da Sede do Banco de Portugal, tendo em conta a necessidade de reabilitação geral do edifício.

O Museu do Dinheiro oferece uma experiência interativa que recorre à tecnologia multimédia para mostrar o seu acervo e assenta em núcleos temáticos .

A Muralha de D. Dinis



A exposição inicia-se na cripta da antiga Igreja de S. Julião. Nos finais do séc. XIII, Lisboa era um importante centro económico e de comércio sujeito a ataques vindos do mar. Para defender pessoas e bens, D. Dinis mandou construir uma muralha na zona ribeirinha da cidade. Ao longo dos séculos, muitos edifícios aproveitaram a solidez desta construção para aí apoiarem as suas paredes, entre os quais o Paço Real da Ribeira construído por D. Manuel no período dos Descobrimentos. 

Em 1755, o Terramoto de Lisboa danificou quase por completo a estrutura, que permaneceu soterrada mais de 250 anos.

Em 2010, as escavações arqueológicas realizadas durante a remodelação da sede do Banco de Portugal trouxeram o monumento de novo à luz do dia.

O inédito troço da Muralha, classificada como Monumento Nacional, convida-nos a uma viagem de mais de 1000 anos pela história de Lisboa. Animações em 3D reconstroem virtualmente os objectos expostos e fornecem informação sobre os artefactos encontrados.



Museu do Dinheiro











À entrada está exposta uma barra de ouro, enquadrada pela porta da antiga casa-forte













Apreciei tesouros numismáticos e objetos singulares e aprendi muitas coisas neste museu. Para as crianças que o visitam há muitos jogos interativos. Senti um grande orgulho, que este museu esteja na minha cidade.


Século XIII-XIV

Caixa Forte do  Banco de Portugal 1891


Escritório Namban Século XVI-XVII (Japão)





quarta-feira, 26 de julho de 2017

Dia dos Avós



A 26 de julho celebra-se o dia dos avós coincidindo com a festa litúrgica dedicada a Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós do menino Jesus.



Feliz Dia para todos os avós!

O baralho de cartas e o calendário






Não ficou registado quem criou o conhecido baralho de cartas, como o conhecemos no ocidente. Parece que o design francês, influenciado pelo estilo oriental, se tornou a referência mundial, incorporando os quatro naipes modernos: espadas, copas, ouros e paus. 
Apesar de não termos o nome de um criador o seu legado cultural é muito importante.









Sabia que o baralho tradicional é de facto uma forma engenhosa de calendário?

Há 52 semanas num ano e também 52 cartas num baralho.

Há 13 semanas em cada estação do ano e também 13 cartas em cada naipe.

Há 4 estações num ano e 4 naipes num baralho.

Há 12 meses num ano e 12 cartas com figuras, que representam o Rei, Rainha e Valete em cada naipe.

Se somarmos o valor das cartas (1+2+3+4+5+6+7+8+9+10+11+12+13) dá 91. Se multiplicarmos por 4 (4 naipes) dá 364. Se adicionarmos o joker chegamos ao número 365, os dias num ano.
Alguns jogos usam 2 jokers, indicando assim o ano bissexto.

Fiquei intrigada quando me contaram. Afinal um jogo de cartas pode significar muito mais, além de ser perfeito em termos matemáticos...



terça-feira, 18 de julho de 2017

Jane Austen (1775-1817)








Hoje comemora-se 200 anos da morte de Jane Austen.








Ontem vi no canal Film and Arts  o primeiro episódio de Death Comes to Pemberley, baseado no livro, da escritora PD James (1920-2014). Foi-me oferecido pelo meu filho no ano da sua publicação, pois achou que eu deveria gostar... é a continuação de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, depois do casamento de Darcy e Lizzy. A autora era uma grande admiradora de Jane Austen e neste romance inclui um caso policial, fiel ao seu género literário...

Em 2013 celebraram-se 200 anos da publicação do romance Orgulho e Preconceito. Foram angariados fundos para recuperar um anel de Jane Austen e anunciaram  que o seu rosto apareceria numa nota de 10 libras, o que veio a concretizar-se agora. De realçar a citação impressa “I declare after all there is no enjoyment like reading!”. O seu valor hoje em dia seria equivalente a apenas 13 pence em 1817 (No final do século XVIII, £10 seria o equivalente a £1000 hoje em dia, a quantia que Jane Austen recebeu pela publicação do seu primeiro livro).

