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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

O Palácio da Cidadela



O Palácio da Cidadela de Cascais

A Cidadela de Cascais é um conjunto de duas fortalezas na margem direita do rio Tejo: o Forte de Nossa Senhora da Luz e a Torre de Santo António. Um dos momentos mais marcantes da vida da Cidadela está relacionado com a decisão da Casa Real de passar a utilizá-la como residência de veraneio, a partir de 1870. Para tal as instalações militares foram adaptadas à nova função de Paço Real.

Cascais passou a fazer parte do triãngulo turístico Lisboa-Sintra-Cascais. A pacata vila piscatória transformou-se para sempre e surgiram palacetes e chalets construídos pela nobreza para acompanhar o rei.


O Chalet Palmela. Aguarela da Rainha D. Maria Pia de 1894




A Praia da Ribeira em 1900











Para o 15º aniversário de D. Carlos, o seu pai, o rei D. Luís, encomendou de França seis candeeiros iguais aos que iluminavam a Praça da Ópera de Paris, inaugurando-se a iluminação elétrica em Portugal (28-9-1878). 

D. Luís morreu em Cascais, em 19 de outubro de 1889


Consternada pela morte do marido, D. Maria Pia nunca mais voltou à Cidadela.. Adquiriu um chalet no Monte Estoril, onde passava a época de verão.
Fotografia do chalet por D. Maria Pia. No jardim com D. Carlos e D. Afonso.
    



Aguarelas de D. Carlos

Com D. Carlos, Cascais ganha ainda maior vida graças às muitas atividades sociais e recreativas em que o rei.promove e participa


 a moda...

D. Maria Pia com o neto Luís Filipe e D. Manuel a brincar na varanda do palácio

Com a implantação da república em 1910, o palácio foi-se degradando. Em 1928, o Presidente Carmona escolheu o Palácio da Cidadela como residência oficial, sem nunca habitar em Belém. Foi assim necessário fazer ali obras de reparação e de mobilá-lo, porque, na altura, estava muito depauperado - o seu recheio tinha sido transferido para outros locais ou desaparecera.


O Presidente Carmona viveu no Paláco da Cidadela 18 anos. A sua secretária "regressou" ao gabinete de trabalho.



Em 1930, a bonita capela barroca, que fora, há muito, desativada enquanto Igreja e servira de arrecadação do destacamento do exército da Cidadela, foi devolvida ao culto por iniciativa da mulher do Presidente da República, Maria do Carmo Carmona. Esta senhora, transmontana, natural de Chaves e filha de taberneiro, detinha personalidade forte e influência junto do marido e não se julgue que se tratava de uma simples beata, pois viveu mais de dez anos em união de facto e quando se casou com Óscar Fragoso Carmona, em 1914, já o casal tinha três filhos. Enquanto foi (como se diz agora) "primeira dama" notabilizou-se pela sua dedicação às causas sociais, sobretudo no apoio às crianças e, diz-se, tinha especial antipatia por Oliveira Salazar.  
     

Maria do Carmo Carmona no Palácio da Cidadela com os netos c. 1930
in Palácio Cidadela Cascais pg 171

Com Américo Tomás, um oficial da armada, o palácio deixou de ser utilizado. Após 1974, manteve-se esquecido, durante anos. Foi em 2011, após demoradas obras de reabilitação que reabriu ao público. Visitei-o nesse ano, gostei muito de admirar os trabalhos em madeira e o chão, mas fiquei dececionada por o ver tão vazio. Nestes últimos anos foi feito um trabalho notável de mobilar e embelezar o palácio com ajuda de privados e museus. Gostei muito da visita guiada, que fizemos no domingo passado. Hoje em dia é o local escolhido pelo PR para receber convidados estrangeiros, pelo que se encontra por vezes encerrado. Juntamente com o Palácio de Belém é residência ofical do Presidente, acolhendo diversas reuniões, audiências e jantares oficiais.








Lareira restaurada do tempo de D. Maria Pia, com as armas de Bragança e Sabóia

Cartões de Lurdes Castro para as Tapeçarias de Portalegre
Gostei da combinação do antigo com o moderno

Sala com uma tapeçaria de Portalegre

Sala árabe. Candeeiro de Murano

Casa de jantar. Nesta mesa de múltipas tábuas já jantaram 50 pessoas

A varanda com uma vista fantástica sobre a bela baía de Cascais (se fecharmos os olhos e nos abstermos de dar atenção a algumas modernices horríveis, que se construíram recentemente).

Foi fechada no tempo de Carmona. Bonito trabalho de ferro de Duarte Pacheco.

O segundo andar é onde ficava alojado D. Carlos e estava o seu gabinete de trabalho e algumas coleções deste rei cientista e artista, que foram transferidas para o Aquário Vasco da Gama. Hoje em dia está totalmente equipado para receber um chefe de estado estrangeiro. E que bonito que está....


Bonito trabalho do armário e lavatório da suite D. Carlos junto a uma casa de banho moderna com todas as comodidades






Alberto I do Mónaco, amigo de D. Carlos,
foi outro dos pioneiros na investigação científica do oceano


O único tapete de arraiolos que vi. Os restantes eram persas

Gostei muito desta visita guiada ao palácio. Depois vi a exposição sobre D. Luís e D. Maria Pia e a praia. As fotografias são das duas visitas e do livro sobre o Palácio, que comprei em 2011.

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