Auto-retrato de Caillebotte pintado alguns meses antes da sua morte, aos 45 anos.
Gustave Caillebotte (1848-1894) foi um pintor francês impressionista. A assinalar os 130 anos da sua morte o Museu de Orsay organizou esta exposição Caillebotte Peindre les hommes, para lhe prestar homenagem.
Caillebotte nasceu no seio de uma família abastada. Ajudou financeiramente muitos artistas da sua época e comprou muitas das suas obras. Monet ofereceu-lhe o enorme quadro Almoço na Erva, como agradecimento por ter usado sem pagar o estúdio de Caillebotte.
No seu testamento Caillebotte doou uma grande coleção ao governo francês- 68 pinturas de vários artistas: Pissarro (19), Claude Monet (14), Renoir (10), Sisley (9), Edgar Degas (7), Paul Cézanne (5), e Manet (4), as quais graças à sua generosidade irão constituir a base de um museu sobre o impressionismo, numa altura que este movimento artístico ainda era olhado de soslaio. Caillebotte não sentiu necessidade de doar algumas das suas próprias obras, talvez por modéstia...
O pintor estipulou que os quadros deveriam ser expostos no Palácio do Luxemburgo, no entanto os termos do testamento tiveram de ser negociados com Renoir, seu procurador, o qual juntamente com um irmão do artista incluiram na doação duas pinturas de Caillebotte (Les raboteurs de parquet e Vue de toits -Effet de neige).
Caillebotte era mais conhecido por ser um patrono das artes, do que pintor. Nunca sentiu a pressão de ter de vender os seus quadros para sobreviver. Os temas das suas obras são sobretudo cenas de vida doméstica com membros da sua família. Durante a sua vida ofereceu muitos quadros seus a amigos e empregados. Depois da sua morte essas ofertas estavam em sótãos e, pior ainda, a sua correspondência foi deitada fora por uma cunhada...Se não tivesse escrito com frequência a Monet e Pissarro, provavelmente, hoje em dia só existiria o seu testamento...
Todavia, surgiu do esquecimento em 1955, quando o filho do dono da Chrysler decidiu comprar um quadro seu mostrando uma rua de Paris com chuva, adquirido, mais tarde, pelo Art Institute of Chicago.
Na década de 1880 começou a pintar menos, quando adquiriu uma propriedade em Petit Gennevilliers, perto de Argenteuil e para lá se mudou permanentemente em 1888, dedicando o seu tempo à jardinagem e ao desenho de barcos para regatas.
Uma semana antes da sua morte repentina, escreveu a Monet, recomendando-lhe um tipo de estufa. Antes, enviara outra carta a desculpar-se por não poder ir a Giverny, porque uma orquídea rara dera flor nesse dia e só durava cerca de 3 dias...
Apesar de ainda sabermos pouco sobre a sua vida, esta biografia ilustrada, escrita por um seu descendente e publicada este ano, está muito interessante. Recorreu a arquivos da cidade, à correspondência com outros pintores e a muitas fotografias, um hobby do irmão de Gustave, Martial.
https://www.maisoncaillebotte.fr/le-domaine/la-maison-452.html
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