Há outras iniciativas programadas para hoje como a inauguração de uma estátua de Jane Austen em Basingstoke.







Esta cadeira pertencia ao futuro Rei George IV, um apreciador dos romances de Jane Austen, especialmente Orgulho e Preconceito. A escritora deve ter apreciado este modelo muito em voga na época, quando visitou Carlton House em 1815. Tinha nas costas um suporte para livros.








Só gostaria que hoje, no avião de regresso a Portugal, houvesse a hipótese de ver a bordo os outros dois episódios de Death Comes to Pemberley ...

Gostei muito do livro e desta recriação do famoso Mr Darcy e Lizzy do  romance clássico de Jane Austen. A Georgiana é a bonita atriz que representa Demelza em Poldark...


sábado, 15 de julho de 2017

3 anos fora de Portugal

Estou a viver permanentemente fora do meu país, desde julho 2014. Durante  estes anos, a nível pessoal, houve o casamento do meu filho em 2014, em Inglaterra;




















e o casamento da minha filha em Portugal, em 2016.















Em 2015, a família aumentou com o nascimento de duas primas gémeas


Em 2017, nasceu o meu neto na Escócia.

Faz 5 meses hoje. Só o vi durante duas semanas quando só tinha 1 mês...





  o tapete que bordei para ele em ponto de Arraiolos...




Fiz algumas viagens durante estes três anos: Bogotá e Cartagena (primeiras férias para descansar logo que cheguei), CuraçaoLondres, Budapeste, Viena, Equador, México, Panamá, Cuba, Escócia, Amsterdão, Singapura, Vietname, Camboja, Tailândia, Edimburgo

As visitas à Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, São Vicente e as Grenadinas, Barbados tiveram também outros objetivos, mas fiquei a conhecer estes países nas Caraíbas.

Inolvidáveis foram mesmo as férias em família à Madeira para a passagem de ano e a Canaima.




A minha ilha da Madeira continua belíssima



Chegada a Canaima










No delta do Orinoco. Tentativa falhada de fazer de Tarzan na selva








Durante este tempo fiz algumas amizades e espero manter os contactos.  Hoje em dia com emails, skype e whatsapp, é muito diferente de 1989, quando deixei Portugal para ir viver na Turquia...

Politicamente assisti no meu país à eleição de um novo presidente da república e à formação de um governo minoritário com apoios parlamentares, a quem chamam de gerigonça, enquanto aqui assisto diariamente ao desmoronamento de um regime.

A minha nora e genro foram os únicos que me acompanharam na súbida ao Ávila de teleférico. Os outros subiram de jeep, o que não é menos assustador, garanto.


Apesar da preocupação dos familiares em Portugal sobre o meu bem estar aqui devido às noticias, gostei de viver estes últimos três anos em Caracas. Aliás, quando olho para trás a minha vida desde os 19 anos, que saí da Madeira para ir estudar e viver em Lisboa tem sido um acumular de vivências em diferentes locais. Os meus filhos, por exemplo, fizeram os 12 anos de escolaridade obrigatória metade em Portugal e metade no estrangeiro. Daí nunca terem tido vontade de concorrer ao programa Erasmus. Salvo comissões de serviço curtas ou  indefinidas como foram as de Bruxelas, Cabo Verde e Guiné-Bissau, acompanhei sempre o meu marido. Talvez seja por isso, que nos nossos carros há sempre na matricula um "CD": "Ciganos Distintos"...

Caracas e as montanhas do Ávila . Vista dos belissimos jardins de Topotepuy


As belas montanhas do Ávila, que rodeiam a cidade e amenizam o clima, são de uma grande beleza.



Não regressámos, por opção, ao belo arquipélago de Los Roques, com medo de apanhar uma deceção, dada a degradação de algumas instalações hoteleiras neste país devido à falta de produtos. Mandámos fazer uma aguarela de uma fotografia, que tirámos durante a nossa primeira estada na Venezuela, de 2005 a 2008 ( com uma interrupção de 6 meses em Luanda)


Um país com grandes potencialidades para desenvolver o turismo junto à costa com areia fina e macia, tem de começar com limpezas profundas.



                                                              antes e depois


Desde a minha chegada, empenhei-me, com ajuda, é claro, a manter a casa, que é já muito antiga, bem cuidada e, no jardim, tentei melhorar o seu aspecto, vendo-me livre da maioria das ervas e plantas invasivas.

