1º maio 1974
O Dia do Trabalhador foi celebrado com muita efusão no Funchal.
Na mesma data celebra-se o Dia de São Tiago Menor, padroeiro da cidade do Funchal. A homenagem a esse Santo remonta a 1521 e invoca a proteção contra a peste, que matou então centenas de madeirenses. As celebrações contam, habitualmente, com uma procissão e missa presidida pelo Bispo do Funchal, na Igreja do Socorro. Contudo, no 1º de maio de 1974, a grande manifestação no Funchal, não teve caráter religioso, pois, pela primeira vez, celebrava-se o sucesso do 25 de abril. O Liceu Jaime Moniz foi o local de encontro de estudantes, que depois se uniram a milhares de manifestantes pelas ruas do Funchal e eu participei.
Recordo que, dias antes, a minha mãe recebeu um telefonema a meio da noite (devido à diferença horária), que nos deixou sobressaltadas. Tratava-se da sua melhor amiga que vivia no Canadá, há muitos anos e que não sabendo bem o que se estava a passar em Portugal pedia-lhe que mandasse a minha irmã e eu para Toronto, onde vivia. Lembro-me de ouvir a minha mãe dizer-lhe que os acontecimentos eram de grande regozijo e que se o meu pai fosse vivo teria uma enorme alegria com o que se estava a passar, pelo que não queria que fossemos para o Canadá. Ao ouvir estas palavras sabia que a minha presença nas celebrações do 1º de maio estaria garantida...
Encontei este ano na garagem o colete que usei na manifestação. Veio da Madeira em 1976 e não me recordo de o ter vestido em Lisboa.
Foi feito e oferecido pela minha vizinha e amiga Gabriela Oliveira.
Infelizmente, alguns colegas da fotografia já não podem celebrar os 50 anos do primeiro 1º de maio, porque já não se encontram entre nós.
Saudades dos meus lírios do vale que se compram a 1 de maio (jardim em Bratislava 2023)
Colar de maios enviado hoje por uma amiga na Madeira. Uma tradição que se mantém.
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