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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Épico e Trágico- Camões e os Românticos



No ano em que se celebram os 500 anos do nascimento de Luís de Camões (1524-1580), o Museu Nacional de Arte Antiga apresenta uma exposição temporária sobre o poeta português na Sala do Tecto Pintado. Desde finais do século XVIII, Camões e alguns temas de Os Lusíadas conhecem divulgação internacional, retratados no contexto de uma cultura pré-romântica. A própria vida aventurosa do Poeta torna-se motivo literário e artístico.


Os Lusíadas (2 exemplares) edição do Morgado de Mattheus, Paris, 1817 (ver, por exemplo, no youtube o programa da RTP Visita Guiada dedicado à Casa Matheus).



João Baptista de Almeida-Garrett, Camões, poema, Paris 1825, considerado a obra introdutória do romantismo em Portugal.








Missa de Requiem À Memória de Camões de João Domingos Bomtempo. Paris, 1817 (no youtube existem diferentes versões) 








Em exposição alguns trabalhos do pintor Francisco Vieira (1765-1805) com o nome artístico de Vieira Portuense, ambicionando criar uma edição de luxo de Os Lusíadas, na qual seriam apresentados os seus trabalhos, em representação de cada canto. Este projeto não foi concretizado, pois adoeceu com tuberculose, mudou-se para a Madeira à procura de melhoras e veio a morrer no Funchal, onde está sepultado na Sé.


Combate na Ilha de Moçambique (Canto I)


Emissários de Vasco da Gama perante o Rei de Melinde (Canto II)


Encontro entre Vasco da Gama e D. Manuel (Canto IV)


Vasco da Gama na Ilha dos Amores (Canto IX)


Banquete na Ilha dos Amores (Canto X)


Ulisses conduzido por Vénus na Odisseia de Homero

Na exposição alguns estudos de Domingos Sequeira (1768-1837), que sucedeu a Vieira Portuense como diretor e lente da Aula de Debuxo e Desenho no Porto. A tela desaparecida A Morte de Camões, exposta por Domingos Sequeira no Salon, de 1824, foi oferecida a D. Pedro, imperador do Brasil. Prova-o uma aguarela, que mostra o salão de música da quinta filha de D. Pedro, Francisca Carolina de Bragança, casada com o príncipe de Joinville, que mostra o quadro de Sequeira numa das paredes. Regressados a França, a pintura eventualmente acompanhou-os e pode ter desaparecido no assalto ao Palácio das Tulherias,  durante a revolução de 1848 ( Raquel Henriques da Silva in Épico e Trágico pag 18).


Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) Últimos Momentos de Camões

Gostei de visitar a exposição, mas soube-me a pouco para a celebração dos 500 anos do maior Poeta português e considerado como um dos maiores de toda a Cultura Ocidental.




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