As pessoas são simpáticas e têm um espírito alegre (se assim não fosse não sei como aguentariam). Contudo, nos últimos tempos sinto uma tristeza com as noticias de mortes de tantos jovens. Além das habituais devido à violência, que é grande no país, juntam-se agora as de estudantes que se manifestam, porque querem ter um futuro melhor.
A inflação é outro problema ( quando cheguei um euro equivalia a 90 bolivares no mercado paralelo. Este mês vale mais que 9000...). O que gastamos no mercado numa semana, nunca é igual ao da semana seguinte. Já nem compro alguns produtos, como salmão, pois acho ultrajante que um quilo seja igual ao ordenado mínimo, aumentado há duas semanas.

Desejo a todos os meus sinceros votos de um futuro melhor e estou pronta a enfrentar novos desafios, nesta opção de vida de acompanhar o meu marido no estrangeiro, o que apesar de muitas vantagens, traz também muitas saudades.

Caracas 2008




Já fiz tantas mudanças... esta será apenas mais uma, com muito menos coisas do que em 2008, quando regressámos a Lisboa...







sexta-feira, 14 de julho de 2017

Dia Nacional de França





A parada anual comemorou o 100º aniversário da entrada da França na I Grande Guerra.





Este ano, o aniversário da tomada da Bastilha, em Paris, teve como convidado de honra o presidente americano Donald Trump.











O episódio de ontem, à entrada do Palácio dos Inválidos, tem feito correr muita tinta.








O presidente americano dirigiu-se à mulher do presidente francês e em conversa gravada em video disse-lhe: "You´re in such good shape" e, pior ainda, voltou-se para o próprio Presidente Emmanuel Macron e repetiu:" She´s in such good physical shape". Trump não aprende...como sabe que Brigitte Macron tem 64 anos e o marido 39, uma diferença de idades semelhante à sua (71) e à da sua mulher, que tem 47, achou que devia fazer um suposto "elogio"... E isto para ser suave nas criticas nem falo do aperto de mão...
Porque não deixam a senhora em paz? Se a diferença de idades fosse ao contrário, ou seja, ela mais nova 25 anos em relação ao marido já ninguém se referia ao assunto....

Aqui não houve destes incidentes. O Embaixador chegou há menos de um mês sózinho e convidados houve muitos... e como sempre a receção do dia nacional de França foi um sucesso em Caracas.




Com o embaixador romeno e a mulher










Com algumas amigas que ainda ficam cá.


Cerimónia de condecoração na embaixada de França

The 14th July 1789

Gibraltar e os Madeirenses



Por ocasião da II Guerra Mundial, entre 1940/45, a Madeira acolheu 2.500 pessoas provenientes de Gibraltar, uma pequena região peninsular, no extremo sul da península ibérica, com uma estreita fronteira terrestre a norte com a Espanha e à entrada do Mediterrâneo. O objetivo foi evacuar aquele "Rochedo" para que pudesse ser fortificado contra um ataque alemão. Muita população emigrou também para a Grã Bretanha e Jamaica (em 1942, havia mais de 30000 militares britânicos em Gibraltar).
No Parque de Santa Catarina, no Funchal, encontra-se, desde 2008, um monumento em homenagem aos gibraltinos. Ali constam os nomes de todos os refugiados, que morreram na Madeira, a maior parte vítima de uma epidemia de tifo. Este monumento foi oferecido pela Comunidade de Gibraltar e simboliza, também, a gratidão do Povo de Gibraltar pelo carinho com que foram recebidos pelos madeirenses naquele momento difícil.

Os gibraltinos, sobretudo mulheres e crianças, chegaram ao Funchal, entre 21 de Julho e 13 de Agosto de 1940  e foram acomodados em hotéis, pensões e casas particulares. Permaneceram na Madeira, até ao fim da II Guerra Mundial. Integraram-se bem e criaram laços de amizade com os madeirenses em geral. Durante a permanência destes na Ilha realizaram-se alguns casamentos entre gibraltinos e madeirenses, nasceram crianças e alguns  permaneceram lá até aos nossos dias.

