Sobre a Paz
Deixa-se a paz encostada
como se fosse espingarda
e no corpo uma pistola
Como se fosse navalha
O homem ousa entalhar
a morte na sua raiva
que já não usa na esperança
nem usa a nova mandada
A prumo no corpo
a raiva
canta como uma espingarda
encostada a muitas mortes
a paz domada
nas casas
encostada a muitos
homens
a mentira faz a imagem
viagens de muitos
portos
navios de muitas
viagens
Já não há entendimento
entre uma paz
fabricada
para servir muitos fundos
que não do homem ou da árvore
Paz encostada á parede
como se fosse espingarda
ou corpo não amistoso
da marca de uma navalha
Maria Teresa Horta (1937- 4-2-2025).
Poesia Completa 2 1967-1982 Litexa, 1983 pag 21
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