No Palácio de Belém
Teve uma vida intensa marcada pela intervenção política e cívica. Foi durante a Universidade, onde frequentou o curso de Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Lisboa que conheceu Mário Soares, com quem casou em 1949, por procuração, pelo facto de Soares ser preso político na cadeia do Aljube. Os dois partilhavam ideais de liberdade e igualdade que contribuíram para solidificar a relação que os unia, ao longo de mais de 65 anos de casamento.
Frequentou também o Conservatório, que lhe abriria as portas do teatro. Em 1948, por razões políticas, os palcos foram-lhe vedados.
Maria Barroso esteve presente na reunião fundadora do Partido Socialista, em Abril de 1973. Já no período democrático, foi eleita deputada à Assembleia da República, por diversas vezes. Entre 1986 e 1996, Maria Barroso acompanhou o seu marido durante o tempo em que este foi Presidente da República, onde também se destacou pela sua elegância, sobretudo nas viagens ao estrangeiro.
Criou a Fundação Pró Dignitate e em Julho de 1997 assumiu a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa, lugar que ocupou até 2003. Em reconhecimento pela sua ação cívica e social foram-lhe atribuídas várias distinções nacionais e estrangeiras.
Conheci a Dra Maria de Jesus Barroso, em 1992, por ocasião da visita oficial do Presidente Mário Soares à Turquia.
Embaixada de Portugal em Ancara, Turquia
Um dos textos que mais gostava de declamar era Prometeu do poeta Joaquim Namorado:
"Abafai meus gritos com mordaças,
maior será a minha ânsia de gritá-los!
Amarrai meus pulsos com grilhões,
maior será minha ânsia de quebrá-los!
Rasgai a minha carne!
Triturai os meus ossos!
O meu sangue será a minha bandeira
e meus ossos o cimento duma outra humanidade.
Que aqui ninguém se entrega
- isto é vencer ou morrer -
é na vida que se perde
que há mais ânsia de viver!"
Referências:
Museu da Presidência da República. Museum/Art Gallery no facebook
"Maria Barroso Uma vida cheia de liberdade" in EXPRESSO 27 junho 2015
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