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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O Museu Aristides de Sousa Mendes



Recordando Aristides de Sousa Mendes...  

 João Paulo Abranches, filho de Aristides de Sousa Mendes (esq) e a mulher (dir)
Mrs Abranches e o meu marido
Algumas caras conhecidas da Comunidade Portuguesa:
O Representante Estadual de MA, Tony Cabral, o Juíz Philip Rapoza e o Doutor Frank de Souza

Dia 19 de outubro de 2001, jantar em casa para 25 pessoas

Dia 20 de outubro de 2001

Dia 21 de outubro de 2001
O Bispo Sean O~Malley e John Paul Abranches


A Família Sousa Mendes teve papel essencial no reconhecimento nacional e internacional do antigo Cônsul de Portugal em Bordéus, mas o caminho foi longo e dificil. O filho de Aristides Sousa Mendes, John Paul Abranches, residente nos EUA, juntamente com os seus irmãos iniciou uma campanha para reabilitar o bom nome do seu pai e criou, com a ajuda de ativistas judeus, o Comité Internacional Aristides de Sousa Mendes.
Assim, em 1988, Aristides de Sousa Mendes foi, tardia mas muito justamente, reabilitado a título póstumo e reintegrado na carreira diplomática.

Em 2000, foi criada a Fundação Aristides Sousa Mendes, que adquiriu a Casa do Passal, a antiga mansão da sua família para a reabilitar e transformá-la em museu. Teve apoio financeiro do MNE como forma de indemnizar a família.

Em 1980 a casa estava num estado de degradação e abandono 

Em 2001, quando vivíamos nos Estados Unidos da América, o meu marido foi consultado por uma comissão de judeus, apoiando o filho  de Aristides Sousa Mendes, John Paul Abranches, que vinha a Massachussets participar numa homenagem em Fall River, na qual participavam católicos, protestantes, judeus e, com especial empenho, o bispo de Fall River, Sean O´Malley  Não hesitámos em apoiar e juntar-nos à iniciativa.

Acabámos por convidar para jantar em nossa casa John Paul Abranches, a sua mulher e um grupo constituído por conhecidas figuras da comunidade portuguesa e judia da região, em 19 de outubro de 2001: no dia 21 houve a cerimónia religiosa ecuménica (fotos em cima).





John Paul Abranches (1931- 2009) foi o 13º filho de Aristides de Sousa Mendes.







No dia 2 de agosto deste ano, tive o prazer de visitar o Museu Aristides de Sousa Mendes em Cabanas de Viriato.










Estrutura em madeira com 14 000 nomes gravados de pessoas que Aristides de Sousa Mendes deu visto, enquanto Cônsul de Portugal em Bordéus, contrariando a Circular 14, que proibia a sua emissão sem autorização prévia de Lisboa (em 1940, o tempo que levava o envio dos pedidos e as possíveis respostas, tornavam inúteis as eventuais autorizações, quando os nazis avançavam rapidamente pelo interior da França). Entre eles Madeleine Lebeau.



Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) era filho de José de Sousa Mendes, juíz no Tribunal da Relação de Coimbra e de Maria Angelina Abranches. Pertenciam a uma família aristocrática rural, católica e monárquica. Tinha um irmão gémeo, César, que também seguiu a carreira diplomática (quando a Alemanha invadiu a Polónia César era o Embaixador de Portugal em Varsóvia) e um irmão mais novo José Paulo.








Em 1909 casou com uma prima, Angelina, que tinha o mesmo nome da sua mãe. Os pais eram irmãos, assim como as mães também eram irmãs uma da outra. Deste casamento teve 14 filhos e, mais tarde, uma filha de uma relação extra-conjugal com uma francesa, Andrée Cibial, com quem veio a casar depois da morte da primeira mulher. Essa filha, Marie-Rose é a única sobrevivente, nascida em 1940.


Uma família tão numerosa requeria um carro especial. Este Ford de 17 passageiros foi produzido especialmente para o Cônsul transportar toda a família. Chamavam-lhe o Expresso dos Montes Hermínios, uma alusão à Serra da Estrela.



A pequena casa, ao lado da mansão, era a  garagem...

Quando planeei uma visita a Cabanas de Viriato, pensei que ia ver alguns dos objectos que decoraram a casa, porém são muito poucos. Atendendo à situação economicamente dificil de Aristides de Sousa Mendes depois de 1940, quando foi obrigado a aposentar-se compulsivamente, o recheio da casa ia sendo vendido.




As últimas salas da Casa do Passal, transformada em museu, são dedicadas aos refugiados de hoje em dia e uma homenagem à memória de José Brito Mendes, Padre Joaquim Carreira e aos Embaixadores Carlos Sampaio Garrido e Alberto Teixeira Branquinho.


Foi uma visita interessante e comovente, até porque considero a restauração da casa da família de Aristides Sousa Mendes obra muito bem realizada e o seu objetivo de grande dignidade ao celebrar um Homem Bom.


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Duas semanas depois os meus netos, com os pais, também foram visitar o museu.













The Consul of Bordeaux


Aristides de Sousa Mendes no NYT


Ainda sobre Aristides de Sousa Mendes...






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