Café Kit Kat no Funchal
A cidade encheu-se de uma nova dinâmica, de um maior movimento nas ruas, nos cafés e nos estabelecimentos comerciais, depois da chegada dos gibraltinos. As mulheres frequentavam os cafés sózinhas, o que não era comum naquela época no ambiente fechado da Madeira.
Outra coisa que causava controvérsia era o facto de muitas gibraltinas usarem calças, coisa que naquela altura pouquíssimas mulheres tinham a ousadia de vestir.
Ainda me recordo da minha mãe dizer que as mulheres usavam sandálias de salto alto, soltas no tornozelo e que ouvia-se o "chinelar" e o falar tipico e alto a alguma distância. Talvez a introdução desta moda num meio pacato, tenha feito que a minha mãe "abominasse" chinelos e achasse um sapato fechado sempre muito mais chique... e parece também que provocou choque na Madeira daquela época as cores garridas da roupa das gibraltinas, as quais, diga-se, foram no fundo uma lufada de ar fresco na rotina madeirense.

O paquete João Belo da CCN
A Aunt A contava que durante a guerra, numa viagem do Funchal a Lisboa, o paquete João Belo, onde viajava, foi desviado para Gibraltar. No romance biográfico "Os Ibis Vermelhos da Guiana" a escritora Helena Marques dá conta desse facto. Ancorado por uns dias em Gibraltar, sem poder enviar notícias aos familiares, sentiram o lançamento de bombas de profundidade, durante o dia, a  fim de evitar a aproximação de submarinos alemães e, à noite, viam aviões militares a sobrevoar Gibraltar (o facto de os navios serem interceptados por unidades navais aliadas ou inimigas era normal em situação de guerra. Este mesmo navio já tinha sido interceptado por um cruzador inglês, que aprisionou passageiros alemães a bordo)

"Horas depois do João Belo zarpar do Funchal, foi abordado por um contratorpedeiro britânico, que enviou a bordo um escaler com diversos oficiais...o mais recente boato que corria no salão era o de que o navio seria desviado para Gibraltar..." (Os Ibis Vermelhos da Guiana)



Ao longo dos anos o rochedo de Gibraltar tem mostrado o seu poderio a todos os que se aproximam por terra, mar ou ar, dada a sua importância estratégica. Já foi habitado por cartagineses, romanos, vândalos, muçulmanos e espanhóis. O brazão de Gibraltar consiste num triplo castelo com uma chave dourada, concedido em 1502 pelos Reis católicos "à mais leal cidade de Gibraltar". É também parte da sua bandeira.



O território foi cedido à Grã Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola.

A Espanha mantém a reivindicação sobre o Rochedo, o que foi totalmente rejeitado pela população gibraltina, no Referendo de 1967.

Em 1969, o General Franco fechou a fronteira, a qual foi reaberta em 1982 (só para peões) e, em 1985, também à circulação de veículos.


O Rei Felipe VI de Espanha está em visita oficial ao Reino Unido. No seu discurso em Westminster apelou a um novo acordo sobre o futuro de Gibraltar e pediu mais garantias para os direitos de cidadãos espanhóis a viver no Reino Unido, após o Brexit. Note-se que a única monarca inglesa a visitar Espanha foi a Rainha Isabel II, em 1988.

Recordo-me que o Rei Juan Carlos não foi ao casamento do Príncipe Carlos com Diana Spencer, em 1981, exatamente porque os noivos anunciaram uma passagem, durante a lua de mel, pelo disputado território de Gibraltar...

Referências:

http://www.cm-funchal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=210%3Agibraltar&catid=79%3Aacordos-de-geminacao&Itemid=247

https://www.gibraltar.gov.gi/new/

http://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/04/paquete-joao-belo-e-ccn.html

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Arranjos florais venezuelanos


Os arranjos florais venezuelanos, pela sua exuberância, fazem lembrar-me os da Turquia. Este foi enviado por um casal amigo, que conhecemos desde a nossa primeira estadia em Caracas e vieram ontem a um almoço de despedida. Pode ser visto por dois lados. 







Estes arranjos caracterizam-se pela diversidade de flores e o seu grande tamanho.
Felizmente a entrada é ampla e a mesa grande. 


Aliás, a mesa é das peças de mobilia que mais gosto da casa. Chamo-a "mesa do Eça" pois faz-me lembrar a mesa da "casa de Tormes". Mesmo sem flores é muito bonita.


Recordando o passado, lembrei-me do arranjo, que me ofereceram em 2008, antes de partir para Portugal e que foi o local escolhido por uma jornalista para me fotografar.





O meu marido, a quem não escapa um pormenor, disse-me logo, (depois de ver as fotos no blog) que por coincidência ontem, na despedida, estava usando o mesmo colar...