A Estátua da Liberdade
De todos os conhecidos símbolos americanos nenhum consegue ser tão magnífico como a Estátua da Liberdade, situada na antiga ilha Bedloe, hoje chamada de “Liberdade”, no caminho para a entrada do porto de Nova Iorque e perto da Ilha de Ellis, por onde entraram milhões de emigrantes.
Aquele tão impressivo e famoso monumento dos Estados Unidos da América representa a Liberdade, sob a forma clássica de uma deusa grega da Antiguidade. Na mão direita com o braço erguido decididamente em direção ao céu, agarra uma tocha, que mais parece um farol, num poderoso gesto, como que procurando iluminar o mundo com a promessa de livre escolha e justiça para todos. Na outra mão segura uma placa exibindo a Declaração de Independência dos Estados Unidos com a data da sua proclamação: 4 de Julho de 1776. O mesmo espírito simbólico de libertação encontra-se nas correntes quebradas, que jazem a seus pés. Os sete raios da coroa podem ser entendidos como a figuração do sol, dos sete mares ou dos sete continentes. Tanto a tocha como a coroa estão sempre iluminadas à noite.
História da Estátua da Liberdade
A ideia de homenagear o povo americano, celebrando a amizade entre a França e os EUA, partiu do professor de direito Èdouard-René de Laboulaye em 1865 (ano em que terminou a guerra Civil nos EUA). O escultor escolhido foi Frédéric-Auguste Bartholdi (1834-1904), o qual supervisionou a construção da estátua em Paris, entre 1874 e 1884. Começou com uma maquete em terracota, que foi sucessivamente aumentando e retificando, até chegar ao modelo e às dimensões atuais. Bartholdi pediu ao engenheiro Gustave Eiffel (1832-1932) - que projetou a Ponte Dona Maria Pia no Porto (1877) e mais tarde a Torre Eiffel em Paris (1889) - para construir uma estrutura metálica de ferro e aço, na qual assentaram as placas de cobre para formar a estátua.
Eiffel utilizou uma técnica que já tinha reputação na construção de pontes, capaz de suportar ventos fortes. Na edificação da estátua também houve a preocupação de a dotar de resistência sísmica, pelo que tem a capacidade de oscilação de 12cm.
Numa cerimónia especial, em 4 de Julho de 1884, (dia da independência dos EUA), em que esteve presente Levi Morton, o embaixador americano em França, a estátua foi oferecida ao povo americano como prova de amizade de todos os franceses. Infelizmente Laboulaye, o homem cuja visão inspirou a criação da estátua e a sua tenacidade permitiu o apoio financeiro do projeto, não chegou a ver a sua ideia concretizada, porque morrera no ano anterior. De seguida foi desmontada e preparada para a travessia do oceano no navio Isère. Entretanto nos EUA, todos os esforços para erguer o pedestal sobre o qual assentaria a estátua, foram em vão: mesmo depois da estátua pronta, ainda não se conseguira angariar os fundos necessários. Foi então que o magnata Joseph Pullitzer (1847-1911) encorajou todos os americanos a contribuir para o projeto, prometendo publicar no seu jornal o nome de todos os doadores, por mais pequena que fosse a contribuição. Esta iniciativa provou ser um sucesso, conseguindo rapidamente a quantia necessária.
O prestigiado arquiteto americano, Richard Morris Hunt (1827-1895) construiu o pedestal e a estátua foi finalmente inaugurada em 28 de outubro de 1886 pelo presidente americano Stephen Grover Cleveland (1837-1908- o único presidente a ter dois mandatos não consecutivos).
Veja aqui fotos da estátua antes da sua chegada a NY.
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Referência:
Bond L.E. Statue of Liberty. Albion Publishing Group, 1996
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